Leitura de Felizmente Há Luar!

Leitura de Felizmente Há Luar!

Tempo da história – Séc. XIX - 1817

Tempo da escrita – Séc. XX - 1961

ü  Agitação social que levou à revolta liberal   de1820 – conspirações internas; revolta contra a presença da corte no Brasil e a influência do exército britânico;
ü  Regime absolutista e tirânico;
ü  Classes sociais fortemente hierarquizadas;
ü  Classes dominantes com medo de perder privilégios;
ü  Povo oprimido e resignado;
ü  A “miséria, o medo e a ignorância”;
ü  Obscurantismo, mas “felizmente há luar!”;
ü  Luta contra a opressão do regime absolutista;
ü  Manuel, “ o mais consciente dos populares”, denuncia a opressão e a miséria;
ü  Perseguições dos agentes de Beresford;
ü  Vicente, Andrade Corvo e Morais Sarmento, hipócritas e sem escrúpulos (informadores/ traidores);
ü  Censura à imprensa;
ü  Severa repressão dos conspiradores;
ü  Processos sumários e pena de morte;
ü  Execução do General Gomes Freire de Andrade, em 1817.

ü  Agitação social dos anos 60 – conspirações internas; início da guerra colonial;
ü  Regime ditatorial de Salazar;
ü  Maior desigualdade entre abastados e pobres;
ü  Classes exploradoras, com reforço do seu poder;
ü  Povo reprimido e explorado;
ü  Miséria, medo e analfabetismo;
ü  Obscurantismo, mas crença nas mudanças;
ü  Luta contra o regime totalitário e ditatorial;
ü  Agitação social e política com militantes antifascistas a protestarem;
ü  Perseguições da PIDE;
ü  Denúncias dos chamados “bufos”, que surgem na sombra e se disfarçam, para colher informações e denunciar;
ü  Censura;
ü  Prisão e duras medidas de repressão e tortura;
ü  Condenação em processos sem provas.

            Nota histórica sobre a Maçonaria:
As tropas franceses que em 1807 entraram em Portugal, comandadas pelo general Junot encontraram nove esqueletos atados de homens aparentemente maçons num calabouço subterrâneo. A época dos franceses mostrou-se primeiramente favorável para a maçonaria, mas em 1808 a Grande Loja teve problemas por motivos nacionalistas, porque ter sido forçada a pendurar em todos os templos maçónicos o imagem de Napoleão e por não condescender com o desejo do General Junot em aceitar um Grão-Mestre da sua graça. Sampaio foi reeleito em 1808. Mais duas vezes os franceses regressaram (uma vez sob Soult e depois sob Massena). Ambas as vezes a atividade maçónica renasceu e de cada vez surgiu o antagonismo e até a luta. Em 1809 um desfile publico dos maçons das forças armadas inglesas com bandeiras e emblemas despertou de novo a atenção da inquisição. Nos anos seguintes foram deportados para os Açores 30 maçons da capital.
Entretanto a Grande Loja liderada desde 1809 por Fernando Romão d'Ataíde Freire continuou a trabalhar em segredo no mosteiro São Vicente de Fora com 13 lojas, das quais foram membros muitos oficiais e funcionários públicos liberais. O seu sucessor, o General Gomes Freire d'Andrade, um oficial e grande simpatizante da causa nacional, foi, depois de ser denunciado, enforcado em 1817 por ordem do então comandante em Portugal, o brigadeiro inglês Beresford, com onze irmãos que como o Grão-Mestre não se submeteram ao domínio estrangeiro, sendo partidários da monarquia constitucional e defensores da mudança. Um dia antes da execução um coronel inglês visitou o Grão-Mestre na cadeia e ofereceu-lhe como irmão a oportunidade para a fuga. Gomes recusou a oportunidade. Em 1853 foi erguido um monumento no sitio onde morreu.
Em 1818 D. João VI do Brasil declarou por sua vez a atividade maçónica um crime punido com a pena de morte. Durante os três anos da monarquia constitucional reinou mais uma vez a liberdade. O conselheiro do estado, João da Cunha Souto Mayor, atuou como Grão-Mestre. Depois da contrarrevolução de 1823 apareceu logo a seguir um édito novo do D. João VI que condenava a atividade maçónica com o exílio de cinco anos em África.
         (Traduzido da Enciclopédia Internacional de Maçonaria por um M:. M:. da R:. L:. Alemgarbe)

Um teatro de forma dramática
Um teatro de forma épica
ü  Ativo
ü  Faz participar o espectador numa acção cénica; consome-lhe a actividade
ü  Proporciona-lhe sentimentos
ü  Vivência
ü  O espectador é imiscuído em qualquer coisa
ü  Sugestão
ü  As sensações são conservadas como tal
ü  O espectador está no centro
ü  Comparticipa dos acontecimentos
ü  Parte-se do princípio que o homem é algo já conhecido
ü  O homem imutável
ü  Tensão em virtude do desenlace
ü  Uma cena em função da outra
ü  Progressão
ü  Acontecer rectilíneo
ü  Obrigatoriedade de uma evolução
ü  O homem como algo fixo
ü  O pensamento determina o ser
ü  Sentimento
ü  Narrativo
ü  Torna o espectador uma testemunha mas desperta-lhe actividade
ü  Exige-lhe decisões
ü  Mundividência
ü  É posto perante qualquer coisa
ü  Argumento
ü  São elevadas ao nível de conhecimento
ü  O espectador está defronte
ü  Analisa
ü  O homem é objecto de uma análise
ü  O homem susceptível de ser modificado e de modificar
ü  Tensão em virtude do decurso da acção
ü  Cada cena em si e por si
ü  Construção articulada
ü  Curvilíneo
ü  Saltos
ü  O homem como realidade em processo
ü  O ser social determina o pensamento
ü  Razão
Bertolt Bretcht, Para uma arte dramática não-aristotélica

General Gomes Freire de Andrade (1757 – 1817)
Nasceu a 27 de janeiro de 1757, em Viena de Áustria, onde o pai era agente diplomático. A mãe era uma aristocrata da Boémia.
Aos vinte e quatro anos veio para Portugal e, aqui, seguiu a carreira das armas.
A época possibilitou-lhe a ocasião de expandir o seu feitio impulsivo e orgulhoso. Combate em Portugal e no estrangeiro. Combateu em Argel, em Oczakov, em Trás-os-Montes...
A fase mais longa da sua atividade guerreira passa-a na Legião portuguesa, que a política napoleónica organizou com o que havia de mais apto no combalido exército português. Sofreu, então, as vicissitudes das campanhas europeias.
Em 1814, com a derrota de Napoleão, cessam as andanças de Gomes Freire. Trata-se, para ele, de regularizar a sua situação perante o país. Sujeita-se ao processo de reabilitação, que o declara «livre de qualquer mácula».
Deixa Paris e instala-se em Lisboa. Isola-se e vive recatadamente com intenção de abandonar a «espada». Na maçonaria mantém uma atitude discreta.
Sondado por alguns conspiradores, não os anima, mas também não corta relações, disposto a representar um papel que, pensa ele, seria o moderador dos possíveis excessos revolucionários. Os governadores e Beresford, porém, esmagam a conspiração de 1817, segundo as leis e os costumes então em voga: depois de enforcado, o corpo de Gomes Freire foi queimado e os restos lançados ao mar. Um pouco simbolicamente, o mar tornou a depositá-los na praia...
                     Joel Serrão (direção) – Dicionário de História de Portugal

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