Estou sem saber a partir de que idade é que o problema da identidade se coloca…
Atualmente, a noção de pertença a uma determinada comunidade perde terreno… esvai-se no tempo.
Há quem pense que a identidade nos é oferecida já fechada, sem necessidade de construção ou de aperfeiçoamento.
Numa perspetiva diacrónica, a identidade é uma questão resolvida, aborrecida e bolorenta…
Por exemplo, explicar que o sebastianismo é a expressão lusa do messianismo obriga a uma viagem no tempo hebraico, desde o cativeiro à busca interminável da terra prometida na condição de povo escolhido pelo Criador, mas para quê?
No caminho, o Messias foi crucificado, sendo ressuscitado pelos gentios, mas para quê se a analogia deixou de funcionar?
Quem é que ainda quer acreditar que um dia fomos escolhidos? Quem é que quer acreditar que um dia deitámos tudo a perder? Quem é que quer acreditar que, apesar de tudo, o Criador não desistiu de nós - a humanidade cada vez mais desumana?
Há viagens perdidas logo à partida.