5.4.14

À espera do quê?

Vladimir. – Mais tu as bien été dans le Vaucluse?
Estragon. – Mais non, je n’ai jamais été dans le Vaucluse! J’ai coulé toute ma chaudepisse d’existence ici, je te dis! Ici! Dans la Merdecluse!  Samuel Beckett, En attendant Godot, 1952

Pouco importa onde morámos, onde sonhámos, se fomos felizes…
Um dia, uma qualquer alcateia deu cabo de tudo e nós ficámos, em definitivo, à espera…
Todos os dias à espera, acordamos e adormecemos, sem coragem para levantar a forca…
Incapazes de nos calar, continuamos a olhar a árvore…
Sobra-nos a corda do olhar…

        e pouco importa onde morámos…
        um dia uma alcateia deu cabo de tudo…
         … e nós sem coragem para levantar a forca!

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