30.9.18

Não sou traidor

Amanhã, vou trabalhar, como sempre fiz, porque no lugar onde nasci a maioria era analfabeta… Embora, oficialmente, o analfabetismo seja residual, ponderadas as atuais circunstâncias, não vejo qualquer motivo para alterar o meu comportamento.
Não sou traidor, porque nunca aspirei a fazer parte de uma classe… Até porque, no caso presente, não se trata de luta de classes, mas, sim, de radicalização de posições prejudicial a muitos que a abraçam…
No meu caso, o silêncio seria mais cómodo. Prefiro, no entanto, explicar que o meu compromisso sempre foi com os alunos e sempre será.

29.9.18

Da voz, o silvo

Quando se enfurecia, a voz tonitruava, ouvia-se bem longe. Todos o conheciam pela voz assustadora, cheia de promessas de vergastadas… 
Era baixote, atarracado, trabalhava de sol a sol, mas a terra árida não lhe multiplicava o grão nem lhe devolvia as palavras - seguia um plano de que ele não era parte.
Só a vergasta o acalmava. Quando ela desabava sobre a vítima, ninguém mais o ouvia. Só um silvo repercutia…
Porquê? Não sei. Temo, no entanto, que da voz já só me sobre o silvo, mesmo quando ela se enfurecia porque a terra árida seguia um plano de que ela, por culpa própria ou alheia, não fazia parte.
Há dias em que a terra é toda árida!

28.9.18

A lucidez de Laborinho Lúcio


Quando me falou de olhar o ensino a partir das crianças fiquei com a ideia de que ia falar-me de competências e de vocações...

Sim, há para mim um aspecto fundamental que é este: vivemos perturbados e preocupados com a necessidade de gerar competências, competências, competências. E não nos damos conta de que encharcamos as crianças de tal maneira com competências que nunca chegamos a saber quais são as suas capacidades. Ora a escola tem um período inicial, que pode ser de anos, deve ser de anos, em que fundamentalmente o importante deve ser soltar as capacidades máximas de cada criança. E agora que eu conheço a capacidade máxima de cada criança, então sim, introduzo as competências. Como é que vou saber as suas capacidades? Distinguindo competência do conhecimento. Conhecimento, até há pouco tempo, estava ligado a uma certa universalidade do saber. Hoje, o conhecimento está muito ligado à sociedade de inovação, à criação de valor, portanto, muito comprometido com uma sociedade tecnológica. Mas o conhecimento mais global, mais universal, é fundamental para desenvolver as capacidades, e quando confundimos conhecimento com competência ou o entalamos dentro desta ideia de sociedade de inovação, entulhamos as crianças com coisas que não lhes dizem nada e deixamos de ser capazes de compreender as suas capacidades. Desenvolver as capacidades de uma criança é um dever que qualquer pessoa ligada à escola e à educação. A seguir vamos trabalhar o conhecimento, que já permite desenvolver pensamento crítico, escolher. Competências e capacidades
Se Laborinho Lúcio tem razão, isso significa que, ao entrar no ensino secundário, cada aluno já deverá ter consciência das suas capacidades… isto é, cada aluno levará consigo um registo das suas capacidades, competindo ao professor colocá-lo em situação de… Fazer o quê?

25.9.18

Mediador

Hoje, 25 set., iniciei o dia com uma ideia que fez o favor de se evaporar. 
Atravessei a cidade segundo um plano subterrâneo inexplicável para quem a percorre quotidianamente à superfície, mas perfeitamente aceitável para quem se habituou a viajar de metro…
Hesitei em saudar Mário de Carvalho por ter chegado aos 74 anos. Afinal, há certos gestos que o Facebook insiste que realizemos, independentemente da distância a que vivemos.
Descobri que Fernando Pessoa escolheu o dia de 1 de abril para anunciar que «o poeta é um fingidor.» Admirável sentido de humor!
Conclui que 'ao espalhar por toda a parte' a memória 'daqueles que por obras valerosas / Se vão  da lei da Morte libertando', Camões assumiu definitivamente o papel de mediador, sem o qual o mérito teria o mesmo destino que a ideia matinal
E depois, há aquelas Autoridades que ninguém reconhece como tal - Harold Bloom, Eduardo Lourenço… 

23.9.18

Não vou ...

Não vou abdicar, nem reformar-me, nem a enterrar (espero), vou apenas poupar as palavras de tão vulgares que elas circulam. Por isso não estranhem a minha ausência. 
Regressarei se houver algo de nobre a acrescentar. 
De momento, sinto-me cansado de tergiversações - da moleza mental que medra nas redes sociais.

22.9.18

Pacóvio suburbano

Apesar de tão viajado, de tão condecorado, quem é que se lembra dele? Caído no esquecimento, a contas com uma cunha pacóvia, regressou agora, zangadíssimo com a plebe do Rio, declarando alto e bom som que se recusa a mergulhar com eles, porque são «pacóvios suburbanos».
O uso do valor restritivo do adjetivo 'suburbano' leva-me a pensar (?) que o diplomata não quis deliberadamente referir-se àquela gente de origem obscura que, de tempos a tempos, assalta a grande metrópole, em nome de sombrios valores ancestrais. 

21.9.18

Martins da Cruz abandona os pacóvios do PSD

António Martins da Cruz disse: “Não me revejo em pacóvios suburbanos”. Martins da Cruz
Diga-se de passagem que a vida do PSD nunca me entusiasmou, embora não me seja indiferente, até porque o país muito sofreu sob a batuta de Cavacos, Durões, Santanas e Coelhos…, alguns deles zelosos pacóvios…
O que me espanta é que o ilustre alfacinha Martins da Cruz só agora se tenha apercebido da existência de pacóvios no PSD até porque serviu o "filho de Boliqueime" mais do que uma década…
A verdade é que é difícil encontrar um pacóvio que tenha sido tão condecorado como ele. Pelo menos, 25 condecorações!
Porque será que levou tanto tempo?

20.9.18

Dentro do espelho

«- Quem tem poder, se tem poder, quer que o vejam.
- Porque a política é um espelho - disse o outro. (…) 
- Mas o espelho está sempre presente - disse o outro. (…)
- A verdade é que um espelho é a televisão - disse o caixa.
- Exacto - disse o outro. Um espelho que guarda as caras.
- Tem-nas todas lá dentro e quando nos olhamos vemos a cara de outro.»
                                   Ricardo Piglia, A Cidade Ausente

Quando os estímulos exteriores são muitos, recolho-me na leitura. Só que ela devolve-me o circo… Por mais que faça, não escapo à greve dos enfermeiros, à paralisação dos taxistas, à lição do Professor Marcelo Rebelo de Sousa. 
Todos eles se movem na «caixa», alardeando poder. Todos eles «estão ali» à espera da minha sujeição, do meu reconhecimento…

Atualização

Neste setembro, os plátanos continuam com as mesmas virtudes e os mesmos defeitos, embora sob dupla ameaça - ou os arrancam e a obra avança, ou a obra é adiada, apesar do verdadeiro motivo ser outro.
Tudo se mantém, à exceção de quem deles se ocupava abnegadamente - está de partida…

19.9.18

Da vida nada lhes interessa

Não sei se todos procuram a notoriedade, mas desconfio que sim. O caminho é que parece não oferecer dúvida desde que seja mediático.
Não duvido das suas capacidades - nem as quero avaliar -, mas desconfio que estão convencidos de que pouco serve esforçarem-se, de que o mérito já teve melhores dias, apesar de não quererem saber quais…
Embora alguns saibam que, n'Os Lusíadas, o Poeta vivia amargurado porque os homens do seu tempo nenhum valor atribuíam ao empenho (e desempenho) dos seus antepassados, a verdade é que a glória abonada pela ociosidade, pelo saque e pelos privilégios lhes parece natural…
A imagem tem hoje um tal estatuto que os anjos sem rosto já nem necessitam de penumbra. 
No olimpo das nossas retinas e dos nossos tímpanos, há cada vez mais famosos da Hora - sorriem, dão gritinhos agudos, silabam contentamentos fúteis e mesquinhos... 

18.9.18

A viver no Paço

Não sei se o problema é das calças, se é do sapateiro, se de ambos. No entanto, compreendo que o melhor é esquecer o protocolo, enviá-lo para o museu. A bem da nação, a Sul, o protocolo é colonialista…
O que interessa são os negócios do futuro, de preferência, que os do passado ainda eram resquícios da exploração colonialista.
Vamos lá alinhavar uma parceria fraterna, em que a razão seja determinada pela emoção, esquecendo o ensinamento do Poeta que, apesar da sua experiência austral, nos quis convencer que o coração só servia para entreter a razão…
Por aqui, o problema é o de sempre! Continuamos a viver no Paço...

17.9.18

Talvez, a mãe

Nem a cretinice mata a esperança, nem a desilusão me faz perder a razão. Claro, há enganos, alguns piedosos. Compreende-se que os olhos só vejam o que a vontade lhes ordena - o empirismo pode ser demolidor…
Claro que esta manhã não seria igual a si própria sem um pouco de empáfia - reiterada. E sem os ruminantes costumeiros, sem esquecer os inomináveis…
De tudo o que fica, só a saúde vale a pena. O resto é empréstimo a fundo perdido, embora não saiba se alguém avisou o Costa - talvez, a mãe. Mas quem ouve as mães? 

16.9.18

A mentira do SOL e a verdade de João Costa

«O TALIS é um inquérito respondido diretamente por professores e diretores sobre condições para o exercício da profissão docente: desenvolvimento profissional, ambiente, condições de trabalho, liderança, gestão, carreiras, etc.» (João Costa)
A primeira assenta na arte de empastelar; a segunda, na arte de responsabilizar os inquiridos. Afinal, eles é que fornecem os dados errados...
E os professores continuam a marcar passo, tal como o país…

Hoje, informa-se primeiro e investiga-se depois, caso a mentira seja descarada… Por seu turno, os governantes persistem no erro de pensar que nos deixamos iludir com qualquer estatística levada a cabo por aprendizes de sociólogo e de linguista...

15.9.18

A fingir

«É difícil saber-se se uma pessoa é inteligente ou se é um imbecil a fingir que é inteligente.» Ricardo Piglia, in A Cidade Ausente

A fingir sem nada criar.
Quem cria é inteligente! Como diria Pessoa, é um fingidor. Mas este é exceção.
Temos assim dois tipos de fingidores: um inovador; o outro impostor… O último, por vezes, age involuntariamente, segue a mediocridade do meio, acreditando que o modelo é suficiente - bastará copiá-lo para poder singrar…
Estou de regresso à tarefa de fingir que sou capaz de distinguir, para além da carapaça, os criativos dos imbecis. Para o efeito, mais do que ver, vou necessitar de ouvir atentamente, sem me deixar iludir por essa cascata de ouropel que nos cerca...

14.9.18

Nada de mal!

Ricardo Ferreira, que foi assessor do antigo ministro da Economia Carlos Tavares, considerou hoje "natural" e não ter "nada de mal" ter saído do Governo para a EDP em 2005. É natural sair do governo e ir para…

Com tal conceito de "mal", o que não é "natural" é ter integrado um Governo de Portugal… 
O problema começa no modo como se "entra" para a política sem ter aprendido a distinguir o "bem" do "mal", a "verdade" da "mentira"... Em termos de 'educação para a cidadania', estes conceitos deveriam merecer particular atenção…
Nem sei por que motivo dou atenção a este tipo de declarações, mas irrita-me que as consideremos "naturais" e que não tenham "nada de mal"...

13.9.18

A rejeição

O pedido de liberdade condicional da investigadora Maria de Lurdes Lopes Rodrigues, presa por crimes de difamação e injúrias a magistrados, foi rejeitado pelo Tribunal da Relação de Lisboa. Uma justiça cega

Não conheço a senhora nem sei se ela terá agredido fisicamente algum magistrado, estranho, contudo, que o Tribunal da Relação não aceite o pedido - gostava de conhecer a argumentação.
Num país onde tantos casos lesivos do interesse público continuam há anos por decidir, onde tantas penas continuam por aplicar, não compreendo a mão pesada do Tribunal da Relação, independentemente dos magistrados injuriados terem direito ao bom nome...

12.9.18

O racional específico

«Uma consciência histórica do mundo não faz parte do Mito Americano - que, por orgulho de Povo Eleito, não pode deixar de desconfiar de que a História como tal é por certo uma invenção suspeita, uma malignidade peculiar ao Velho Mundo para envenenar a América, impondo-se como passado a ela.» Jorge de Sena, in Os Americanos e a História, e Portugal,1969.

Ler este ensaio esclarece quanto à natureza do pensamento do atual Presidente dos Estados Unidos. Para Trump, o passado identifica-se com o Mal. Como um entrave à execução do seu sonho… Ele fez-se eleger para cumprir o seu próprio destino…
Estas considerações podem parecer absurdas, mas o mesmo se passa atualmente em Portugal, um país sem História, que é necessário tratar como uma criança. É necessário mimá-lo, ensinar-lhe os mínimos (aprendizagens essenciais), sem ir além do «racional específico», isto é, ignorar a História e maltratar todos aqueles cuja função é assegurar a ligação ao passado e abrir as portas do futuro.
No entanto, em Portugal, ao contrário do que acontece nos Estados Unidos da América, esse trabalho é delegado nos pasquins de serviço…
Se não perceberem o título, recomendo a leitura do Despacho n.º 8476-A/2018 , de 31 de agosto. 
Cheira a Estado Novo, mas por salutar ignorância… 

11.9.18

Códigos QR na nossa pele?

De acordo com um novo relatório da organização não governamental Human Rights Watch, a China está a instalar códigos QR nas habitações de muçulmanos Uigures. O objetivo é ter acesso imediato a dados pessoais dos seus moradores e controlar as suas atividades. códigos QR-nas-casas-das-minorias-muçulmanas

O que é um Código QR?
Os QRs (quick response codes ou códigos de resposta rápida) são gráficos 2D que permitem aceder ao conteúdo de páginas WEB, através da captação de imagem. O link para as páginas WEB é acionado automaticamente quando a imagem é captada por um smartphone, tablet ou computadores com webcam, desde que equipados com aplicações de leitura e acesso à Internet. código QR

Peço desculpa pelo abuso de citação, mas a verdade é que me sinto cada vez menos livre. Não é que eu tenha alguma coisa a esconder, mas pela notícia parece que todos escondemos algo que pode ser aproveitado para nos condicionar, seja pelas empresas, seja pelos estados, seja por todo o tipo de organizações…
Sinto-me cada vez mais infoexcluído e, ao mesmo tempo, comprendo que essa exclusão será fatal a todos aqueles que abdicarem do conhecimento ou que se deixem manipular pelos pregadores das velhas utopias.
Já não se trata de recusar certas ferramentas, mas, sim, de aprender a utilizá-las para podermos responder…
Depois da nota social, Caruma 26.3.2018, a China volta a atacar...

9.9.18

Escrita única

Matagosa, 9.9.2018
Há dias em que basta levantar cedo, sair de casa e caminhar sem objetivo expresso, a não ser observar o que a Natureza nos prepara…
Este é um desses dias em que a Natureza ensimesmada se debruça sobre si própria e nos deixa extasiados…
A nós a possibilidade de registar o momento de uma escrita única que nem o pintor será capaz de reproduzir.

8.9.18

O que dizer?

Pouco há a dizer. Terra ardida, terra esquecida ou rapidamente coberta por novos eucaliptos…
Em termos de negócio, compreendo a opção. Só não entendo é porque não são criadas zonas interditas, por exemplo, de um dos lados das vias rodoviárias - bastariam 500 metros limpos de qualquer vegetação para criar zonas de interrupção do fogo e de proteção de pessoas, casas, estradas…
A sensação com que fico é que os nossos governantes deveriam ser obrigados a viajar, por exemplo, na N2, uma ou duas vezes por ano, como propunha Almeida Garrett ao defender a lei da responsabilidade política.
E já agora os senhores da ALTICE deveriam acompanhá-los para perceberem que a oferta da empresa é extremamente deficiente em tempo normal. O que dizer em tempo de fogos?

7.9.18

Olhos cegos

Se eu me chamasse Julio Cortázar, sonharia que era albufeira… e até árabe. Até, talvez, fosse a lagartixa que se esconde no mato ou o gafanhoto que esvoaça sobre o arbusto - nenhum deles parece interessado em entabular conversa…
Este tipo de metamorfose só é verosímil no pretenso sonho de um argentino a viver numa metrópole europeia, Paris, de preferência…
Na albufeira há, no entanto, vida para além do sonho - uma vida audível, embora não visível mesmo tendo descido até à margem.
Se esta noite eu descer às escuras, talvez o sonho se desfaça...

6.9.18

Para aqui chegar

Albufeira, em Matagosa
Para aqui chegar foi preciso atravessar um extenso território repleto de jovens eucaliptos.
Daqui a três anos, não haverá casas queimadas, apenas os incautos que circulem na N2. 
Alerto desde já que a Altice não cobre devidamente esta zona do concelho de Vila de Rei.

5.9.18

Não vale tudo!

Da ferrovia, passando pela floresta, pela banca e pelo futebol, à saúde e à educação, não vale tudo.
Assistimos permanentemente à destruição de instituições e de serviços, e já nos habituámos a aceitar o seu desmoronamento, sem punir de forma célere e exemplar aqueles que se alcandoram a lugares para que não têm a mínima preparação.
Um exemplo: o aluguer de comboios a Espanha custará no próximo ano 10 milhões de euros - o custo de uma unidade…
Em Portugal, aluga-se quase tudo e produz-se muito pouco…. O lucro não é para quem trabalha nem para quem investe. É para quem intermedeia. Porque será?
Não vale tudo, até porque já vendemos a alma...

4.9.18

O passe social nacional

Por pouco que seja...
Em nome da solidariedade, transformar o orçamento de estado num poço sem fundo é um logro. A ideia de que água é inesgotável não tem fundamento, nem roubando-a ao vizinho…
Parece que está a chegar o passe social nacional! 
Num país em que não há dinheiro para comprar um comboio, para aliviar o imposto sobre os combustíveis, para baixar o custo das portagens, para reparar as estradas, ainda há quem  nos queira convencer que, baixando artificialmente o custo do transporte coletivo, seremos todos mais felizes e que até o ambiente sairá beneficiado… (Isto revela um pensamento político miserabilista e, sobretudo, estéril.)
Não há pachorra! Basta viajar nos transportes coletivos para perceber que não passam de geringonça terceiro-mundista.
Neste clima de café em chávena fria sem princípio nem fim - o poço sem fundo - preparemo-nos para assistir ao crescimento da extrema-direita…

A extrema-direita ganha força por toda a Europa e Portugal é comummente referido como exceção. No entanto, a verdade é que está a reorganizar-se em Portugal, reciclando o seu discurso e formando novas organizações. As atividades têm-se multiplicado nos últimos tempos, seja nas redes sociais ou nas ruas do país, ainda que pontuais e marginais. Em termos eleitorais, este espetro político continua residual - e o primeiro teste poderão ser as legislativas de 2019. De quem é a responsabilidade?

O fim do regime está à porta!

2.9.18

O poço

O poço
O meu país é um poço. Tem alguma água e já teve mais… Hoje em dia vive da ribeira, o que significa que está à mercê do clima e, como se sabe, o clima está à mercê da ganância humana…
Já lá vai o tempo em que este poço alimentava a horta de quem não sabia o que era um supermercado…
Depois o meu país trocou a horta pelo supermercado e a ribeira pelo financiamento externo… Desde essa data, o poço ficou à mercê das silvas e como é visível, os silvas são implacáveis, mas não gostam que lhes lembrem que vivem de subsídios… até que um dia acabarão por morrer de sede…

1.9.18

Uma Esquerda subsidiodependente

Durante muito tempo sonhei com uma sociedade mais justa e pensei que a Esquerda poderia ter um papel importante na realização desse objetivo… uma sociedade mais culta regida por valores humanistas…
Por razões que a História explica, Portugal teve, a partir de 1974, a oportunidade de criar as bases dessa nova sociedade. Mas desaproveitou-a. 
A Esquerda nunca soube promover o desenvolvimento da produção interna - preferiu importar ideias e bens e... assegurar  a sua base eleitoral, recorrendo a uma absurda política de subsídios…
A Esquerda quer subsidiar tudo, aproveitando os fundos europeus, os empréstimos internacionais e tomando de assalto os contribuintes…
Esta Esquerda começa a não ser muito diferente daquela que governa a Venezuela… Agora a Esquerda quer um passe único para a zona metropolitana de Lisboa. E quem vai apagar?

(Da Direita nunca esperei nada, confesso.)

No país dos subsídios, ganha-se cada vez menos. 
Talvez um destes dias, alguém venha a concluir que melhor seria remunerar devidamente o trabalho e, assim, acabar com a subsidiodependência. 
O problema é que não vejo ninguém nem à Direita nem à Esquerda.
Infelizmente, a Esquerda, passados tantos depois da revolução de 1974, continua a produzir pobreza...