Um olhar despreconceituado… ou talvez não. A verdade é tudo o que nós ignoramos.
31.3.13
Mnemosine
30.3.13
Irreverências
Ao avistar uns ténis pendurados numa árvore da praça José Fontana, não posso deixar de pensar na irreverência da juventude. E associo os ténis, ali, suspensos, a uma vocação irremediavelmente perdida! A irreverência também pode causar danos! |
E já agora aproveito para notar que a peça “Isto é que me dói!”, de Paulo Pontes, Teatro Villaret, também denota a presença da irreverência do “doente” José Raposo num hospital em que os regulamentos são, afinal, mais importantes do que os pacientes…
Apesar da brejeirice de certas situações e das alusões fáceis aos atuais governantes, a peça não deixa de ridicularizar um modelo hospitalar, em que o diretor do hospital pede autógrafos ao doente famoso, o chefe clínico adia tragicamente a intervenção cirúrgica, e os enfermeiros vivem fechados nas respetivas taras... (três estereótipos)…
Tudo, ou quase, em família raposo!
/MCG
29.3.13
Res non verba!
- RES NON VERBA. A divisa da PSP preocupa-me porque salta à vista sempre que decido encaminhar-me para o Tejo. Temo que o meu itinerário possa ser interpretado como um desafio à autoridade, uma marca de clandestinidade ou de vagabundagem. E se assim for, corro o risco sério de ser algemado ou pior, sem ter o direito de me explicar. Vou ter de alterar a rota… (fobia, certamente)
- Um painel japonês ali colocado desde 1998, presumo. E eu que nunca tinha reparado nele! Mesmo agora, são tantos os triângulos que os motivos me escapam… (eurocentrismo, evidentemente)
- Depois há um canavial. Dele apenas a reflexão sobre a cor, barrenta, acastanhada… e a ideia de que na ausência do sol, a cor permanece ou ganha outro tom que nós não queremos ver. E à volta, o verde, vigoroso, quase artificial, abre o caminho para o rio, também ele convulso e enlodado… Ainda pensei começar (Depois havia um canavial…, mas não faz sentido, ele continua lá!)
- E para terminar a curva, só visível se não ajustar, endireitar, a foto! A curva que ladeia o charco; a vida vegetal, indiferente à extensão e duas canas, vindas de outro canavial mais distante, mas não menos real… ( Só que eu não o procurei!)
- Afinal, a vida tem cor! Eu, a palavra! E a PSP, o cacete!
28.3.13
Eugénio de Andrade - O passado é inútil como um trapo
(…) Dentro de ti não há nada que me peça água. O passado é inútil como um trapo. (…) Eugénio de Andrade, Adeus |
As últimas vinte e quatro horas vieram confirmar que o passado só atrapalha! Nem serve para limpar a imundície que, ilusoriamente, confundimos com a riqueza, a beleza ou o amor.
O passado, qual romeiro, só traz o caos!
(As árvores não se preocupam com o passado e por isso continuam a florir!)
/MCG
26.3.13
Contra os gestores de almas
25.3.13
A obra não é o homem
«A obra não é o homem, antes é, em muitos casos, o seu disfarce e jogo de espelhos, a sua antítese.» José Rodrigues Miguéis, Programação do Caos, nº 38 |
Posicionado a meio da encosta, observo o porto de abrigo. Formas e cores tomam conta do meu olhar, incapaz de se fixar no pormenor de cada obra que a máquina consegue capturar.
A foto pouco diz sobre o «fotógrafo». Esta revela, no entanto, múltiplas “obras” cujos autores se apagaram. Só o narcisismo pode fazer crer que a obra é a expressão imediata, primária e sincera do seu autor.
Neste sentido, a leitura do texto literário como expressão primária do autor é deformadora e, sobretudo, geradora de desnecessária alienação e, frequentemente, de emulação.
24.3.13
O prédio, a ponte, o rio
Assim, temos, por um lado, o ponto de vista e, por outro lado, o prédio e a ponte, insensíveis a qualquer subjetividade.
A própria ponte, de acordo com certos pontes de vista, também ali não deveria estar. O rio, só, correria para o mar… ou será ao contrário?
O rio, a ponte, o prédio estão para ficar! Eu passo, a olhar e, impreciso, percebo que a decisão é avançar mesmo que tenha que ajustar o ponto de vista.
Em conclusão, de nada serve apagar o prédio da foto ou crucificar o arquiteto, pois a dívida continuará a crescer!
23.3.13
Ação e estesia
22.3.13
Óscar Lopes
21.3.13
Em deformação
- Cada macaco no seu galho!
- Senhora doutora, eu não quero saber de nada!
- A minha preocupação é evitar o ruído!
- É necessário simplificar!
- Eu não quero é que haja recursos!
- Eu sou uma pessoa cautelosa! Sempre fui assim!
- Agora estou aqui, amanhã posso estar aí!
- A sério, o que é preciso é conhecer o decreto regulamentar...
20.3.13
O blogueiro também é um Fala-Só!
19.3.13
Dissonâncias ambientais e resiliência
18.3.13
Desenhar...
Nunca consegui desenhar nada que se aproveite, embora, a espaços, tenha tentado. Sempre me considerei desajeitado, mas nunca pensei seriamente na relação entre as mãos e a mente, embora as veja como um prolongamento dependente do olhar.
À medida que envelheço, vou tomando consciência de que o desajustamento desta tríade - mente, olhos, mãos - me condiciona diariamente a ação, e creio, agora, que sempre me condicionou.
E como não acredito no inatismo, sou levado a pensar que conheço a causa, embora a não confesse. Porquê? Porque não faz sentido ajustar contas com o passado. No entanto, o recalcamento é o pior inimigo da harmonia necessária à coordenação da ´tríade - mente, olhos, mãos - e do desenvolvimento de automatismos mentais capazes de acrescentar e melhorar a realidade.
O tempo corre, e o desenho não surge. Agora, a tríade é outra: mente, ouvidos, pernas...
Urgências
16.3.13
Programação do caos
15.3.13
O tempo humano
14.3.13
Mãos sujas
13.3.13
A natureza do pecado
12.3.13
Aquilo que nos motiva...
11.3.13
O discurso do pastel de nata
Já é tempo de acabar com o alijamento de responsabilidades, com estes psicodramas inócuos! Não basta sair à rua! Há um desperdício de recursos humanos e financeiros insuportável. Talvez a Troika possa um dia destes pôr termo ao discurso do pastel de nata.
10.3.13
Sem imaginário possível
9.3.13
A Cinemateca em tarde de Mikio Naruse
8.3.13
Carreira contributiva e contrato social
Não é por acaso que a Troika vem exigindo a redução das pensões. Em termos globais, a exigência faz sentido. O que ninguém lhe explica é como é que se chegou aqui. E sobretudo o governo não quer encarar o problema de modo diferente, porque dá trabalho e deixaria a nu a quantidade de gente que viva à custa do trabalho alheio.
Este é um exemplo de reforma estrutural que continua por fazer: separar as águas, começando por distinguir a carreira contributiva do contrato social e modos de financiamento deste último.
7.3.13
O regresso de Salazar
6.3.13
Tribunal arbitral decide serviços mínimos
5.3.13
Enfado
sinal seria de que a minha presença tacitamente se esbateria
deixaria de responder à vaidade matinal e à soberba crepuscular
Esconderia o olhar
escutaria as vozes límpidas
... mesmo se uma parte dos fonemas se esbatesse no ar
Constrangem-me a vaidade e a soberba
a responder à soberba matinal e à vaidade crepuscular
Se pudesse apagar-me...
... mesmo se uma parte dos fonemas se esbatesse no ar
4.3.13
Na Toca
Hoje, o Governo continuou na toca à espera que a trovoada passe. Talvez lá para a Primavera o tenhamos de regresso e nos venha dizer que a intempérie passou…
Com um pouco de sorte, o céu poderá regressar ao azul, o sol poderá voltar a incendiar os corpos, e, aí, os portugueses avançarão pelo oceano sem regresso.
3.3.13
Abra-se a vala!
Mas há, em Portugal, decisores capazes de atribuir oito euros e noventa cêntimos (8,90 €) de rendimento social de inserção.
Abra-se a vala!