29.10.20

O negócio natalício


Quando todo mundo quer salvar o Natal, alguma coisa vai mal!
O que a classe política europeia quer é salvar os votos e o negócio. 
Novembro é para esquecer, a começar pelos defuntos e pela cultura...
Vá lá, aplainemos a curva para que, em dezembro, possamos invadir as lojas, os hotéis, comer e beber à farta, viajar sem constrangimentos… tudo isto para celebrar o Natal, apesar da maioria se estar nas tintas para o significado da data, até porque logo a seguir não podemos perder a passagem de ano.
E depois, em janeiro..., regressamos à casa de partida.
Política de casino!

27.10.20

O interesse mesquinho


Por vezes, distraio-me e dou comigo a pensar no que move a decisão política. E chego sempre à mesma conclusão: o interesse mesquinho, no sentido de visão limitada. 
Essa decisão é, no entanto, apresentada em nome do  interesse público - seja dos trabalhadores e do povo, seja, simplesmente, do povo português.
Na atual situação de profunda crise económica, social e humana, o debate em torno do OGE causa-me nojo. 
E por mais que me digam o contrário, este tipo de debate só ajuda a compreender a mesquinhez de cada um dos partidos, incapazes de se unirem na procura das melhores soluções para atenuar a crise em que iremos viver nos próximos anos, se não formos 'ceifados' pelo vírus. 

25.10.20

Por unanimidade, o Bloco vota contra o OGE

Então, o Bloco de Esquerda quer salvar / apropriar-se do Serviço Nacional de Saúde?
Lembra as falsas grávidas que rondam as maternidades com o objetivo de roubar os recém-nascidos.
Parece que o Novo Banco, a TAP e o Montijo já deixaram de incomodar!
Por unanimidade, o Bloco vota contra o Orçamento. Voto democrático, certamente!

24.10.20

Dúvidas

Ontem, foram as irritações; hoje, as dúvidas.
De ontem, tudo parece ter ficado como estava. Penso, no entanto, que não será bem assim: as vítimas não deixam de o ser quando o silêncio impera.
Hoje, não sei se devo ser vacinado contra a gripe, porque, apesar do que se diz, custa-me a aceitar a ideia de que o que não faz bem, também não fará mal, no atual contexto. 
Bem sei que o senhor Presidente Marcelo já se chegou à frente, mas, a mim, falta-me a luz que o ilumina.
Nesta incerteza, começo a debater-me com uma dúvida caprichosa. Será que estar aposentado é o mesmo que estar reformado?
De momento, estou a sentir-me reformado, o que não me agrada por aí além - palavra fatal, o Além!

23.10.20

Irritações

Não vou avançar o motivo do sobressalto. Não gosto de voltar atrás. Mas há telefonemas que irritam, que nos colocam perguntas insensatas ou pouco piedosas, se quiserem. 
Há perguntas que revelam desvario ou pior, porque deixam no ar a ideia de que os justiceiros não olham a meios para atingir certos alvos que sabem fragilizados.
 

22.10.20

Sem máscara

 

Sem máscara, perder-se-ão imensos votos… Está dito!
A verdade vem sempre ao de cima. É preciso começar a preparar as eleições autárquicas. 
Por isso, o melhor é seguir o exemplo de quem anda sempre mascarado - estes e os outros…
Entretanto, vou esperando pela resposta… porque na propaganda, candeia que vai à frente alumia duas vezes.
Tudo serve, até o infortúnio!

20.10.20

O óbvio

Dizer o óbvio para quê?
Basta abrir os olhos e deixá-los pousar nas primeiras páginas, nas aberturas dos telejornais, nas postagens das redes sociais… e nem é preciso pensar no que possa estar errado, porque está tudo certo. É a nossa imagem refletida nos figurantes do momento.
Ainda pensei em solicitar a vacina contra a gripe, mas perdi a vontade depois de ver o nosso Presidente Marcelo em tronco nu. 
Não me lembro de que alguma vez me tenham mandado tirar a camisa para o efeito. Ainda se fosse uma radiografia!
Se apanhar a gripe, a culpa será do Presidente!

19.10.20

Aí está a chuva!

Aí está a chuva! Talvez os solos agradeçam que nós continuamos afastados do essencial. 
A estatística alarma-nos, deixando-nos atormentados em vez de nos obrigar a ser humanos, protegendo quem deveria merecer o nosso respeito - os mais velhos, encerrados em lares, mais ou menos clandestinos...
A obrigação do Estado é vistoriar todos os lares, independentemente do seu estatuto, acabando com os abusos de quem vive à conta da velhice.

18.10.20

Hoje foi domingo

 Um domingo chato, quezilento... O sol ainda aqueceu, mas nem assim ... Talvez, amanhã seja um pouco melhor - vem aí o mau tempo para compensar!

16.10.20

Os amigos

Os amigos não esquecem. Meia centena, cada um de per si, deu-me os parabéns. Muito obrigado a todos.

14.10.20

Sem passar pelas palavras


Apenas a música passa das notas às frases, que só fazem sentido se apreendidas globalmente. Eu não sei nada de música!
De palavras, sei um pouco mais. Sei que são constituídas por fonemas e que sem eles não há frases verbais… O problema é que somadas não fazem sentido - falta-lhes a coesão da história.
Mas isso pouco importa, a história deixou de explicar o passado e apontar o futuro. Estamos de regresso ao tempo dos mitos cuja função parece ser a de justificar a identidade clânica. 
Longe de qualquer clã, sigo o movimento da nora sem, no entanto, conseguir a harmonia que rege o dia, mesmo quando nos anunciam tempos de amargura.

12.10.20

Em dias alternados


Dia sim, dia não, vou ao rabisco e não fisgo uvas, só engaços como se… Os bagos já lá vão e os prometidos parece que já têm dono.
Assim sendo, aproveito para ficar em casa, em vez de me enfiar na adega. Creio que já não faz sentido ir lá provar o vinho. Nem mesmo pelo S. Martinho!
Por aqui, o Natal chegou mais cedo, mesmo sem luzes, se quiserem vir, sempre se arranja um copo de vinho… Mas por favor, venham apenas dois ou três…

10.10.20

Andar ao engano

Quando se observa o número daqueles que 'entram' num blogue, fica sempre a impressão de que anda muita gente a navegar ao engano. Por que porta, perguntará o ironista.
Em geral, o número de leitores é reduzidíssimo, o que significa que os visitantes acidentais proliferam.
Seria interessante saber por que motivo tropeçaram em certos 'posts' e, em particular, o que procuravam… e certamente não encontraram.
Passam como os insetos, mas não deixam marca... não replicam.
Se me desse ao trabalho de expor o que tenho feito por estes dias, o blogue talvez fosse mais apelativo. Mas para quê tornar público o que é privado? Por outro lado, da informação colhida é melhor nem falar - ela é tão absurda, tão fantasista, tão maçadora e perigosa… infantilmente desastrada que, mesmo à beira do precipício, somos convidados a dar o passo derradeiro…
 
(Claro que me estou a referir a blogues desinteressados e desinteressantes como Caruma.)

9.10.20

Consumidores

«Hoje em dia estamos ameaçados pela perspetiva de sermos apenas consumidores, indivíduos capazes de consumir seja o que for que venha de qualquer ponto do mundo e de qualquer cultura, mas desprovidos de qualquer grau de originalidade.» Claude Levi-Strauss, O pensamento 'primitivo' e a mente 'civilizada'.

Não resistimos aos estímulos de toda a ordem que determinam as nossas ações, apesar de sabermos que o consumismo é fator de desigualdade social e de ruína física pessoal e telúrica.

7.10.20

Na hora do coveiro

«A ciência nunca nos dará todas as respostas. O que podemos tentar fazer é aumentar, lentamente, o número e a qualidade das respostas que estamos capacitados a dar, e isto, segundo penso, apenas o conseguiremos através da ciência.» Claude Lévi-Strauss, O Encontro do Mito e da Ciência.

Pois é, a Ciência anda tão esquecida ou, melhor, desrespeitada. E por quem? Por gente que nada sabe, mas que opina como se detivesse a verdade. 
Habituámo-nos a ouvi-los, a concordar e a discordar. Sobre o quê? Apenas, a vaidade, o momento... 
Do problema nada sabem … e nós continuamos a ouvi-los, a lê-los. 
E até votamos neles, mesmo que eles sejam os coveiros dos seus próprios irmãos.

4.10.20

A crença nas palavras


Há muito que o homem atribui à palavra a capacidade que lhe falta para explicar os acontecimentos, para explicar a sua própria origem. E com esse procedimento, as palavras tornam-se mágicas, tornam-se poéticas. 
As palavras ganharam vida própria, dispuseram-se em doutrinas, o que deu aos homens a possibilidade de agirem contra os seus opositores, chegando ao ponto de os mandar matar - em nome de Deus, em nome do Rei, em nome da Lei.
Hoje, as palavras continuam a cegar o homem que, irresponsavelmente, se esconde nelas para proclamar a segurança - vivemos num tempo que, perante o desconhecido, em vez de nos calarmos, insistimos na magia da palavra.
Insistimos na mentira da palavra…

1.10.20

O amanhã que foi


Correu tudo conforme o protocolo consignava. Eles cumpriram a parte deles. Eu cumpri a minha... quer dizer, estou a tentar cumprir…, pois ainda falta recuperar da intervenção, e, sobretudo, ter a sensação de que o perigo desapareceu. A certeza será do especialista, mas só em novembro…
Eles, os médicos, os senhores enfermeiros e outro pessoal do recobro tudo fizeram para que o ato cirúrgico decorresse com rigor e em segurança… Seis horas mais tarde, enviaram-me para casa com guia de procedimentos - acompanhando-me até à porta do veículo que me embarcava, não fosse eu perder-me nalgum corredor do hospital (Curry Cabral).
O SNS, neste caso, cumpre plenamente a razão para que foi criado. Até a UFS promete receber-me para o devido acompanhamento sem hora marcada, desde que o faça das 8 às 19h.
(A nota pode parecer hermética, mas não é. Falta-lhe a contextualização, mas tal fica para a programação das TVs.)