20.6.17

Por mais que arda

Por mais que arda, sinto que há quem se esteja marimbando... Há um claro desrespeito pela dor.
No Parlamento, continuam as querelas que impedem a reformulação da política florestal e de combate aos incêndios.
No Governo, temos três ou quatro ministros com visões sectoriais.
Ontem, um ministro mostrou-se aborrecido com a jornalista que lhe fazia perguntas sobre a questão global - ele fora convidado para responder sobre o seu pelouro...
Um antigo primeiro-ministro nada tem a dizer, pois a culpa é anterior e posterior à sua ação governativa.
Os sindicatos da área da educação continuam a sua luta, alheios ao problema nacional.
Por mais que arda...

19.6.17

Vivemos da imagem

«O mistério (e o Outro é um mistério) é um enigma excitante, mas tendemos a cansar-nos desta excitação. " E assim criamos para nós próprios uma imagem. Trata-se de um ato de desamor, da traição." Criar uma imagem do Outro leva à substituição da imagem ao Outro: o Outro torna-se doravante fixo - em termos tranquilizadores e reconfortantes. Já nada de excitante existe em ligação com ele...» Zygmunt Bauman, in A Vida Fragmentada, cita Max Frisch, Sketchbook 1946-1949.

Nas imagens não nos narcisamos apenas. Também as criamos para nos desresponsabilizarmos  do Outro. Para objetivizar o Outro.
E são milhões as imagens!
É como se tivéssemos desistido do futuro!

18.6.17

Quando algo corre mal

Quando algo corre mal, há sempre um coro a pedir a demissão do ministro da tutela. É pena!
Melhor seria que fossem apuradas responsabilidades  e punidos todos os que, de algum modo, tivessem contribuído para o desastre.
Se este princípio fosse aplicado, Portugal seria um país bem mais rico e, sobretudo, soberano.

O incêndio do Pedrogão Grande

Acordo. O quantificador esmaga. Já são 62 os falecidos no incêndio do Pedrogão Grande..., mas o território é muito mais vasto, e as pessoas continuam ao abandono...
O Presidente diz que não era possível fazer mais. Sim, no momento, não seria possível, mas antes pouco ou nada foi feito... E esse é o nosso problema.

Neste caso, já que nada posso fazer pelas vítimas, o meu privilégio é censurar os responsáveis...isto é,  aqueles que apostaram na desertificaram do território, aqueles para quem o maior lucro é o único objetivo.

17.6.17

É meu privilégio

«É meu privilégio enquanto homem que, através da atividade escondida do meu ser, eu possa estabelecer uma barreira intransponível à objetificação.» Martin Buber

Não é fácil! E a culpa é do adjetivo e do quantificador...
Tudo o que me pedem é que eu avalie, classifique, caraterize, discrimine...
Tudo o que me pedem é que esconda a emoção.
Tudo o que me pedem é ação neutra, racional, serva da ética - essa lei universal que tudo regula: adjetiva e quantifica... e nem é preciso recorrer à estatística.

Dúvida sobre a data da inauguração do Liceu Camões


Ainda no inicio do século vinte este local era conhecido como o "Sítio da Bemposta", compreendido entre a antiga "CRUZ DO TABUADO", depois "LARGO DO MATADOURO" e desde 1915 por "PRAÇA JOSÉ FONTANA", e prolongava-se sensivelmente até ao "LARGO DE SANTA BARBARA" para nascente.
No ano de 1900 presidia ao Governo do Reino «JOÃO FRANCO» que resolveu mandar construir três Liceus em LISBOA. Começou por mandar concluir o Liceu na cerca do "CONVENTO DE JESUS" o «LICEU PASSOS MANUEL», cujas obras estavam paradas há mais de dez anos, e adquirir terrenos no sítio da ESTRELA e na "CRUZ DO TABUADO", para a construção de mais dois.
O primeiro a ser concluído foi o da "CRUZ DO TABUADO", e foi-lhe dado o nome de «LICEU CAMÕES». Foi o primeiro liceu moderno de LISBOA, promovido pelo ESTADO no âmbito de uma política de fomento do ensino, e projectado pelo Arquitecto «MIGUEL VENTURA TERRA»(1866-1919) e construído por "ANTÓNIO RIBEIRO".
Teve a sua inauguração no dia 8 de Novembro de 1909.


- De verdade, quando é que o Liceu Camões foi inaugurado? A 16 de Outubro de 1909 ou a 8 de Novembro de 1909?

16.6.17

O mínimo passou a ser igual ao máximo

Afinal, os professores, no dia 21, podem fazer greve a tudo, desde que assegurem os serviços mínimos...
Isto é: receção das provas, distribuição das mesmas por sala, coadjuvância por disciplina, dois vigilantes por sala, suplentes quanto baste, secretariado a funcionar...
Neste cenário, não há qualquer problema: o ministério mantém a realização das provas e os sindicatos não necessitam de fazer qualquer braço de força... Ninguém perde a face!
Quanto aos professores, fazem como o Pero Marques, carregam às costas a Inês para que ela possa divertir-se com o falso ermitão...
Os portugueses devem estar orgulhosos, como diria o Centeno...