Um olhar despreconceituado… ou talvez não. A verdade é tudo o que nós ignoramos.
14.4.09
11.4.09
Pegas no Freixial
6.4.09
Barragem de Idanha-a-Nova
Para além da barragem Marechal Carmona, é de destacar a hidráulica agrícola, inaugurada em 1946 por Oliveira Salazar, com o objectivo de fomentar a agricultura, permitindo a fixação das populações. À primeira vista, o objectivo do Estado Novo continua por atingir. Para o visitante, existe um bom parque de campismo junto à barragem, apesar de, em abril, manter os principais equipamentos encerrados. É pena que a Orbitur não esteja mais atenta, pelos menos à semana da Páscoa! No entanto, para quem seja avisado, ou seja não se tenha esquecido de se abastecer no supermercado, vale a pena pernoitar na zona para fruir a paisagem, ouvir a passarada, calcorrear os vários itinerários, e finalmente repousar do bulício citadino e do lixo comunicacional.
2.4.09
O dia das verdades...
1.4.09
Digressão por fazer…
Na vida portuguesa, há coisas que não consigo entender. Por exemplo: Por que motivo há tanta gente a queixar-se de que é pressionada a torto e a direito. (Parece-me perfeitamente normal que isso aconteça.) O que é inaceitável é que já não haja homens ( e mulheres) íntegros, capazes de ignorar as pressões e cortar a direito, doa a quem doer. Inspectores, procuradores, juízes, árbitros, polícias várias, advogados, jornalistas passam os dias a levantar suspeitas sem apresentar provas, e, sobretudo, sem utilizarem os poderes de que dispõem para encostar à parede os prevaricadores. Qualquer malhador de púlpito ou de ministério os aterroriza!
No fundo, tudo se resume a uma educação mole, frouxa e céptica. A educação romântica conduziu à moleza e à fraqueza suicida. Por seu turno, a educação realista mergulhou-nos na descrença anticlerical e no cepticismo como forma de vida (a abulia). A educação republicana gerou a anarquia e o bolchevismo que o Estado Novo se encarregou de esconder no fundo da sacristia e de eliminar nas salas de tortura e na frigideira do tarrafal.
Esgotados, acreditámos que a revolução estava na rua, e a educação desapareceu nas secretárias dos burocratas e nas palavras de ordem de novas seitas que permanentemente atacam o erário público.
Digressão feita, penso que já compreendo o que ao princípio me assombrava.
31.3.09
Plátanos, nunca mais!
26.3.09
Se ignorarmos o contexto…
- “Querem ser tão boas e não prestam para nada!”
Será legítimo provocar o interlocutor, omitindo o contexto? Em termos éticos, parece-me condenável…
E em termos poéticos? A questão da legitimidade perde importância porque a elisão (omissão) é reivindicada como recurso expressivo privilegiado. Ao leitor competirá preencher o vazio, recriar o contexto, passando do particular ao universal.
Deste modo, o enunciado descontextualizado “Querem ser tão boas e não prestam para nada!” ganha, em termos poéticos, universalidade, exigindo a participação do leitor que pode, num ápice, deitá-lo para o “lixo” ou, pelo contrário, descobrir nele uma centelha de pessimismo…
No entanto, se eu voltar ao mote e o contextualizar – coisa rara no domínio da poesia! –, caio num espaço confinado em que uma pobre velha, desesperada, insulta um pequeno número de funcionárias que a impedem de saltar de uma cadeira de rodas para uma simples poltrona…
Naquele contexto, a cadeira de rodas e a poltrona protagonizaram o drama das 16 horas cujo desfecho foi bem menos poético do que o leitor poderá imaginar: uma velha agrilhoada, gritando: - “Querem ser tão boas e não prestam para nada!”
Afinal, a velha mais não queria que bater com a cabeça na parede, no chão, em qualquer outro lugar que não aquele… ou, talvez, não quisesse sair daquele espaço e quisesse, apenas, sair de si-própria…
(…)
A teimosia da velha lembra-me que, ontem, também eu pensei que o melhor seria dar uma cabeçada marialva no Ferreira de Castro para ver se liberta, de vez, dos vermes revivalistas que lhe roem os ossos na romântica Sintra e regressa definitivamente à Amazónia.
(Em Portugal, há umas capelinhas vazias, cujos pastores insistem em matar os fiéis!)