12.8.15

Dúvida inesperada

«Woody Allen é do (Ku Klux) Klan? É, confirmou Khalil, repara nos filmes dele, já viste lá algum mano? Não, não vi muitos, disse Fafe. Nenhum, disse Khalil.»  Roberto Bolaño, 2666, Parte III, pág. 340.

Sempre vi Woody Allen como um judeu com um aprimorado sentido do ridículo. Capaz de nos fazer rir dos mitos burgueses ocidentais, este realizador vê a sua obra ser melhor acolhida na Europa do que nos Estados Unidos e tal facto sempre me deixou perplexo. Chega a parecer que os psicodramas, tantas vezes encenados, são uma excrescência para os americanos, à exceção dos das trepidantes metrópoles multiculturais dominadas pela grande finança...

Hoje, porém, invadido pela acusação da Irmandade de Maomé, dou comigo a desconfiar das leituras que vou fazendo, apesar de uma das personagens de 2666 - Barry Seaman - me devolver o sossego:

«Ler é como pensar, como rezar, como falar com um amigo, como expor as nossas ideias, como ouvir as ideias dos outros, como ouvir música (sim, sim), como contemplar uma paisagem, como sair para dar um passeio na praia.» op. cit., pág. 299.

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