30.6.18

Anja Flach em Portugal

Em Coimbra, 30.06.2018
Ontem, na sede do MAS, em Lisboa, Anja Flach procurou convencer o auditório (pequeno) de que a resistência curda é, no essencial, um movimento de libertação comunitário, em que os membros, em grande parte mulheres oprimidas, tentam construir uma alternativa à sociedade patriarcal, capitalista - predadora...
As ferramentas de que dispõem são escassas, mas, se preservado o território comunitário*, parece possível combater, através do trabalho manual e da educação, a resignação milenar, devolvendo alguma da felicidade há muito perdida… 
A utopia curda enraíza-se num tempo anterior ao império otomano e a todos os colonialismos de que foram e são vítimas, por isso tem poucos aliados, porque na verdade não existe um território curdo, mas, sim, ilhéus em que os valores se vão diferenciando de acordo com os contactos a que se veem obrigados… 
A utopia curda continua, no entanto, cercada por poderosos interesses que visam a apropriação e a partilha do Médio Oriente e que não olharão a meios para a esmagar, até para que não sirva de exemplo a outras comunidades esquecidas…
Em Portugal, o que se sabe sobre os povos curdos é infelizmente residual, até porque a diretriz curda não passa obrigatoriamente pela construção de um Estado, como, por exemplo, o turco… 
Nós, por aqui, amamos o Estado e estamos convencidos de que ele só pensa em nós…

* o que explica a luta armada em que as mulheres têm um papel importante, tal como aconteceu durante dois anos com Anja Flach...
Lisboa, MAS, 29.06.2018

29.6.18

O rolo compressor

Nos últimos dias, o rolo compressor das perguntas e das respostas tudo tem feito para justificar o injustificável, para esmagar a nulidade do processo de aprendizagem.
Estou no ponto em que as evidências deixam de ser evidentes.
Há, porém, umas tantas que eu não vou conseguir esconder debaixo do alcatrão...

28.6.18

Em bicos dos pés

O presidente Marcelo não resistiu! E lá deu uma lição ao presidente dos Estados Unidos - imaginou-se Vasco da Gama perante o rei de Melinde! - dando-lhe conta da grandeza da obra portuguesa no seu máximo esplendor atual expresso no número de emigrantes e na grandeza do Cristiano Ronaldo…
Fê-lo com ironia para que os portugueses entendam a nossa superioridade inteletual, fazendo crer que o presidente Trump não entenderia a saloiice da conversa … e nós aplaudimos com a bênção de Putim…

27.6.18

Uma maçada!

São tantas as palavras!
Correm sonsas e desarticuladas… 
As palavras, bem queria que fossem ingénuas, inocentes, primitivas…
Nada disso: nem sequer matreiras, mentirosas, brejeiras...
As palavras surgem ocas, disparatadas… 
- expressão de uma idiotia coletiva nutrida de presunção e água-benta.

(Já me esquecia: a Prova de Literatura Portuguesa era de fácil resolução desde que o examinando compreendesse a língua de Garrett e de Agustina Bessa-Luís!)

26.6.18

No caso da greve dos professores, só falta o vídeo-árbitro!

“Tal como solicitado pelo Ministério da Educação, o Colégio Arbitral deliberou, por unanimidade, que os conselhos de turma relativos aos 9.º, 11.º e 12.º anos de escolaridade devem realizar-se até à data limite de 05 de julho, a fim de emitirem a avaliação interna final."Serviços mínimos

Comentários para quê? A verdade é que, neste século, os professores têm sido os bombos da festa. Diga-se o que se disser: ser professor tornou-se uma profissão desgastante, desrespeitada, desautorizada e mal remunerada, sobretudo para todos aqueles que, nos últimos, foram impedidos de progredir na carreira… ao contrário do que é apregoado por comentadores encartados na defesa de interesses privados.

Nota: Em vez de vídeo-árbitro, o cardeal ameaça com a solicitação de aclaração da decisão.

25.6.18

O programa chama-lhe 'educação literária'

«A capacidade de o cidadão se situar no mundo depende, em parte, da sua relação com a obra literária. O programa chama-lhe "educação literária"...» 

Ao contrário do que escrevi no dia 19 de junho, o exame de Português do Ensino Secundário testa minimamente a relação do aluno do 12 º Ano com a obra literária. A minha baixa espectativa gorou-se…
Há, todavia, um problema: a educação literária parece não estar a ter sucesso, pois, pela evidência recolhida, poucos são aqueles que leem as obras e que, se o fazem, lhes entendem a mensagem…
É um pouco como se os deserdados se obstinassem em desistir!

24.6.18

Simplesmente, cretino

Cretino é o adjetivo que serve para designar um indivíduo que tem uma incapacidade mental; serve para designar quem não tem muita inteligência - o idiota; serve para designar uma pessoa manipuladora, capaz de prejudicar os outros, mesmo que sejam seus amigos, que infringe todos os padrões de dignidade…

Para memória futura

BdC: "Um conjunto de cretinos viciou resultados. Não quero fazer parte de uma elite mal cheirosa. Deixei de ser sócio e adepto do Sporting."

Apesar de tudo, BdC soube escolher o adjetivo. O problema está no objeto…
Em setembro, não me vou esquecer desta 'pérola' para treinar a técnica do retrato.