18.3.08

Ovelha dócil sem pastor...

Ovelha dócil, sento-me, aqui, em frente desta porta, à espera do veredicto. Ainda ninguém me chamou, mas o hábito condiciona-me. Do outro lado do corredor, também há luz, o que indicia presença humana. No entanto, espero não ser chamado a atravessar o corredor. A memória fustiga-me por causa de um diagnóstico adiado.

As portas são rigorosamente iguais e simétricas, mas as possibilidades são distintas.

(pausa) Afinal, a porta deste lado do corredor traiu-me. Acaba de sair uma fisionomia que não corresponde à imagem que retive da anterior visita. Mas espero estar enganado: talvez aquele rosto corresponda ao de um paciente tranquilo, ciente de que a Quaresma está chegar ao fim.

E de facto, o meu nome obriga-me a atravessar o limiar desta porta para ouvir dizer que a Quaresma é o único tempo de que disponho: água com umas gotas de limão elimina os cálculos e quanto ao resto, tenho que carregar a cruz dos dias sombrios...

Ficou, todavia, uma esperança: daqui a um ano estou obrigado a sentar-me novamente diante daquela porta, deste lado do corredor, e aposto que ninguém se surpreenderá se às 18:45 eu lá estiver sentado, ovelha dócil sem pastor...

1 comentário:

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