25.4.24

O divino MRS

O MRS de Eça seria divino, mas não escaparia a umas valentes bordoadas.
E se fosse o MRS de Bordalo, como é que seria?
Em visita às Caldas, o bonecreiro ocuparia a fábrica do Zé Povinho, e depois de múltiplas selfies, sairia de lá com um mealheiro gigantesco para que o rústico Montenegro possa começar a pagar a dívida colonial. 

Filisteu diletante, às voltas com uma consciência serôdia, tudo faz para descartar a responsabilidade dos seus actos. O problema é que o seu Deus é impiedoso!

23.4.24

Adormeci no charco...

 

Adormeci no charco, não consigo sair da Guerra de Troia... Os deuses insistem em impor a sua vontade aos homens... e estes insistem em obedecer-lhes...
A insistência tornou-se no comportamento dominante - previsível ou não. Por exemplo, o Ventura insiste em governar com o Montenegro, e este insiste em roubar-lhe o eleitorado, com o lançamento do 'disruptivo' Sebastião Bugalho, naquele fatinho encomendado pelo Moedas...
Por seu turno, o Pedro Nuno Santos insiste na Marta Temido, provavelmente convencido de que os sobreviventes da Covid lhe estarão eternamente gratos...
Na Guerra de Troia, os deuses de Homero têm os meios para impor a sua vontade aos homens... Por aqui, nem a previsibilidade nem a imprevisibilidade conseguirão fazer-nos sair do charco.
Quais náufragos de águas estagnadas, por estes dias, lançamos cravos à liberdade, como se fosse possível voltar atrás.

19.4.24

Olhando da janela alta



Só olho de soslaio, porque, de facto, estou a ler a crónica de Rúben Braga, Homem olhando a janela alta... (Para os interessados, Rubem Braga, Desculpem Tocar no Assunto, edições Tinta da China.)
Lá no alto, o homem avista a senhora "que não se pode alcançar" - nem voando para o equívoco  peitoril da janela... "Atrás de uma árvore sem graça um homem sem graça olha uma janela alta."

Perguntaram-me um destes dias por uma ambulância e pelos polícias que a acompanhavam... Eu não soube responder, porque da minha janela alta não vislumbro o que acontece na entrada do edifício.
A minha atenção já só segue o rasto dos aviões, na expectativa de antecipar a chegada dos drones e dos mísseis... 

18.4.24

O sorriso

Quem observa o Montenegro, desconfia daquele sorriso inocente, de espanto, de novidade . 
É estranho: o sorriso não corresponde àquele apelido. Só que bastam poucos segundos, para que o tom desfaça o efeito do sorriso... palavras estudadas propalam o suave veneno que corrói a alma do Montenegro. 
A encenação sobrepõe-se irremediavelmente à candura anunciada.

16.4.24

Os intocáveis

Vivem numa redoma blindada. E agem como se fossem intocáveis... Visitam-se uns aos outros, como se fossem amigos de longa data... e traçam, em segredo, planos para destruírem todos os que os contrariem...
Agem em nome de religiões obsoletas ou de ideologias totalitárias. O objetivo é sempre o mesmo: conquistar cada vez mais poder... até que, um dia, os amigos devorar-se-ão entre si...
Até lá, o que é triste é ver que as vítimas internas e externas lhes prestam vassalagem..., chegando ao ponto de os idolatrarem, mesmo quando, supostamente, vivem em democracia...

14.4.24

O que eles querem...

 

De Teerão a Telavive, o que eles querem é manter o poder... pouco lhes importa quem é sacrificado. O problema é que os candidatos à hecatombe continuam a aceitar o ludíbrio dos deuses, quaisquer que eles sejam.
(Para apaziguar os deuses, nas hecatombes, socrificavam-se muitos bois e uns tantos cordeiros...)
Para me purificar, vou continuar a ler a Ilíada... havia barcas de todos os tipos e velas de todas as cores; a força era desproporcional, sobretudo, quando os deuses se envolviam nas batalhas; os heróis, semideuses, eram caprichosos, pois, em regra, já sabiam o que os esperava; a cada batalha, as piras cresciam incendiando as noites de outrora...
Por aqueles dias, do verde os arautos pouco informavam...

11.4.24

Plano inclinado

Está cada vez mais difícil entender o que se passa na vida pessoal, familiar e coletiva. Parece que estamos num plano inclinado, em que o dia seguinte é pior do que o anterior. Ainda se tudo não passasse de um charco com abertura para o areal, mas nem isso.
É como se uma força ignota nos tivesse condenado, sem que possamos inverter o caminho. E, claro, insistimos em celebrar a Liberdade, os dias,  cegos pela nossa impotência e, sobretudo, pela nossa soberba.

( O pessimista está de regresso, às voltas com papéis que não consegue arrumar, porque perdeu o fio condutor. Provavelmente, nunca percebeu que o fio era muito frágil e curto. E a ignorância não explica tudo!)

8.4.24

Lumumba - nota esquecida

                 A morte anunciada de lumumba

                A 30 de Junho de 1960, o Congo conquista a independência.

               Patrice Lumumba diz ao rei da Bélgica, Balduíno I, que a independência do seu país é um passo decisivo para a libertação de todo o continente africano, e dita, com estas palavras, o próprio destino. Nomeado primeiro ministro em exercício, passa a viver em regime de residência fixa depois de um golpe de estado liderado pelo coronel Mobutu e apoiado pela CIA. A 28 de Novembro de 1960, Lumumba tenta evadir-se, mas é preso logo em seguida, a 2 de Dezembro, em Port Francqui. Transportado num DC3 para o aeroporto de Léopoldville, Lumumba é violentamente empurrado para dentro de um camião. Um soldado puxa-lhe a cabeça com força para trás a fim de proporcionar uma melhor perspectiva do seu rosto aos fotógrafos. Foi a última foto de Lumumba vivo.

                A 18 de Agosto de 1960, o Conselho de Segurança, em Washington decidira eliminá-lo, ao mesmo tempo que os militares belgas apoiavam Moisés Tshombé, que anunciara a secessão do Catanga...

                Feito prisioneiro e depois entregue aos seus inimigos do Catanga, o arauto do nacionalismo africano é torturado até à morte, a 17 de Janeiro de 1961. O corpo nunca foi encontrado.

5.4.24

Os mandantes e os ajudantes

Tomaram posse 41 ajudantes. Creio que, na sua maioria, vão precisar de muita ajuda. Por mim, tudo farei para não incomodar suas excelências...
E também não lhes vou pedir nada. Estou bem assim. 
O meu único desejo é que Zeus nos liberte de Sua Excelência, o verdadeiro responsável pela instabilidade em que vivemos. 
E já agora espero que as celebrações dos 50 anos do 25 de Abril sejam discretas e não ações de propaganda como acontecia no Estado Novo.






3.4.24

De regresso

 Em nome do futuro, o antigo logótipo do governo está de regresso ...

E creio que assim acontecerá com as restantes medidas, todas inspiradas no passado. Virtuoso, por aquilo que se anuncia...

Eu, porém, não consigo acompanhar este ímpeto regenerador. Por mais que me esforce, o passado não me resolve problema algum... Gostava, no entanto, que a propaganda diminuísse ...

e que o Pedro Nuno Santos não me entrasse pela casa dentro  naquele tom acelerado e gritado. Incomoda-me. Obriga-me a desligar a Televisão.

1.4.24

1 de abril de 2024

 




Hoje é dia de seca. Por uma questão de princípio, ninguém me vai arrancar uma palavra. Amanhã, sim, volta a chover.

E já passaram 4 anos que deixei a vida activa! Parece mentira...

29.3.24

em letra pequena...


É visceral: odeio o calor e a seca. Como tal, neste mês de março, não me queixo nem sequer dos políticos.
Não se entendem, compreendo. Passam demasiado tempo ao sol!
Agora que estou a ler a Ilíada, percebo que os políticos, tal como os guerreiros do tempo homérico, apesar de valorizarem a força e a manha, não passam de bonecos manipulados por deuses caprichosos, sedentos de sangue humano.
Um único conselho para os meses que se avizinham: não se esqueçam de Zeus!

22.3.24

A lei das marés


A maré vai começar a encher e os detritos ficarão, por um tempo, submersos. Estejamos atentos ao que ela no traz!
Inevitavelmente, a maré voltará a vazar e detritos voltarão à tona.

É impossível escapar!

(Ainda pensei que se tratasse de um arado cansado de sulcar o mar da palha...)

18.3.24

Nuno Júdice, são as flores que ficam...

 (29-04-1949 - 17-03-2024)

Nunca fui próximo do Nuno Júdice, embora me tenha cruzado com ele várias vezes num lugar que merecia a sua atenção: a Escola Secundária de Camões. Talvez porque se mantivesse fiel às suas antigas (os) alunas (os) ou aos companheiros (as) de viagem. 
Pareceu-me um homem tímido..., como se pedisse desculpa ao chão que pisava... na verdade, talvez fosse bem diferente. No entanto, eu não me aproximei... deixava-o com os amigos.

Creio que, nesta hora, o melhor que posso fazer é transcrever o soneto RAMO, da obra O Breve Sentimento do Eterno:

Vejo a erosão das palavras na Terra
da frase. Transformam-se em lama;
misturam-se com as folhas. Um húmus
de sílabas alimenta o verso.

Com a primavera, o poema nascerá;
e as suas flores cobrirão o campo
com um brilho transparente, deixando
ver o interior de cada imagem.

Corto-as do caule para fazer o ramo
que ponho no vaso da estrofe,
para que não sequem nem murchem.

São as flores que ficam, as que
duram para o inverno, as que
resistem ao vento, à angústia, à morte. 

14.3.24

Os sinais poderiam ser de Primavera

 

As flores estão aí! No entanto, os cravos murcharam. E a culpa não é dos capitães... é de quem se deixa convencer de que há soluções fáceis.

De pouco servirá celebrar os 50 anos de Abril, se a contrarrevolução está em marcha acelerada. E para a maioria, este caminho é de futuro...

Triste futuro este que se avizinha!

(Por mim, fica a esperança de que esta ilusão se desvaneça rapidamente, até porque, ao contrário do que muitos acreditam, desta vez não estaremos sós. Para o bem e para o mal!)

6.3.24

Em Março

 

Voltei ao Oceanário.
Das espécies vistas, poucas recordava. O problema deve ser meu.
Sei que as lontras já não se chamam Amália ou Eusébio... Não sei se há por lá algum CR7, talvez o tubarão...
Do Peixe-Lua, parece-me que lhe falta uma parte, talvez as silvas que, noutros tempos, imaginei, seguindo a lição rústica...

(...)

Em respeito pelo 25 de Abril de 1974, dia 10, tenciono votar, mas tenho um problema: ainda não entendi se há alguma proposta que vise criar condições para um país mais educado, mais produtivo, mais solidário. Só me apercebo de ajustes de contas e de regresso ao passado ou, então, à conveniência de manter tudo na mesma.

Espero que o problema seja meu, pois não consigo ultrapassar a condição de rústico, mesmo vivendo à beira da cidade.

29.2.24

A maré

Acabo de ler Auto-de-Fé, de Elias Canetti. Compreendo, finalmente, o título: Kien, o homem - livro, depois de ter caído numa misantropia absoluta, desceu ao inferno dos desclassificados física e intelectualmente.
Kien, quando de lá saiu, com a ajuda do irmão, amado diretor de um manicómio e ex-ginecologista idolatrado, acabou por romper, em definitivo, com a comédia humana da loucura, incendiando a sua amada biblioteca e ardendo nela.
Tal como a maré, a leitura foi enchendo e esvaziando...

21.2.24

A cortina

Um indivíduo foca o olhar, mas não há certeza se descortina (se vê para lá da cortina...)
A cortina está cada vez mais presente, mesmo que o oftalmologista assegure que está tudo bem... não sabe é se os neurónios andam confusos.
Eu também evito pronunciar-me, sobretudo desde que me dedico à leitura do Auto-de-Fé, de Elias Canetti.
A minha expectativa era bem diferente, todavia reconheço que o mundo representado, entre as duas Grandes Guerras, não augurava nada de bom para a Humanidade...  tal como os dias que atravessamos...
Depois de Aristófanes, Canetti... entrei no território do absurdo... e não quero sair de lá, apesar da cortina interior...


 

13.2.24

Ao Sol falta o predicado...

A caruma deixou de fazer sentido. Os pinhais foram ardendo e a paisagem está cada vez mais deserta. Nem a chuva os consegue recuperar...
Por agora, as imagens ainda continuam ativas, mas mesmo essas é necessário desbastá-las, de redundantes que se tornaram.
Digamos que, para preservar alguma caruma, é necessário reduzi-la significativamente... e para isso é preciso tempo. 
Hoje, parece que chove, mas não chove, e ao Sol... Pois é, anoitece, venta, chove... e ao Sol falta o predicado!

8.2.24

Chove...

Lá fora, chove. O estranho é que cá dentro também chove.
A chuva das ruas escorre para as sarjetas.
A chuva desta sala cresce sem se escoar... Avoluma-se à espera que as comportas se abram, mas estas recusam-se.
A chuva das ruas corre até se perder...
A chuva desta casa avoluma-se até nos perder.

4.2.24

A vertigem reivindicativa

Partindo do princípio de que somos todos iguais, então merecemos todos ser premiados do mesmo modo...
Pois é, sempre pensei que não era bem assim e, sobretudo, que reivindicar seria um ato de dignidade que não deveria por em causa a segurança das pessoas e afundar a coletividade.
De momento, o que surge na rua é um movimento que visa acabar com o regime democrático e, como tal, não acredito que venham a impedir o ato eleitoral de 10 de março, pois os antidemocratas desta Hora procuram por todos os meios atingir nesse dia um resultado que os coloque no poder.

1.2.24

A queda


Ninguém quer cair, mas a queda é inevitável. Dizê-lo é absurdo. Escrevê-lo, desnecessário. Não fosse o ritmo e há muito teríamos deixado tal termo de parte...
Neste hemisfério, em fevereiro, o ritmo começa a empolgar, mas insistimos em tropeçar. 
O melhor é desligar dos media: caminhar ou voltar às NUVENS de Aristófanes... e esperar que o raciocínio injusto dê cabo dos argumentos do raciocínio justo.
Sucedem-se os exemplos de queda, no entanto nada nos diz que o castigo esteja próximo, tantos são os sofistas...
 
Começo a pensar que a queda é culpa do pensamento socrático ou, talvez, do castigo cristão. 

25.1.24

Folhas Caídas

 

Esta folhagem não caiu, foi arrancada das margens do rio e seus afluentes, e esta tarde procurava o mar...

Um destes dias, fui ver o filme FOLHAS CAÍDAS, produção finlandesa... Do filme gostei, mas fiquei com uma péssima impressão da 'ordem' daquele país... trabalho precário, droga, álcool - relações humanas nulas.... (um destes dias, a Federação Russa atravessa a fronteira!)

Fiquei muito bem impressionado. Vê-se que estamos diante de um jovem psiquiatra com uma abordagem desempoeirada, com ideias claras que bem poderiam ser aproveitadas pelo SNS...

E já agora, decidi retirar deste blogue a minha lista de leituras. Afinal, a quem é que elas poderiam servir? A vaidade cresce e acaba por nos fazer mal. 

(Sócrates vai a julgamento por corrupção. Acusação do Ministério Público quase toda reposta.)

21.1.24

Lá atrás

" No meio do quarto a piscina móvel
tem o tamanho do corpo sentado."
   Carlos Drummond de Andrade

Lá atrás, faltava a palavra 'piscina', sobrava o alguidar que tanto servia para depenar a galinha, como para demolhar a roupa e o bacalhau, à vez... E por último, o banho do menino e do avô.
Meninas, não havia ou escondiam-nas, como acontecia na escola, inventada só para elas...
No alguidar, caía o porco e a porca, o galo e a galinha, só menina não caía...
Se a água fervia, a pele, como a da cobra, soltava-se.

Lá atrás, as palavras eram poucas e mal enunciadas, no dizer do professor para quem a norma era divina. Não havia casa de banho, não fazia mal, e se alguém decidia (podia) construir uma, então era o cabo dos trabalhos - licenças, taxas, fiscais... tudo em nome da ordem.
Lá atrás, não havia promessas de que me lembre, a não ser a da entrada direta no reino dos céus, desde que não perdêssemos a pobreza de espírito com que viemos à luz... ou então sermos lançados na casa das cobras que, para o efeito, ficava nos fundos da torre sineira...

19.1.24

Só agora...


Há mais de 10 anos que conheço este cacto e só agora lhe descobri a flor... depois de ter sobrevivido à  recuperação do canteiro... E não pensem que andei distraído!
Coincidência, ou talvez não, só agora me virei para Aristófanes. Tenho devorado as comédias: já vou nas Rãs, concluida a leitura das Vespas e das Aves.
Gastei parte da vida a parafrasear Sófocles e, por vezes, Ésquilo... e agora descubro um primoroso retratista do século V antes de Cristo.
De  facto, a corrupção, a mentira, a mediocridade já tinham assentado arraiais à sombra da democracia. Nem os deuses do Olimpo escapam. Tudo a nu!

11.1.24

Mudar de vida

 

É tarde!
De qualquer modo, hoje fomos à Cinemateca ver o filme de Paulo Rocha, MUDAR DE VIDA, 1966.
Em 1966, fazia 12 anos e habituava-me à 'camioneta da carreira'. O filme abre com a chegada de uma camioneta muito semelhante... Dela, apeia-se Adelino. O meu pai, destruidas as vinhas pelo granizo do início do Verão, partira para França, acompanhado de um jovem que fugia à guerra colonial. ( Nunca mais soube nada dele!)
No filme, Adelino regressa de Angola, para onde fora mobilizado em 1961. O filme não o diz, porque cumprido o dever patriótico, por lá ficou, sem efetivo proveito nem dar notícias...
Regressa, preso de amor impossível e sem coragem para ajustar contas com o irmão. Afinal, ele não dera notícias, e Julia (Maria Barroso) acabara por casar... Júlia tem todos os achaques típicos da heroína romântica. (Não foge à convenção. É salva pela representação de Maria Barroso e pela fixação da câmara.
No Furadouro, a miséria, imposta pelos homens e pelo mar, é uma constante. O tempo parece outro, já descrito por Raúl Brandão. A verdade é que, apesar da antífrase, não se compreende que ninguém parta... Ou seria impossível? Só lhes restava a sepultura. Demasiado triste!
Interessante: os efeitos da alterações climáticas estão bem presentes na vida dos pescadores do Furadouro.

7.1.24

Assoreados

2024 ainda agora começou e já estou cansado. Objetivamente, o desleixo dá cabo de mim: foi preciso pôr a lavar e a secar uma montanha de roupa... e o nevoeiro não tem ajudado. 
Torna-se impossível ir a um encontro num lugar desconhecido, porque o GPS anda cada vez mais confuso e não há lugar para estacionar.
Faltam projetos - todos se consideram melhores, mas ninguém sabe porquê. Deste lugar, observo o Tejo assoreado: a ilha cresce, arrisca virar continente. No entanto, ninguém promete acabar com o assoreamento.
Assoreados, entupimos... 
Eu vou continuar a leitura de Almas Mortas, de Gogol, mesmo que não tenha qualquer motivo para as comprar.

5.1.24

Em 2024

Entrámos. Eu venho sem pressa... a Sammy não compreende por que motivo interrompo tudo o que inicio...Já lá vão seis horas.... há anos que uns tacos esperavam que eu os recolocasse: foi preciso comprar uma cola especial, eliminar os detritos, apará-los do inchaço... e como uma coisa arrasta a outra: liguei o Kirby e aspirei tudo - o cotão, o bolor, o pó.... Duas horas de limpeza!
A Susana regressou a Hamburgo. Vive à sua maneira, e o melhor é não interferir, ajudar enquanto for possível. Por vezes, a sua capacidade de compartimentar irrita, um instante, apenas.
Entretanto, o Ministério Público não desiste de enterrar o Costa. Se eu estivesse no seu lugar, entregava as chaves do Governo ao Marcelo... Há muito que penso que o MP é a continuação do Tribunal do Santo Ofício.