29.4.23

Se não fossem as flores...

o que seria de nós?
(O que será de nós? Há regras que convém venerar...)

Em tempos de indisciplina, já não sei o que pensar... a liberdade justifica tudo até ao dia em que seja necessário aprisioná-la para que possamos sobreviver (mau argumento, bem sei!).

No que me diz respeito, já não tolero a comunicação cada vez mais determinada pela vontade de instalar o caos.
E, infelizmente, já não suporto um governante que parece viver numa torre de marfim e que se revela incapaz de reconhecer que tem vindo a fazer más escolhas para ministérios decisivos para o futuro do país...
Espero que Maio, para além das flores, traga clarividência e coragem para deitar fora a fruta podre... e já agora que a nova seja colhida diretamente na árvore, evitando qualquer tipo de frigorificação.


25.4.23

Neste estranho 25 de Abril

Hoje, a 25 de Abril, acabei de ler MACBETH... 
Tantos assassinatos justificados pela ânsia de poder; na assombra, o punhal serve o déspota, acicatado por uma mulher estéril e que, a cada momento, o acusa de cobardia...
Nesta data, em nome das liberdades, dentro e fora do Parlamento, desrespeitou-se o 25 de Abril... Infelizmente, parece que há cada vez mais discípulos de MACBETH...

24.4.23

Livros usados

Se procura livros usados, entre em contacto... (macagomes@hotmail.com)

Domínios:

Literaturas (lusófona, francesa, comparada...)

Ciências humanas (psicologia, psicanálise, sociologia, antropologia...)

Didática da língua e da literatura portuguesa

20.4.23

Tanta água...

Tanta água, e só um pato real!

Em terra, tantos patos... e um rasto inclassificável... um labrego em cuecas expõe-se à espera de ser pescado. 

Entretanto, a maré vai cheia e o peixe escapa-se para águas profundas.

(Na Praia dos Pescadores, Póvoa de Santa Iria, só havia 4 canas de pesca debruçadas sobre o Tejo, absortas... talvez fossem do labrego ao sol, quem sabe...)

16.4.23

Imperdoável




De memórias, há quem diga, se nutre o presente. Só isso!

No entanto, imperdoável  é deixar de ver as borboletas e de ouvir os melros...

Como prova de que não se deve viver só de memória, acabo de avistar uma pega rabuda às portas de Lisboa...

Isto sem falar do que vamos guardando no inconsciente, de forma voluntária ou não...

11.4.23

Ao sol de Abril

Sem águas mil...
Que mais posso acrescentar que uma qualquer comissão de inquérito não venha pôr em causa...
Já nem o cardeal patriarca pode viver em paz, acossado que anda pelo mafarrico que vive à sua beira...
O silêncio já foi de ouro, agora é apenas espuma suja atirada pela janela de quem não tem alma...
Ao sol sem águas mil...

9.4.23

Em Abril, Abílio Tavares Cardoso

(21-06-1932  —  31-03-2020)

Ontem, ao ler AS NOVAS RECOMENDAÇÕES SOBRE A TÉCNICA DA PSICANÁLISE I, de Freud,  lembrei-me desse excelente homem que conheci como orientador pedagógico de Francês no início dos anos 80 do século passado...

O conselho freudiano de que o psicanalista se abstivesse de tirar notas durante as sessões de análise trouxe-me à memória a atitude  de Abilio Cardoso nas aulas dos estagiárias: sentava-se ao fundo da sala, e, durante as aulas, não intervinha nem registava qualquer 'incidente'  crítico que pudesse ocorrer. Retirava-se, de imediato para o café Sintrense.... e só mais tarde ressurgia com o seu bloco de notas, comentando escrupulosamente o que acontecera e aconselhando apenas no que entendia exequível...

À época, eu sabia quele fora padre e que tinha abandonado o sacerdócio, como tinha acontecido com muitos outros, inclusive com muitos estagiários de Português, Francês, Latim, História e Filosofia colocados na Escola Secundária de Santa Maria, na Portela de Sintra...  Não sabia, no entanto, que o Cardeal Cerejeira o tinha afastado da função de Reitor do Seminário dos Olivais...

Ao procurar informação, deparei-me com a seguinte notícia:

Faleceu ontem Abílio Tavares Cardoso. A sua memória perdura em quantos viveram de algum modo os efeitos da decisão do Cardeal Cerejeira, fazendo cessar as suas funções de Reitor do Seminário dos Olivais, quando sopravam entre nós ventos da renovação nos meios católicos.

 3 Abril, 2020

A associação entre Freud e Abílio Cardoso levou-me a procurar neste blogue referência ao segundo, mas não encontrei ... o que me surpreendeu, pois tinha tido significado na minha vida como docente... nem sequer notícia do falecimento. 

Ora, em Abril de 2020, eu acabava de me aposentar num contexto inesquecível, o da COVID 19... A notícia não me chegou ou apagou-se no meio do caos que se estabelecera...

6.4.23

Visitado por três vezes

É obra! Três clics! À procura do quê?
Nem sei porque me dou ao trabalho de verificar o número de visitantes...
Bem sei que o blogue não é suficientemente atrativo e, sobretudo, é narcísico quanto baste. O EU não consegue diluir-se nem sequer vestir-se de outras cores mais primaveris... Quem sabe, até mais pluviosas... só que abril já não rima com 'águas mil'...
Talvez pudesse recuar, e queixar-me, mas de quem ou de quê? Seria redundante, pois já o devo ter feito inúmeras vezes... é só revisitar os fundos, sem fundo.
(O Freud não se cansa de me dar ideias que, no entando, se vão reduzindo a jogos palacianos, deixando de fora os escravos, a maioria.)
E depois a ideia de que sei, bem sei, é absurda. O saber lisonjeia, mas só traz dor.
Ora o que verdadeiramente conta é fugir da dor ou, pelo menos, aprender a controlá-la, naturalmente.
Nem que seja imaginando os anónimos que me visitam.

Alegria.

1.4.23

3 anos depois

 

Passaram 3 anos, perdi (temporariamente) os óculos e fotografo-me à sombra das palmeiras do Hospital Curry Cabral...

As salas de aula ficaram para trás, tendo sido substituídas por consultórios médicos e enfermarias.

A troca não compensa, mas o que fazer? Nem sempre a aposentação traz melhores dias, sobretudo porque coincidiu com o confinamento imposto pelo Covid 19... 

Pode ser que a linha invisível não quebre, e, se quebrar... nada mais haverá a dizer.

De facto, o que se disse foi sempre tão pouco que não espanta que a distância vá aumentando.