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9.5.06

Entre a espada e a rosa...

Hoje quase que poderia dizer que foi um dia sem história, não fosse ter-me cruzado com a estátua de D. Afonso Henriques já depois de me ter deslocado ao Hospital Rainha Santa Isabel, em Torres Novas.
Esta falta de consideração pelo regimento régio, outrora severamente punida - pois quem se atreveria a colocar Isabel antes de Afonso, mesmo que santa? - deve ter sido responsável pela informação prestada pelo serviço de atendimento de que o Senhor Doutor C., «por motivos imprevistos», deixara de dar consulta de neurologia no referido hospital. E que, certamente, os CTT se teriam atrasado a dar-me a infausta notícia.
Perante a exclamação da funcionária, fiquei um pouco surpreendido: - «Já ontem não apareceu qualquer doente!» Surpreendido? Só um pouco! pois a data da consulta anterior também fora alterada. E durante a consulta, o doutor fizera-me um cerrado questionário sobre os efeitos psicossomáticos de uma punção lombar.
De facto, devo sofrer de algum distúrbio neurológico: Como é que é possível que eu não tenha ordenado os acontecimentos e tirado a conclusão adequada?
Os Serviços hospitalares no dia 17 de Abril terão redigido a nota que explicava que o Senhor Doutor C dispensava hereticamente as rosas da rainha santa; de imediato, os CTT prontificaram-se a entregar-me os espinhos; os outros doentes avisados já não compareceram na 2ª feira, dia 8 de Maio (mês dos maios e das maias!), e eu, ali, com aquela senhora numa cadeira de rodas!, atrevia-me a comparecer, à hora marcada, para uma consulta que todos sabiam, menos eu, que fora definitivamente adiada.
Por um segundo, vi erguer-se a espada de D. Afonso Henriques naquele horto de rosas...