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26.8.12

Ao lado da N103

Penedones (Chã – Montalegre). Pena de Donas (1258).Trata-se de um agregado que pertenceu a donas (freiras). Um agregado em que a pedra arrancada à serra continua a dominar a paisagem, em frente da albufeira do Rabagão.
No centro do lugar, não falta o templo de deus, no caso, talvez fosse mais adequado designá-lo como templo das donas que, de verdade, não vi em lado nenhum, tal como não vislumbrei os bois do Barroso, a não ser nas placas toponímicas… dos últimos, claro está! E como aparentemente nada acontece, vale a pena fixar os acontecimentos do dia: uma águia e um casamento, mesmo sem registo de ambos, tal como já acontecera com as donas…
Enfim, com tudo isto não quero rivalizar com A Barra do meu amigo António Souto. Mas como diz um meu outro amigo, é tudo uma questão de água: há quem prefira a salgada, eu prefiro a doce…

25.8.12

Depois da chuva…


Depois da chuva o lugar revela-se fantástico. Para quem procure o isolamento, não há melhor! A internet liga-nos por segundos descontinuados ao mundo. A rádio vende-nos os produtos locais, a começar pelo encontro anual de Vilar de Perdizes. Começa na próxima 5ªfeira. Quanto a jornais nem cheirá-los e a única televisão que enxergo está sempre desligada. Sós dois amáveis cães, de que desconheço a raça, me impediram de seguir caminho. Bem hajam!

23.8.12

Vilar da Veiga…





Um lugarejo que não chega a sê-lo ou melhor que não está à altura da paisagem natural. Em Agosto, uma paisagem humana, constituída por emigrantes de segunda e terceira geração, assalta as margens rodoviárias e fluviais, deixando um rasto de combustíveis fósseis e de degeneração linguística. As famílias, em automóveis de elevada cilindrada, exibem-se, convencidas que Vilar da Veiga em nada fica atrás das estâncias turísticas alpinas…

E talvez tenham alguma razão! No entanto, o estado e os empreendedores nacionais continuam a procurar o «eldorado» bem longe, desprezando o que a natureza nos vai oferecendo.

Na minha memória, entretanto, vai permanecer uma paragem de autocarro colocada diante de uma passadeira que deve ter equivocado o motorista, pois apesar de por ali passar três minutos antes da hora prevista, deixou três passageiros «pendurados» à espera do autocarro seguinte… Claro que uma hora mais tarde percebi que o senhor motorista estava em fim de turno e quanto mais cedo estacionasse o veículo à porta de casa, melhor!

Diga-se, de passagem,  que nunca percebi por que motivo, seja no Gerês seja em qualquer outra localidade, os motoristas de transportes públicos podem estacionar os autocarros à porta de casa…

20.8.12

Aguada de Baixo–Águeda

Para chegar é preciso ter alguma paciência, mas vale a pena! Recomenda-se a quem procure repouso longe do bulício da cidade e da praia. Quanto a alimentação, se não gostar de procurar ou chegar ao domingo ou em dia feriado, avie-se pelo caminho.
Entretanto, os caminhos trilhados vão-nos explicando para onde foram os euros que, agora, tanta falta nos fazem: para além das estradas e das rotundas, os portugueses pelam-se por quartéis de bombeiros, centros de saúde, bibliotecas, pavilhões desportivos.
Os equipamentos multiplicam-se apesar da carência de utilizadores.
A «desmedida» é seguramente a palavra que melhor nos define. Que Nossa Senhora da Memória nos ajude!
MCG

5.8.12

O fotógrafo

«O etnólogo em exercício é o que se encontra em qualquer parte e que descreve o que observa ou o que ouve nesse mesmo momento.» Marc Augé, Não-Lugares

O fotógrafo é, assim, um etnólogo involuntário. Captura, num momento, linhas de tempo distintas, formas circulares, verticais e horizontais. Captura o grupo e a individualidade, a luz e a sombra…

… e deixa o Infante a enxergar o lado errado da missão, ao contrário do ciclista que segue confiante, mesmo que, amanhã, caia no desemprego.

Mas esse detalhe pouco importa ao etnólogo!

/MCG

27.7.12

Os outros jogos

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Hoje não vi ingleses! Só austríacos, alemães, franceses, holandeses, suecos e portugueses … e creio que, salvo erro, poucos terão pensado na cerimónia inglesa de abertura dos jogos olímpicos.

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Por aqui, tal como as rolas, os turistas vão desfrutando o clima e o sossego que a Ericeira ainda oferece…

E concluo com Camilo José Cela: « O que não se pode é tocar o sino e ao mesmo tempo ir na procissão.», in Os Pirinéus de Lérida.

5.7.12

Vingado

Apesar do aviso, a luminosidade deslumbra-me e obriga-me a pensar no engenho e arte da natureza e, ao mesmo tempo, sinto-me vingado de todas as luminárias laranjas,  verdes ou pardas que nos governam.
( Camping Praia da Galé, Melides)
PS: No dia em que percebi que bastam 4 exames e 32 equivalências para se sair licenciado! 


PS. Não sei se sou objeto de censura, mas com alguma frequência as fotos desaparecem e o autor deste blog é reduzido ao anonimato.
MCG

3.5.12

30.3.12

Registo


Um pequeno desvio à entrada de Rosário (Alandroal), e no meio de uma moita, vislumbramos quatro ou cinco sepulturas medievais. Pelo abandono do terreno, é fácil adivinhar que outra história ali se esconde.

A presença destas sepulturas desperta em mim a ideia da voracidade tempo, fazendo-me sentir o quanto este registo é inútil.

29.3.12

Camping Rosário - Alandroal



Quando a água alaga a terra, as árvores é que sofrem! Provavelmente, o Alqueva exige uma florestação diferente da mediterrânica… Pelo menos, na zona de Rosário (Alandroal). Percebe-se o fascínio pela oliveira, mas o critério de plantação de árvores não deve ser apenas económico.


No Camping Rosário (2002-2012), Irene e Ernst Hendriksen recebem tão bem que, à chegada, oferecem um CD com um «mix de música tradicional e contemporânea Portuguesa». Não há dúvida, ainda temos muito a aprender!

/MCG

11.3.12

Alguma cor…


Em tempo de depressão, de seca e de irracionalidade política, este fim de semana, encontrei alguma cor em Coimbra. E também descobri uma scut – a A19 – sem vivalma! ( 2 pórticos: 1,15 €)

14.1.12

A cinza!

É apenas uma rua sem princípio nem fim, dois ou três portais alçados; por eles sobem (ou descem?) três irmãs declinadas, e desde sempre enlutadas…

Perdidas as três irmãs, ficaram-me, indistintos, vários atalhos… e uma rua sem princípio nem fim!

17.12.11

Presépios


No Parque de campismo de Almornos, o espírito natalício ainda perdura, de tal modo que o rei mago Vitor Gaspar ainda não foi expulso do presépio.
Pelo reduzido número de campistas, mais parece que estes é que foram eliminados!

15.12.11

Em tempo de metáfora…

Ainda atordoado pela «rica imagética» da insuspeita metáfora do grito de guerra socialista:«Não pagamos! Não pagamos!», desço o atalho à procura das “Quedas de Água” do Alviela, e, subitamente encontro o “Diabo”, conhecedor dos versos de Camões e provável zelador do escaqueirado moinho manuelino.

E, por instantes, pensei que deveríamos ser obrigados a pagar a dívida. De qualquer modo, já vamos no III ato socialista: a) a dívida de um país pobre é eterna; b) Sócrates é dispensado pelo ministério publico de testemunhar a favor do reitor da Independente, pois o Arouca receou que a Autoridade socrática o prejudicasse; c) um deputado juvenil ameaça os banqueiros alemães de lhes partir as pernas, metaforicamente – o zorrinho, por seu lado, descobriu no seu associado um novo Dr. Libório…

Não tenho a certeza, mas penso que terá sido Pierre Fontanier que, um dia, farto da ignorância dos seus detratores terá afirmado que «tudo é metáfora!».

10.12.11

Em Marvila, na Igreja de Santo Agostinho


Às 16 horas, na Igreja de Santo Agostinho, em Marvila, Ana Paula Russo (canto) e Carlos Gutkin (guitarra) interpretaram, com rigor e virtuosismo, canções populares e tradicionais de natal e espirituais negros. 
A talha dourava o templo; os (in)fiéis respeitosamente batiam palmas.. Só os quadros, desbotados, escondiam as cenas que, outrora, empolgavam os devotos.
O sol, a espaços, espreitava pelas janelas, mas, envergonhado, cedeu o lugar às lâmpadas estrategicamente colocadas...
Enquanto tudo decorria, eu ia meditando na inutilidade dos armazéns que se foram acumulando e empurrando a igreja de Santo Agostinho para a linha de caminho de ferro...
Provavelmente, nada do que acabo de escrever se verifica nesta malfadada Lisboa!Traído pelas sensações, invento quadros grotescos em vez de exaltar a lucidez que nos governa, apesar de Lúcifer.



3.12.11

Se me sentasse naquele banco…

Se me sentasse naquele banco, ficaria de costas para o lugar onde, dizem, vi a luz do dia. Considerando o tempo já passado, a disposição é a mais adequada, pois esse tempo está cada vez mais distante. O lugar ali está, embora desativado… Já ninguém ali nasce! Nem sei mesmo onde é que hoje é suposto nascer! E sobretudo que eu saiba ninguém ali segue a regra do Carmo

Sintomaticamente, se me sentasse naquele banco, continuaria a ver, como no primeiro dia, o quartel cuja origem remonta a 1806, o Regimento de Cavalaria nº 3, também ele desativado…

Embora, por segundos, tivesse pensado em subir a rampa e sentar-me ali de costas para o tempo já passado, não o fiz, não fosse a cavalaria carregar sobre mim.

Mas, deveras, o banco, em frente da igreja do Carmo, lembra-me um certo tempo de austeridade, de trabalho e de silêncio e tão intensa é essa presença que já não estou certo que aquele banco esteja de costas para o tempo já passado…

29.10.11

Alexandre Herculano - o anonimato



Cada vez que passo, lembro a visita que, um dia, fiz ao quarto de Alexandre Herculano. Uma cama insuficiente para acolher o homem!

À beira-estrada, era possível ver que ali, na Azóia de Baixo, na Quinta de Vale de Lobos, residira um homem ilustre, que terminou os seus dias, longe da Corte, a produzir azeite – herculano. Um belo exemplo de civismo!

Hoje, para quem passa, não há uma placa que assinale o lugar onde o historiador se refugiou, apesar de por lá terem sido plantadas, a partir de 1999, 150.000 oliveiras num sistema de rega importado do Canadá.

Sugestão: Se ainda é o senhor Joaquim Santos Lima que dirige a exploração, peço-lhe que aproveite umas gotas dos subsídios que recebe da União Europeia para assinalar aos transeuntes que  ali se produz um  azeite com tradição,  mas, também, que por ali paira o espírito de Alexandre Herculano.

E já agora acrescento que também não gosto de ver uma ponte romana escondida por um canavial por entre o qual corre uma água suja que aparenta não ter apenas origem nas recentes enxurradas…

/MCG

9.9.11

Ericeira com Ministro





Na Ericeira, nada é imutável! Olho a terra, o mar e o céu , e descubro sempre novidade. E por aqui  há um Ministro que governa há longos anos sem dar nas vistas, se exceptuarmos a embirração com o José Saramago que, entretanto, lhe deve ter servido de emenda…

Quando atravesso o concelho de Mafra, fico sempre com a sensação de que entro noutro país. Um país de pombas, gaivotas e cogumelos, cercado de praia e campo, e que, ao fim da tarde, se liberta da cerração imposta pelo denso nevoeiro. Um país de construtores, descoberto pelos desportos radicais, que passa ao lado da dívida…

Ou será um jardim, como a Madeira de Alberto João?