31.5.18

Limpeza no Santuário em dia de Corpo de Deus

 A Solenidade Litúrgica do Corpo e Sangue de Cristo, conhecida popularmente como "Corpo de Deus", começou a ser celebrada há mais de sete séculos e meio, em 1246, na cidade de Liège, na atual Bélgica, tendo sido alargada à Igreja latina pelo Papa Urbano IV através da bula "Transiturus", em 1264, dotando-a de missa e ofício próprios. 


Não participei na Solenidade Litúrgica, o que, espero, não agrave a minha situação aos olhos do Divino, pois guardei o dia para limpar, em fim de prazo, terrenos, certamente, abençoados, pois num deles encontrei uma placa, em que se destaca o termo SANTUÁRIO...
Ninguém me pediu autorização para a lá colocar, mas, segundo me dizem os entendidos, doravante posso caçar naquele bendito terreno...

30.5.18

Antissocial?

Preocupa-me que os Estados andem preocupados com o nascimento e a morte dos cidadãos. E depois há todos aqueles - grupos, associações, amigos - que, sempre que o Estado se agita, decidem tomar partido, esgrimindo dogmas a favor ou contra, embora se confessem defensores das liberdades individuais (no plural), sem esquecer todos os titulares de cátedra religiosa e laica...
Tanta agitação para quê? E ainda dizem que uns ganham e outros perdem e deitam foguetes e ameaçam voltar à carga - versão bélica do humano.
Desconfio que me estou a tornar antissocial. Ou será sintoma de anarquismo?

29.5.18

EU + THANATOS = Morte sem dor

«Il n'y a qu'un problème philosophique vraiment sérieux: c'est le suicide. Juger que la vie vaut ou ne vaut pas la peine d'être vécue, c'est répondre à la question fondamentale de la philosophie.» Albert Camus, L'absurde et le suicide.

Se eu bem entendo a essência da questão, o que está em causa é o SENTIDO DA VIDA... e só o próprio vivente é que deveria decidir o que fazer da sua vida. Não os parlamentos, onde os filósofos são raros... e provavelmente sábios para se absterem... 
Por mim, a dor individual não é matéria que possa ser legislada, tal como o prazer... 

Vamos lá regatear!

Aluno: - Quando é que faz a autoavaliação?
Surpreendido, o professor replica: - Quando é que apresenta oralmente a obra selecionada no âmbito do projeto de leitura? - E trabalho escrito, apresentou algum durante o ano?
Resposta do aluno: - O que é que isso tem a ver com a autoavaliação?

Este professor ainda é daqueles que pensa que lhe compete criar as condições para que cada aluno possa expor o modo como terá cumprido os critérios de avaliação, mas isso, afinal, não tem qualquer significado...

Sob uma amoreira, acabo de ver um papá babado com o filhote ao colo, incitando-o: - «Meu lindo menino, já deve chegar, mas é como tu quiseres, faz o que te apetecer!»

Ele nem precisa de regatear!

28.5.18

Podem os sindicatos de professores ser felizes?

A notícia da greve às avaliações no final do ano parecia refletir ameaças recentes, aceitáveis por muitas razões... só que o detalhe envenena: estas só terão início a 18 de junho, deixando de fora as avaliações do 9º, 11º e 12º anos. Consequentemente, os exames não serão postos em causa...
A meu ver, estas manobras sindicais só prejudicam os professores, contribuindo para o descrédito social da classe.

27.5.18

Com três sílabas...

A 'árvore' tem três sílabas tal como a 'palavra' - o 'homem' só tem duas, o mesmo acontecendo à 'mulher', a não ser que se chame Maria...
A 'árvore' não engana. Tem raízes, tronco e ramagem. Já quanto à 'palavra', nem sempre exprime lisura, embora, por vezes, seja expressão de secura...
Até o 'espírito' é constituído por três sílabas, apesar de andar longe da santidade. Basta recordar que, certo dia, "visitou" (forma eufemística para os dias de hoje) Maria, deixando-a grávida sem ela ter conhecido homem...
Serve a presente nota para mostrar a minha preferência pelas 'árvores'. De todas as criaturas, só elas me inspiram, porque, para além das estações, elevam-se aos céus sem terem necessidade de ludibriar - sem necessidade de que o espírito desça sobre elas...

26.5.18

O chinelo

Cai pela ribanceira abaixo. Joelho esfolado, mãos arranhadas. Tem vontade de chorar. Mas para quê?
Sacode a poeira, disfarça o rasgão e volta a subir a encosta, como se nunca tivesse saído do trilho...
Sabe de antemão que terá de prestar contas, experimentar, na melhor das decisões, o chinelo... De sola, o chinelo, que melhor seria que fosse de pano ou até de cortiça - modernices!
Fiquemo-nos pelo chinelo, bendito! As alternativas já experimentadas eram muito mais dolorosas, hoje, dir-se-ia, gravosas, pois habituámo-nos a formular juízos de valor condenatórios porque queremos estar de bem com a opinião, pondo de lado a consciência...
Depois de tanta queda e da eliminação do chinelo, mesmo se de pano, vejo-me sem saber se ainda há consciência, se ela era uma imposição cultural ou uma exigência pessoal...
O que eu sei é que só posso usar o chinelo no pé, em casa, na praia... até posso de ir de chinelo para a escola que já ninguém reclama...