30.12.20

2020


Avenida da Igreja

 Ainda não foi em 2020 que aprendi a "fazer uma fotografia"! Mas já estou a tratar da dificuldade - comecei a estudar a obra do Alexandre Barão, Fotografia com Câmara Digital e Smartphone"...
Passei metade do ano a ler os dois volumes de Pensar o Mundo, de Manuel Maria Carrilho. Diga-se, a talhe de foice, que o filósofo tem razão no diagnóstico que faz do estado da nação e que, se fosse lido e ouvido com mais atenção, provavelmente este país poderia ter sido governado por gente menos ignorante, menos carreirista e amiga do alheio.
Passei outra metade, a estudar Alemão para contrariar a ideia de que burro velho não aprende línguas… e começo a pensar que a sabedoria popular não erra… De qualquer modo, os neurónios continuam ativos, o que já é motivo de satisfação.
Em matéria de caprichos, continuo com este blogue, dando conta de ideias, certamente inúteis, que mais valeria calar, mas que fazer?
Na verdade, 2020 foi o ano da minha aposentação, iniciada no dia das mentiras, mas coincidindo com um facto que nos fechou a sete chaves - talvez menos! - o que bem visto nem foi assim tão difícil! Para mim claro, pois, passei metade da adolescência a atirar bolas contra a muralha fernandina que, à época, me cercava. Com ou ou sem vírus!
Para 2021, nada antecipo, porque a realidade é quem mais ordena e eu pouco voto tenho na matéria. Fica dito!

28.12.20

Não sei porquê

Cruzeiro Seixas
Não sei porquê, mas o quadro que despertou a minha atenção foi este. Talvez, porque o Surrealismo português foi e continua a ser, em grande parte, literatura.
Uma literatura específica, empenhada em desfocar a realidade, procurando, através de associações inesperadas, questionar a ordem vigente…
Uma literatura vítima do poder, que dele se propôs escarnecer.., mas que raramente o conseguiu incomodar… (ideia controversa!)
Vale, no entanto, a pena visitar a exposição Fazedor do Nada Perfeito, até 30 de Dez. 2020, na SNBA. 

26.12.20

Mais valia

L'abbé Dinouart

                                                                        
Mais valia que aprendêssemos o silêncio antes de começar a barafustar a torto e a direito…
Parece que o primeiro-ministro deveria ter prometido,  para 2021, o que sabe, de antemão,  não poder cumprir.
Creio que ainda não percebemos que a mentira não nos tira do pântano em que nos vamos afundando. Se, em 2021, António Costa conseguir assegurar as necessárias vacinas e estas nos livrarem da ameaça que nos fustiga, já teremos razões de sobejo para festejar…

24.12.20

Flores de Natal!

Véspera de Natal
                                                                                   As verdadeiras flores estão no jardim. Estas 'colhidas' hoje são apenas representação, ilusão visual. 

Um bom Natal para todos! - familiares, amigos e estranhos para que não se percam na 'floresta de enganos'...

22.12.20

As vírgulas

Rua de Santa Marta

De quando em vez, 
regresso só para observar as vírgulas. 
Coloco uma aqui, retiro outra ali.
Por mais estranho que possa parecer, 
a mudez do censor das vírgulas incomoda-me.

De imediato, 
o que me inquieta é o tempo - o atraso que não vou ser capaz de ultrapassar, com ou sem vírgula.

Superada a inquietação, desci até à ruina do lugar, até à nulidade da ação política.

20.12.20

Vem aí o inverno!

Apesar dos sinais serem de despojamento, tal não significa que a vida se extinga. O recolhimento apenas significa uma desaceleração do ritmo, criando uma nova harmonia. Está nas nossas mãos compreender essa necessidade ou, pelo contrário, continuar a pensar que somos superiores, virando as costas aos ensinamentos fundamentais do Vida.
A própria morte, se não resultar da nossa incúria, ganhará sentido por muito que não o queiramos aceitar.

18.12.20

A continuação da vida

Entre mortos e feridos, algum se há-de salvar!

Crentes ou não, vamos lá celebrar o Natal!

No íntimo, todos acreditamos que o azar espreita, mas que, em regra, bate à porta do vizinho… o que não parece muito inteligente se aceitarmos a definição de inteligência formulada por António Damásio:
«É essa capacidade que permite resolver problemas e ajustar o comportamento de um ser vivo a esses problemas de forma a permitir a continuação da vida.» Jornal i, 18-12-2020

16.12.20

Desmancha-prazeres

 Longe de mim impedir quem quer que seja de se divertir. No entanto, nunca entendi o espírito da época - sempre que olhava à volta, por mais próxima ou distante que ela se me afigurasse, não conseguia enxergar o motivo para tanta celebração… Com o tempo, fui compreendendo que o mundo era extremamente desigual e injusto… o que me obrigava a refletir na extraordinária capacidade humana para celebrar como se tudo corresse pelo melhor ou pudesse transformar-se sob o efeito de uma taça de champanhe e algumas passas...

Até nas igrejas se erguiam paraventos para que o frio ficasse lá fora… e o presépio, apesar da sua própria génese, era um lugar acolhedor, cheio de figurinhas gorduchinhas indiferentes aos ventos que se levantavam…
Por mais que, em 2020, a perceção da fatalidade próxima e distante tenha crescido, a verdade é que insistimos em viver no fingimento milenar, sem sequer colocar a hipótese de o suspender.

13.12.20

98 óbitos

Na avenida da Igreja

98 óbitos em 24 horas!
Entre 1 de Janeiro e 10 de Dezembro, faleceram 110.000 portugueses.
É demais!
Continuamos a correr atrás do prejuízo ou nem isso…

São velhos, meus senhores! A quem é que podem interessar?

Ainda por cima, há tantos outros que morrem diariamente, segundo as estatísticas. Oficialmente, ninguém sabe porquê. Leva tempo a apurar as causas…

Desde 1949, que não morria tanta gente! O que é que aconteceu naquela data?
- O ano em que as senhoras deixaram as meias em casa!

CAUSA: UMA ONDA DE CALOR.


12.12.20

Se o ministro mente

 

medronheiro

… então não serve, não cumpre o seu dever - servir o país, respeitando os direitos humanos, e não servir-se a si próprio. Por respeito à semântica, o ministro deve ser substituído.



11.12.20

Contra a cultura

Quinta das Conchas

O dinheiro!
E a cultura?
Já não se trata de investir na cultura ou em subsidiar os artistas. Trata-se de desvalorizar as atividades artísticas, de as reduzir a ZERO.
Por toda a Europa, a Cultura passou a parente pobre. Parece que a aposta é, definitivamente, na barbárie, hipotecando, de vez, os valores democráticos.

E ainda há 'democratas' que se queixam!

10.12.20

Uma rã que insiste em ser boi

Jardim Amália

Há na república uma rã que insiste em ser boi. Sempre que aparece, incha desmesuradamente, coaxa altivamente… e no fim, deixa o palco convencida de que outros são todos estúpidos…
O problema é que esta rã não é única, pois, se o fosse, um destes dias rebentaria e a república ficaria em sossego.
Não. No palco, sucedem-se as rãs à espera de vez. Algumas já têm o tamanho de burros. Zurram e dão coices  a torto e a direito.

7.12.20

O candidato

 

E não se chama Ernesto!

Só que não nos quer deixar no meio da temível tempestade que nos atormenta...
Nasceu para unir e não para separar. Tudo o que pensa, diz sempre em tom magistral... para que nada nos possa acontecer de mal...
E não se chama Ernesto!

Chega mais tarde, não porque tenha perdido a estrela de Belém, mas porque não quis misturar o presidente com o candidato.

Doravante, o presidente e o candidato vão dormir, um no palácio, o outro na cabana do pastor Viriato...
E não se chama Ernesto!

5.12.20

O discurso de Costa descola da realidade


Nos últimos dois dias, o número de infectados cresceu, isto é, nos dias 3 e 4 de Dezembro. Ora, o senhor primeiro-ministro dirigiu-se, hoje, ao País com uma avaliação construída com dados de 2 de Dezembro, como se a realidade não fosse dinâmica…
Gostaria que António Costa fosse capaz de se libertar do power-point das quintas-feiras e nos dissesse que pelo caminho trilhado o melhor é cancelar o Natal, deixando-se de jogos que inevitavelmente acabarão por agravar a situação.
O discurso apresentado obedece ao guião acordado com Marcelo e Rio, mas não acompanha a realidade. 
Depois queixam-se do extremismo, mais ou menos populista...

4.12.20

A distância


Parece que o cérebro se esvaziou. Apenas uma palavra me convoca - a distância. É como se o que já esteve perto se fosse esfumando… e depois do fumo, nada.
Da proximidade, apenas a memória, também, ela cada vez menos nítida.
Todos os dias, o obituário covid se avoluma à custa da ocultação da mortalidade diária. 
E num gesto de propaganda, ainda há quem nos queira enganar, falando-nos de generosidade, de confiança e de esperança.

1.12.20

Eduardo Lourenço

 Este é o homem de todo excelente: quem tudo compreende por si só, pensando no futuro e nas coisas que levam a um fim melhor. (Hesíodo, Os Trabalhos e os Dias)

Partiu o homem com quem aprendi a ler as incongruências de Portugal e da Europa. 
Partiu Eduardo Lourenço que me soube explicar Fernando Pessoa... um dia depois. 
Se lá no Céu o calendário tiver cabimento, terão doravante todos os dias necessários ao esclarecimento dos mistérios desta Europa que insiste em torpedear o futuro.

Eduardo Lourenço ao Expresso de 9.03.1996,  a propósito da morte de Vergílio Ferreira:

Para um escritor, a longevidade, graça ou excesso de zelo da vida, é um acidente. O tempo de uma obra, aquilo que lhe dá coerência por dentro e a torna única, não se mede pela balança dos anos. Ninguém sabe o que o peso dos anos acrescenta ou rouba a esse outro tempo fora do tempo onde a obra existe.

29.11.20

A prazo


 Sempre supus que estivéssemos todos a prazo. Afinal, há uma exceção: Jerónimo de Sousa.

Ah, a glória de mandar!



28.11.20

Os tempos

Uma simples observação da foto dá-nos conta da passagem do tempo. Um tempo velho, se tal faz sentido... Mas, provavelmente, apesar dos sinais de tempos distintos, o envelhecimento é uma questão que só ao homem diz respeito. Só ele tem consciência da ruina em que se vai tornando.
Há, no entanto, exceções. Por exemplo, o Partido comunista português remoça a cada congresso que realiza ou, pelo menos, apregoa-o.
Bem sei que não devemos esquecer os 100 anos que se avizinham, sobretudo os tempos da clandestinidade. Talvez, por estes dias, o Partido esteja a  rever-se nessas horas de luta de outros camaradas que a maldita História tende a olvidar. 

25.11.20

No lugar de Deus

De partida, tantos! Vítimas disto e daquilo e muitos de si próprios… Pouco importa! Não resistimos a destacar uns e a ignorar os restantes... 
Hoje, é dia dos 'amigos' de Maradona subirem ao palco para lhe enaltecer as virtudes futebolísticas e as rebeldias, colocando uma pedra sobre a alienação coletiva que, durante tantos anos e em tantos lugares, o catapultou para o lugar de Deus.
Doravante, só o mito perdurará, porque Deus não tem culpa... O que seria de nós se a morte se esquecesse dos heróis?

22.11.20

É só pedagogia!

Leiria

O excesso de velocidade dos motards é perdoado, porque o Miguel de Oliveira triunfou no Moto GP...
Já passa das 13, as meninas, afinal, tinham ido almoçar a Matosinhos…  Uma senhora fora dar banho ao cão, de carro... Os estabelecimentos continuam a repor os stocks...
Mas há algo que não entendo: - Como é que há tanta gente a circular, se não há atividade económica?
E ainda dizem que as forças da ordem são abusadoras! Mas como, se a mensagem que transmitem é que o povo é cumpridor!
Ou será tudo a fingir?

20.11.20

Vale de cirurgia

 

À conta da gestão do SNS, ontem, passei o dia em Leiria. Um vale cirurgia enviou a minha mulher para o Centro Hospitalar S. Francisco. (Ainda, não sei qual deles - Assis, Xavier, Borja...)
Que remédio, há 5 anos que desesperava por uma taciculectomia no Hospital Central de Lisboa!
Vale, no entanto, a pena considerar que a bondade do SNS não é cristalina, pois uma cirurgia ambulatória tem encargos que ele não suporta.
No caso, três deslocações a Leiria, com pernoita num hotel - 2 noites; custos de deslocação e de alimentação... e falta de comunicação...
De qualquer modo, tudo leva a crer que a cirurgia correu bem e na minha premente procura  - não vos digo do quê - encontrei estes cogumelos que não deixaram de me intrigar…

17.11.20

Antecipemos o Natal!

 

Dizem-me que este é o cacto de Natal. Façamos como ele, antecipemos o natal!
O menino Jesus certamente também estará de acordo. Cansado do ventre virginal, só espera um raio de sol que o leve ao encontro dos reis magos, evitando-lhes esforços inúteis, e, sobretudo, que lhe permita trocar as voltas ao déspota Herodes...
Por seu turno, as crianças já não têm paciência para esperar pela noite natalícia, habituadas que andam a reclamar o seu presente diário. 
E nós, os mais velhos, só queremos que não nos matem com repastos pantagruélicos que, na maioria das vezes, nos deixam indispostos até ao dia de Reis...
(Sem falar do alívio de Maria e da tortura do carpinteiro...)

15.11.20

Não precisa de máscara para observar

 

Vá ao Jardim da Quinta dos Condes dos Arcos! E faça como o palhaço, sem o ser… Lá não há alarmistas, nem aventureiros.
Já me disseram que na primeira foto é visível um espantalho e não um palhaço. Não duvido, mas por estes tempos, qual é a diferença?
Nestas hortas, há de tudo… até orvalho!

13.11.20

Na caixa do correio

Na caixa de correio, nada do que fora prometido - um pequeno acessório de um aparelho de ar condicionado. Nada de essencial, não fosse um acessório… E nesta vida, valorizamos cada vez mais os acessórios!
Na caixa de correio eletrónico, dezenas de promoções não solicitadas… todas acessórias, mas com uma particularidade - os chineses querem que eu lhes confirme o contacto, pois o que têm para me oferecer é significativo, essencial.
Na realidade, eu nem queria abordar tal tema, mas lembrei-me dos tempos em que não havia caixa do correio. Se correio houvesse, seria entregue em mão ou, até, em corpo inteiro, mesmo que alma tivesse andado transviada.
Por exemplo, naquela sexta-feira - dia treze? - o romeiro, a fingir de 'ninguém', apresentou-se no palácio que dele fora, a saber novas de sua esposa… 
Tudo teria sido menos dramático, se ele tivesse enviado um e-mail. Madalena tê-lo-ia bloqueado e as mortalhas teriam sido poupadas.

9.11.20

Mal-estar


Talvez pudesse eliminar o hífen, mas ele ajuda-me a superar a inquietação mental e física. Claro que não estou sozinho, o mal-estar parece ser geral - ia a escrever 'coletivo', mas não entendo a substância da palavra. Poderia ter escrito 'significado'… o que me levaria à referência, à ideia de uma mole enorme pesarosa, sofredora, cambaleante… Mas não, o mal-estar é geral.
Qualquer sintoma desperta dramatização. No palco entram em cena múltiplas situações, todas derrotistas, como se a espada do velho Dâmocles se multiplicasse… e agora, surge a dúvida: - velho, porquê? A lenda. apenas, diz que era um cortesão… que, mais tarde, acabou por ser útil a Cicero. 
E o mal-estar também tem origem nesta dispersão em que o popular e o académico se combinam, querendo nós, por força, moldar o sentido do que a pouco e pouco se vai degradando…
Felizmente, este mal-estar não é diferente do de outras épocas, em que, apesar das sucessivas barbáries, alguma luz voltou a brilhar. 
Ah! se eu pudesse eliminar o hífen!

8.11.20

A Besta

 "E vi subir da terra outra besta, tinha dois chifres semelhantes aos de um cordeiro; e falava como dragão." (Apocalipse 13:11)

Afinal, a Besta foi derrotada, mas, como todas as bestas, tem dificuldade em aceitar o resultado… Esperemos que, no tempo que lhe resta, não faça nenhuma asneira que nos atire para o abismo.

5.11.20

Preocupante!


No século XXI, nos Estados Unidos, os votantes não são todos iguais. Num estado, valem mais; noutro valem menos… 
230.000 mortos não parecem ser motivo suficiente para desalojar uma Administração que deu sobeja prova de incompetência e de desrespeito diários - uma administração abjeta.
Por cá, os sinais são, também, de preocupação. Oficialmente, 2740 indivíduos já morreram de COVID-19. No entanto, as entidades oficiais e a comunicação social desvalorizam o problema, ao repetirem permanentemente que a grande maioria dos falecidos tem mais de 80 anos…

2.11.20

Fora do concelho

O que faço eu aqui? Só no regresso à Portela, o constrangimento policial.

Leiria 2 nov. 2020

Leiria 2 nov. 2020

1.11.20

Idiotice matinal


Casais de Igreja, Assentiz
Casais de Igreja, Assentis

O moço chama-se Simão! Aquele que ouve. Ouvinte. De facto, o moço brasileiro tem essa rara qualidade e sabe contar estórias…
Enquanto esperava o café, comecei a pensar em chamar-lhe Pedro. Ali, ao lado, as mesas estavam ocupadas por clientes habituais, mas que, neste dia, «fazem horas» para ir à missa… Talvez o olhar para aquelas criaturas de Deus me tenha despertado a ideia de que também eu poderia transformar o pescador em pedra…
No entanto, tal criancice - ou seria desafio? - afligiu-me, despertando estranhos vislumbres de violência doméstica - distante, sim, mas presente, sobretudo, quando Deus se atravessa, rebatizando as criaturas sem lhes pedir anuência…
O problema não é tanto o da violência humana, para a qual certamente contribuímos, ao ponto de lhe assumirmos uma parcela de culpa, mas, sim, a violência gratuita que nos confina sem qualquer explicação ou, quando exista, nos seja apresentada de forma paternalística.

29.10.20

O negócio natalício


Quando todo mundo quer salvar o Natal, alguma coisa vai mal!
O que a classe política europeia quer é salvar os votos e o negócio. 
Novembro é para esquecer, a começar pelos defuntos e pela cultura...
Vá lá, aplainemos a curva para que, em dezembro, possamos invadir as lojas, os hotéis, comer e beber à farta, viajar sem constrangimentos… tudo isto para celebrar o Natal, apesar da maioria se estar nas tintas para o significado da data, até porque logo a seguir não podemos perder a passagem de ano.
E depois, em janeiro..., regressamos à casa de partida.
Política de casino!

27.10.20

O interesse mesquinho


Por vezes, distraio-me e dou comigo a pensar no que move a decisão política. E chego sempre à mesma conclusão: o interesse mesquinho, no sentido de visão limitada. 
Essa decisão é, no entanto, apresentada em nome do  interesse público - seja dos trabalhadores e do povo, seja, simplesmente, do povo português.
Na atual situação de profunda crise económica, social e humana, o debate em torno do OGE causa-me nojo. 
E por mais que me digam o contrário, este tipo de debate só ajuda a compreender a mesquinhez de cada um dos partidos, incapazes de se unirem na procura das melhores soluções para atenuar a crise em que iremos viver nos próximos anos, se não formos 'ceifados' pelo vírus. 

25.10.20

Por unanimidade, o Bloco vota contra o OGE

Então, o Bloco de Esquerda quer salvar / apropriar-se do Serviço Nacional de Saúde?
Lembra as falsas grávidas que rondam as maternidades com o objetivo de roubar os recém-nascidos.
Parece que o Novo Banco, a TAP e o Montijo já deixaram de incomodar!
Por unanimidade, o Bloco vota contra o Orçamento. Voto democrático, certamente!

24.10.20

Dúvidas

Ontem, foram as irritações; hoje, as dúvidas.
De ontem, tudo parece ter ficado como estava. Penso, no entanto, que não será bem assim: as vítimas não deixam de o ser quando o silêncio impera.
Hoje, não sei se devo ser vacinado contra a gripe, porque, apesar do que se diz, custa-me a aceitar a ideia de que o que não faz bem, também não fará mal, no atual contexto. 
Bem sei que o senhor Presidente Marcelo já se chegou à frente, mas, a mim, falta-me a luz que o ilumina.
Nesta incerteza, começo a debater-me com uma dúvida caprichosa. Será que estar aposentado é o mesmo que estar reformado?
De momento, estou a sentir-me reformado, o que não me agrada por aí além - palavra fatal, o Além!

23.10.20

Irritações

Não vou avançar o motivo do sobressalto. Não gosto de voltar atrás. Mas há telefonemas que irritam, que nos colocam perguntas insensatas ou pouco piedosas, se quiserem. 
Há perguntas que revelam desvario ou pior, porque deixam no ar a ideia de que os justiceiros não olham a meios para atingir certos alvos que sabem fragilizados.
 

22.10.20

Sem máscara

 

Sem máscara, perder-se-ão imensos votos… Está dito!
A verdade vem sempre ao de cima. É preciso começar a preparar as eleições autárquicas. 
Por isso, o melhor é seguir o exemplo de quem anda sempre mascarado - estes e os outros…
Entretanto, vou esperando pela resposta… porque na propaganda, candeia que vai à frente alumia duas vezes.
Tudo serve, até o infortúnio!

20.10.20

O óbvio

Dizer o óbvio para quê?
Basta abrir os olhos e deixá-los pousar nas primeiras páginas, nas aberturas dos telejornais, nas postagens das redes sociais… e nem é preciso pensar no que possa estar errado, porque está tudo certo. É a nossa imagem refletida nos figurantes do momento.
Ainda pensei em solicitar a vacina contra a gripe, mas perdi a vontade depois de ver o nosso Presidente Marcelo em tronco nu. 
Não me lembro de que alguma vez me tenham mandado tirar a camisa para o efeito. Ainda se fosse uma radiografia!
Se apanhar a gripe, a culpa será do Presidente!

19.10.20

Aí está a chuva!

Aí está a chuva! Talvez os solos agradeçam que nós continuamos afastados do essencial. 
A estatística alarma-nos, deixando-nos atormentados em vez de nos obrigar a ser humanos, protegendo quem deveria merecer o nosso respeito - os mais velhos, encerrados em lares, mais ou menos clandestinos...
A obrigação do Estado é vistoriar todos os lares, independentemente do seu estatuto, acabando com os abusos de quem vive à conta da velhice.

18.10.20

Hoje foi domingo

 Um domingo chato, quezilento... O sol ainda aqueceu, mas nem assim ... Talvez, amanhã seja um pouco melhor - vem aí o mau tempo para compensar!

16.10.20

Os amigos

Os amigos não esquecem. Meia centena, cada um de per si, deu-me os parabéns. Muito obrigado a todos.

14.10.20

Sem passar pelas palavras


Apenas a música passa das notas às frases, que só fazem sentido se apreendidas globalmente. Eu não sei nada de música!
De palavras, sei um pouco mais. Sei que são constituídas por fonemas e que sem eles não há frases verbais… O problema é que somadas não fazem sentido - falta-lhes a coesão da história.
Mas isso pouco importa, a história deixou de explicar o passado e apontar o futuro. Estamos de regresso ao tempo dos mitos cuja função parece ser a de justificar a identidade clânica. 
Longe de qualquer clã, sigo o movimento da nora sem, no entanto, conseguir a harmonia que rege o dia, mesmo quando nos anunciam tempos de amargura.

12.10.20

Em dias alternados


Dia sim, dia não, vou ao rabisco e não fisgo uvas, só engaços como se… Os bagos já lá vão e os prometidos parece que já têm dono.
Assim sendo, aproveito para ficar em casa, em vez de me enfiar na adega. Creio que já não faz sentido ir lá provar o vinho. Nem mesmo pelo S. Martinho!
Por aqui, o Natal chegou mais cedo, mesmo sem luzes, se quiserem vir, sempre se arranja um copo de vinho… Mas por favor, venham apenas dois ou três…

10.10.20

Andar ao engano

Quando se observa o número daqueles que 'entram' num blogue, fica sempre a impressão de que anda muita gente a navegar ao engano. Por que porta, perguntará o ironista.
Em geral, o número de leitores é reduzidíssimo, o que significa que os visitantes acidentais proliferam.
Seria interessante saber por que motivo tropeçaram em certos 'posts' e, em particular, o que procuravam… e certamente não encontraram.
Passam como os insetos, mas não deixam marca... não replicam.
Se me desse ao trabalho de expor o que tenho feito por estes dias, o blogue talvez fosse mais apelativo. Mas para quê tornar público o que é privado? Por outro lado, da informação colhida é melhor nem falar - ela é tão absurda, tão fantasista, tão maçadora e perigosa… infantilmente desastrada que, mesmo à beira do precipício, somos convidados a dar o passo derradeiro…
 
(Claro que me estou a referir a blogues desinteressados e desinteressantes como Caruma.)

9.10.20

Consumidores

«Hoje em dia estamos ameaçados pela perspetiva de sermos apenas consumidores, indivíduos capazes de consumir seja o que for que venha de qualquer ponto do mundo e de qualquer cultura, mas desprovidos de qualquer grau de originalidade.» Claude Levi-Strauss, O pensamento 'primitivo' e a mente 'civilizada'.

Não resistimos aos estímulos de toda a ordem que determinam as nossas ações, apesar de sabermos que o consumismo é fator de desigualdade social e de ruína física pessoal e telúrica.

7.10.20

Na hora do coveiro

«A ciência nunca nos dará todas as respostas. O que podemos tentar fazer é aumentar, lentamente, o número e a qualidade das respostas que estamos capacitados a dar, e isto, segundo penso, apenas o conseguiremos através da ciência.» Claude Lévi-Strauss, O Encontro do Mito e da Ciência.

Pois é, a Ciência anda tão esquecida ou, melhor, desrespeitada. E por quem? Por gente que nada sabe, mas que opina como se detivesse a verdade. 
Habituámo-nos a ouvi-los, a concordar e a discordar. Sobre o quê? Apenas, a vaidade, o momento... 
Do problema nada sabem … e nós continuamos a ouvi-los, a lê-los. 
E até votamos neles, mesmo que eles sejam os coveiros dos seus próprios irmãos.

4.10.20

A crença nas palavras


Há muito que o homem atribui à palavra a capacidade que lhe falta para explicar os acontecimentos, para explicar a sua própria origem. E com esse procedimento, as palavras tornam-se mágicas, tornam-se poéticas. 
As palavras ganharam vida própria, dispuseram-se em doutrinas, o que deu aos homens a possibilidade de agirem contra os seus opositores, chegando ao ponto de os mandar matar - em nome de Deus, em nome do Rei, em nome da Lei.
Hoje, as palavras continuam a cegar o homem que, irresponsavelmente, se esconde nelas para proclamar a segurança - vivemos num tempo que, perante o desconhecido, em vez de nos calarmos, insistimos na magia da palavra.
Insistimos na mentira da palavra…

1.10.20

O amanhã que foi


Correu tudo conforme o protocolo consignava. Eles cumpriram a parte deles. Eu cumpri a minha... quer dizer, estou a tentar cumprir…, pois ainda falta recuperar da intervenção, e, sobretudo, ter a sensação de que o perigo desapareceu. A certeza será do especialista, mas só em novembro…
Eles, os médicos, os senhores enfermeiros e outro pessoal do recobro tudo fizeram para que o ato cirúrgico decorresse com rigor e em segurança… Seis horas mais tarde, enviaram-me para casa com guia de procedimentos - acompanhando-me até à porta do veículo que me embarcava, não fosse eu perder-me nalgum corredor do hospital (Curry Cabral).
O SNS, neste caso, cumpre plenamente a razão para que foi criado. Até a UFS promete receber-me para o devido acompanhamento sem hora marcada, desde que o faça das 8 às 19h.
(A nota pode parecer hermética, mas não é. Falta-lhe a contextualização, mas tal fica para a programação das TVs.)

29.9.20

Amanhã

Amanhã, vou testar o SNS. Vamos lá ver se o não deixo ficar mal.
Pelo menos, não levo o Covid 19 comigo. Garantia do mesmo SNS.
Em síntese, vou ficar de boca fechada - afinal, o melhor antídoto para muitos casos.
Como dizia um ilustre clínico: - pela boca morre o peixe! 

27.9.20

Já chega!


Se não combatermos os vírus, eles acabarão por nos destruir.
As sociedades não podem continuar a tolerar indivíduos cujo único objetivo é aniquilar o que há de mais humano na humanidade: a fraternidade.
E estes indivíduos têm todos um ponto em comum: fazem tábua rasa do diálogo. 
Defendem o confronto como estratégia de conquista do poder.
Por mim, já chega! 

26.9.20

Aprender

 

Se for a Cascais até 30 de Setembro, passe pela Baía e observe.

Para sair da miséria, mesmo se invisual, o caminho é aprender. Poder aprender!


25.9.20

De prevenção

 

É preciso ver o espaço envolvente para compreender a atenção do ganso do nilo, que não é apenas visual... creio que é, sobretudo, auditiva.
Qualquer movimento de aproximação nossa é lido como um ataque iminente, principalmente se a prole está ao seu cuidado. 
Um som mais estridente é o suficiente para que a ordem de retirada seja dada e... logo obedecida. 
Pois, e nós como é que nos comportamos perante o perigo? Preferimos o desafio, porque acreditamos ser livres.

24.9.20

Quem anda à chuva...

Quem anda à chuva, molha-se... E há quem goste! 
Gostos não se discutem.
O provérbio dá conta da experiência popular, provavelmente daqueles que souberam abrigar-se. 
No entanto, nesta pandemia, a experiência esfuma-se: Há cada vez mais idosos que insistem em expor-se, sem qualquer necessidade…
E o mais preocupante é que a experiência parece estar a ceder o lugar aos «espertos» que saltitam de galho em galho à espera do momento oportuno para deitar a mão às sobras...

22.9.20

No outono ainda não estamos sós

Por muito que escureça, por muito que nos queiram confinar, não estamos sós...
Claro que há uns que proclamam que somos vítimas da conspiração da ciência com os politólogos, e outros que pensam que o melhor é encerrar de vez o planeta... desde que possam continuar a gozar a vida.
Bem sabemos que só os outros é que morrem, mas isso pouco pesa... Na primeira pessoa, os mortos perdem a voz e por isso é melhor não olharmos à nossa volta, mesmo que a vida germine sob as nossas idiotices...
Se os próprios bispos temem os efeitos da educação para a cidadania, partindo do princípio que ainda não perderam a razão, então alguma coisa de muito errado estará a acontecer às convicções que, tradicionalmente, suportavam a sociedade...
De qualquer modo, a esperança mora em qualquer jardim que atravessemos. E se estivermos atentos, a coragem não nos faltará.

20.9.20

Em setembro

A instabilidade não existe na natureza. Nem sequer existem regras... Nós é que as criamos, e ao fazê-lo, abrimos a porta ao medo e à loucura. 
Em setembro, os gansos do Nilo reproduzem-se, alheios à ciência, mas mudam de plataforma sempre que o predador espreita…
Nós, no entanto, incapazes de detetar o inimigo, desrespeitamos as regras que fomos criando, como os loucos que partem para o campo de batalha à espera de vencer os ventos...
Vigilante, o ganso sabe que o futuro da espécie depende da sua vigilância.
E nós?

19.9.20

O apelo

Apelar à responsabilidade individual fica bem, mas não convence, sobretudo quando o apelo vem de quem tem dificuldade em compreender que nem sempre a esfera privada é distinta da esfera pública. 
Saltar de uma esfera para a outra é uma tarefa arriscada, porque os amigos são para as ocasiões.
Neste país, há tantos amigos à espera de uma oportunidade!
Por outro lado, ser responsável pressupõe distanciamento... 

18.9.20

'O rigor' de António Costa

Para o evitar o crescimento da pandemia — já que "o vírus não anda sozinho" —, é necessário, segundo o primeiro-ministro, seguir cinco regras fundamentais: “Temos de travar a pandemia por nós próprios”, afirmou António Costa, destacando 5 regras fundamentais: usar máscara "o mais possível e obrigatoriamente sempre que necessário", manter a higiene regular das mãos, respeitar estritamente a etiqueta respiratória, manter o afastamento físico e utilizar a aplicação Stayaway Covid.

Parece simples, mas não é! 
Estamos a necessitar de ajuda na travagem da pandemia. Ajuda das forças da ordem, que não podem continuar a fechar os olhos perante situações de clara infração das regras, por desconhecimento, por irresponsabilidade ou por desafio.
Estamos a necessitar de coragem para clarificar que a máscara é obrigatória, não deixando a sua utilização ao critério de cada um…
E sobretudo, não precisamos que nos venham dizer que uma aplicação é meio caminho para a solução, porque não há nenhuma evidência de que o seja...
É preciso ser muito mais rigoroso no controlo das deslocações, das entradas e saídas das escolas, dos lares, das igrejas, dos hospitais, dos locais de trabalho...
O senhor primeiro-ministro sabe muito bem que as regras, por si, não bastam. É preciso vigiar a sua aplicação. 
E depois, há regras que o não são, e que não passam de pura propaganda… 
E já agora o vírus não anda nem sozinho nem acompanhado! Nós é que o transportamos e propagamos!

17.9.20

A rapaziada


 Lisboa, Campo Pequeno, 18 horas.

A rapaziada convive ao som de músicas periféricas. Não sei se estes jovens já foram à escola ou se, simplesmente, fizeram gazeta…

De qualquer modo, não parecem preocupados - o tempo para eles é de alheamento, sem contemplação... nem comprometimento.

16.9.20

O recolhimento das almas


 
Da morte, prefiro a imagem da vida, por mais imprecisa que ela possa ser. E agrada-me a ideia de que a alma se liberte da morte e, ao cair da noite, se recolha na árvore mais próxima, mesmo que o lugar seja numa área de serviço, na margem da A1.
Com o despertar do dia, as almas podem seguir o seu caminho, trocando as voltas à morte... e pouco importa que a imagem vá ficando indistinta.

14.9.20

O vírus da incerteza

Portugal Continental vai estar em situação de contingência entre 15 e 30 de Setembro... (As ilhas têm o seu próprio estatuto…)

Ora se contingência significa incerteza ou significava, isso quer dizer que pouco vai mudar: tudo se resume em viver com o medo de ser apanhado ou em arriscar permanentemente, desafiando a racionalidade...

Verdade seja dita que a segunda atitude parece querer vingar, pois até os cientistas sociais se manifestam contra a educação cívica e democrática. 

A educação é, por estes dias, o novo vírus que é preciso combater em nome de uma outra ideia de liberdade que definitivamente deixa de fora a fraternidade... porque ou se nasce cidadão ou ...

12.9.20

Não poder dizer NÃO!

Nas atuais circunstâncias, ver um Primeiro-Ministro integrar a Comissão de Honra do Senhor Luís Filipe Vieira,  é triste! 
Independentemente do passado poluto ou impoluto do Senhor, aquilo a que estamos a assistir é indecoroso: o desperdício de dinheiro na contratação de treinador e de jogadores ofende não só os benfiquistas, mas também todos aqueles portugueses para quem o futuro dificilmente sorrirá.
Espero que o Senhor António Costa não tenha ficado preso na rede que foi tecendo enquanto presidente da autarquia lisboeta…, não podendo, agora, dizer NÃO.

11.9.20

Matar a memória


Há quem necessite de confessar, mas longe do confessionário, sabendo todavia que esse é o único lugar onde a partilha está favoravelmente proibida - uma confissão sem auditório! 
No entanto, esse lugar apaziguador não serve de nada, porque deixou de se acreditar no perdão divino e se  teme, em simultâneo, a condenação dos homens incapazes de analisar as situações… Homens sem ou com demasiada memória!

Por isso mais importante do que enterrar o passado é preservar a palavra, é não a partilhar…

8.9.20

A alga

 






Arrancada ao mar, a alga jaz na praia. Desafiada pela sombra, não resiste, porque espera uma onda que a devolva à origem e a liberte da intrusão…
A onda levou o Vicente Jorge Silva e eu vejo-me mais pobre, porque sempre apreciei a sua forma de pensar, a sua coragem… o seu combate contra os tiranetes.
Enquanto a onda não regressar, vou continuar a ler, mas vai ser difícil encontrar quem ainda saiba pensar, quem ainda saiba combater os tiranetes nas ilhas e no continente...

5.9.20

Com ponte


Para que serve a ponte, se mais não fazemos do que repetir as mesmas frases, sem ter consciência de que vivemos num rio de equívocos?
Atravessamos o rio, mas ignoramos o tabuleiro. Podemos até valorizar o veículo, indiferentes à água que banha os pilares; preferimos as caravelas que se erguem dos telhados de Lisboa…
Metálicas, as caravelas já não reparam nos corvos, absortas que andam com lugares que de tão comuns só servem para destruir as pontes…

2.9.20

A Lua


Hoje, pensava escrevinhar sobre a melancolia em idade avançada, e na tendência para exaltar experiências vividas ainda não há muito tempo…
Escrevinhar sobre o afastamento do 'aqui-e-agora'- e da tristeza inerente com a inevitável condenação do presente…
Todavia, esse estado decadente pode ser mitigado, desde que estabeleçamos um objetivo prático - a lição é do velho Freud!
Eu, por exemplo, resolvi estudar alemão. A sério! Quero ler o original e não sentir que estou a ser traído…
Só que a Lua decidiu interromper-me as toscas ideias.
Ela lá saberá porquê!

31.8.20

"Pura gelatina política"


Os filósofos podem ser cansativos, no entanto há que não desesperar, pois alguns acabam, efemeramente, por se dedicar à política, mesmo se da Cultura… Refiro-me a Manuel Maria Carrilho, cuja obra vou percorrendo com algum vagar - PENSAR O MUNDO, vol. I

Na página 818, encontrei a seguinte pérola:

«... ao contrário do PSD que é permanentemente ziguezagueante, com Marcelo Rebelo de Sousa a apresentar uma política de manhã e outra à tarde. À noite, em geral não tem nenhuma, porque está a pensar na do dia seguinte: Marcelo é, do meu ponto de vista, pura gelatina política.»

Ambos, Manuel Maria Carrilho e Marcelo Rebelo de Sousa, atribuem supremo valor à política cultural, mas… Ambos são cultos, mas… vivem em estado líquido.

28.8.20

O futuro

 

L'avenir n'est plus ce qu'il était. Paul Valéry

Era esperança, solução. Era vida!

Hoje, fechou-se a janela…  É um ponto de fuga, numa estação de serviço ocupada por mutantes…

Todos querem ser bruxos e curandeiros, dispondo da vida a seu bel-prazer…Enredados, pensamos que caminhamos, mas não - alcatruzes de uma nora de outrora, falhámos o pomar e, embora oiçamos a ave, deixámos de a ver...

Quanto à Festa do Avante, continuo a não ter nada a dizer, embora não perceba a preocupação da rapaziada do CDS - lembra-me aqueles jovens da linha de Cascais que, logo a seguir ao 25 de Abril, vinham atacar os alunos do Passos Manuel.