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22.8.12

De Aguada de Baixo a Viana do Castelo

Tudo indicava que o sol entrara em greve! De Aguada de Baixo a Viana do Castelo, só os portais eletrónicos  brilhavam: o automobilista nem tinha tempo para somar as vezes que lhe cobravam a passagem. Uma mina! E ainda se queixam que têm prejuízo!

Viana labiríntica mostrou-me a pedra escura da praia da Areosa, a pretexto de uma bica breve na esplanada que, afinal, serviria para conhecer meia dúzia de entusiastas da arte cinematográfica, em rodagem sobre o desaproveitamento de uma geração. Sem meios, confessam-se independentes! Fiquei a pensar no dia em que Antero exigira a António Feliciano Castilho que o deixasse ser independente, ser livre. Mas não deve ser a mesma coisa…

O Márcio Laranjeira era um desses entusiastas! Pareceu-me um desses seres cosmopolitas que se enganara no lugar e que insiste em andar por cá, qual outro Laranjeira ironicamente desesperado! E a Mariana, que em nada se assemelha à Mariana de Camilo, mais fina e, sobretudo, pareceu-me mais silenciosa, embora comedida…

O quadro deu-me que pensar, como se vê, sobre a facilidade com que se fala em terras de Viana: do iodo, do Bom Jesus, das touradas só para encornar os vianenses, da pronúncia do norte… e eu  a pensar que por uma razão que me escapa nunca consigo que o meu velho GPS consiga registar a vila do Gerês. A pensar nas consequências, com o gasóleo sempre a aumentar e o ordenado a diminuir. Sem subsídio de férias nem subsídio de refeição, lá acabei por zarpar para Terras do Bouro. Claro que o GPS só atrapalhou, o rio Caldo continua lotado como se todos tivessem subsídio de férias e subsídio de refeição, e o Vidoeiro também a abarrotar por motivos bem diferentes…

E a noite chegou, já com mossa, para aprender a ficar em casa!    

26.5.12

Os temas

Os temas surgem sem se fixarem e por isso deixam de o ser:  dois argumentos perdidos num só com múltiplos exemplos de interação; uma introdução, um desenvolvimento e uma conclusão, em quatro ou cinco parágrafos devidamente conectados; ignorados acentos e vírgulas e pontos deslocados; uma escola que cuida do bem-estar de alunos e professores e, onde inesperadamente, os alunos cuidam dos professores (quem diria!); uma escola no lugar da casa, onde pouco se estuda, mas inevitavelmente se cresce…

Os temas surgem sem se fixarem e por isso deixam de o ser: nas primeiras páginas, há números de apoteóticos desvarios e notícias que não o chegam a ser…

Há ainda promessas por cumprir, desculpas de última hora, empates auspiciosos, vidas emparedadas e outras adiadas… ou simplesmente arrimadas! Tudo e nada, apesar da procissão das velas que tremeluzem ao luar…

Os temas surgem sem se fixarem e por isso deixam de o ser…

27.4.12

Arte ou depressão?


A ordem dos termos pode ser arbitrária? Ou será que tudo parte da dor? E se assim for, a dor pode ser convertida em flor e dar fruto, e nesse caso a mulher leva a palma, deixando ao homem o rasto destruidor, a não ser que o artista nele se abra…