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5.5.15

Desapontamento

Rosto transfigurado, como se as sinapses se tivessem desenlaçado, olhos encovados, transtornados pela luz elétrica, cabelos em desalinho, apesar da calmaria sonâmbula, assim se apresenta o professor, depois de, durante uma manhã, ter lutado contra a desatenção e a dispersão...

Diante de si, surge uma imagem que já não necessita de ser refletida pelo espelho...

Pelo calendário, faltam 30 dias! De qualquer modo, o desajustamento vai manter-se... Até quando?

10.3.15

Debalde, fujo da anacronia...

«Passamos e agitamo-nos debalde.» Ricardo Reis

Quando menos esperava, fui interpelado por causa do significado de 'debalde'. Pensava eu que o termo seria comum! E para minha maior surpresa, também, no mesmo contexto, surgiu a dúvida sobre o significado de 'anacrónico'.
De imediato, conclui que o advérbio 'debalde" será atualmente  'anacrónico'. Mas será só isso? Talvez, mesmo sem de tal terem consciência, os meus interlocutores  tenham optado pelo caminho mais fácil, preferindo a modorra dos dias... a qualquer esforço. Uma das vítimas dessa apatia é a língua portuguesa, cada vez mais maltratada. 
A leitura tornou-se um fardo, e a consulta do dicionário, uma maçada... Por exemplo, ler 30 linhas do Discurso da Guarda (1977), de Jorge de Sena, deixa de rastos qualquer finalista do ensino secundário...
Para terminar, lá tive que explicar que não passo de um professor anacrónico. Debalde!