31.7.23

Escolhas

Tenho encontrado nos últimos dias uns tantos cristãos que porfiam em dizer-me que não são católicos, ao mesmo tempo que batem com a mão no peito.
Esta inesperada confissão deixa-me de pé atrás. Até porque os cristãos nunca foram avessos ao investimento...

(De facto, não sei a razão de tal pronunciamento. Eu nunca acreditei verdadeiramente em entidades divinas. Esse foi o verdadeiro motivo da minha saída do Seminário de Santarém em março (?) de 1971. E de lá para cá, a fé não me bateu à porta. Isto não significa que, a espaços, não tenha acreditado no ser humano... No entanto, vou sendo assaltado pela desilusão.

Da minha janela, avisto o recinto em que vão decorrer as JMJ e, sobretudo, o sapal cercado pelas águas atlânticas, sim, porque o Tejo vai continuar assoreado por falta do malfadado capital... talvez porque o rio seja católico. 
Pode ser que Francisco regresse à Natureza... nas suas homilias.  

29.7.23

Para o caso de terdes sede


 Abri bem os olhos e vereis que as torneiras não vão faltar!

Quanto à água, esperemos que também não falte ou que, em situação extrema, chova abundantemente... Só não me atrevo a nomear quem possa interceder pelos sequiosos porque, caso não tenha havido concurso público, o Tribunal de Contas não se esquecerá de erguer a sua voz aos céus...

Por mim, só espero que o esforço valha a pena e que ninguém se engasgue ou se afogue... e desejo que lá para o dia 8 o lixo já tenha sido levantado e transformado. Em quê? Não sei!

PS. Não esqueça a garrafinha, de preferência, de vidro...

26.7.23

Latidos


Os cães ladram... vá lá saber-se porquê! 
Também me apetece ladrar... e sei porquê. 
O mais fácil seria desistir, mas pra quê...
Contar uma história, criar uma narrativa, talvez! 
Porém, nenhuma história explica os latidos.
Ainda se fossem uivos... O que é feito dos lobos?

Com tantas canelas à mostra... Talvez me atire!
... mas pra quê... 
vou esperar que Francisco explique.

22.7.23

A cigarra e as formigas

É mais fácil pisar inadvertidamente uma dúzia de formigas do que observar uma cigarra por mais afinado que seja o ouvido...
 

Bem, hoje lá consegui avistar uma cigarra. A foto não é a melhor, mas registo-a aqui, pois sempre que a oiço, procuro-a intensamente...

Enfim, quem porfia sempre alcança... tal como as formigas, apesar de nós não lhe darmos a mesma atenção...

19.7.23

Novamente, o autocarro 783 da CARRIS

Hoje, não posso deixar de pensar na carreira 783 (Carris). Não sei se sabem, mas alguém teve a ideia de a bifurcar. Alterna entre o Prior Velho e a Portela.

Hoje, o painel de uma das paragens da Av. da República anunciava 2 autocarros, quase simultâneos: um para cada localidade. Só que o génio da Carris decidiu passar a RESERVADO o que seguia para a Portela, obrigando os passageiros a entrar no que ia para o Prior Velho.

Entretanto, chegados ao Campo Pequeno, foi possível observar que o RESERVADO retomava ali a marcha para a Portela, tendo ignorado os que o esperavam na paragem anterior.

Em conclusão, o cidadão que adivinhe e sobretudo que vá a pé, mesmo quando possa ter dificuldades de locomoção...

Como de nada serve queixar-me à CARRIS, deixo aqui este TESTEMUNHO de como a empresa não está ao serviço do utente...

18.7.23

O derradeiro peão



No mês em que fez 19 anos, foi abalroado por um AUDI apressado na rua Dona Estefânia (Lisboa).
Não cometeu qualquer infração: parou junto de uma passadeira para que os peões atravessassem em segurança, e depois retomou a marcha... só que, de súbito, o CLIO viu-se acossado por outro veículo que, parado na passadeira, atrás de outros veículos devidamente estacionados, decidiu precipitar-se para a faixa de rodagem...
O insólito é que, agora, o AUDI deseja ser indemnizado, pois esperava que o CLIO o tivesse visto, como se fosse o derradeiro peão.

13.7.23

Hiatus

 

O Percurso Ribeirinho de Loures, que vai unir as cidades de Lisboa, Loures e Vila Franca de Xira, prevê a construção de uma pista para bicicletas e um passeio pedonal entre Santa Iria de Azóia e a Bobadela — e tudo isto junto ao rio. Esta pista terá uma extensão de cerca de seis quilómetros, com passagens por Santa Iria de Azoia, São João da Talha e Bobadela. Assim que a obra estiver concluída, em junho, será possível circular de bicicleta e a pé entre Lisboa, Loures e Vila Franca de Xira. Já há data para a abertura do passadiço que vai ligar Vila Franca de Xira a Lisboa – NiT

Fui à Praia dos Pescadores, Santa Iria da Azoia, verificar como é que estava a ser feita a ligação que permitirá circular de bicicleta e a pé entre Lisboa, Loures e Vila Franca de Xira... e fiquei de boca aberta... Tudo o que vi foi um amontoado de sucata, que alguém tenta aproveitar, mas que só ficará limpo para as calendas lusas...


Nota: Hiatus implica a imagem de alguém de boca aberta. Relembro que já estamos em Julho. De qualquer modo, um pescador brasileiro, que acabara de chegar, assugurou-me que a inauguração está para breve... Um pouco como as corvinas que esperava pescar, apesar de não haver por ali falta de tainhas...

12.7.23

O falcão e a sereia

 

«Le style c'est avant tout le fait de n'exister que dans et par le regard ou la parole de l'autre.» Michel MAFFESOLI, La Contemplation du Monde.

O olhar fixou-se no falcão português com remos em vez de asas... no entanto, de perto, uma sereia aproveitava a sombra ou, talvez, procurasse esconder-se de um  vieirense mais atrevido...

Por ora, o melhor é não conjeturar, porque nunca se sabe quem é que vê e, sobretudo, ouve...
De facto quando fixei o olhar no falcão, não vi a sereia.

9.7.23

Os caixotes de lixo

Há os que lutam. Também há os que sofrem... e não são poucos!

E depois há os que se aproveitam da luta e do sofrimento. 

Não estou a referir-me aos que grafitam as ruas deste país desigual...

Como se pode observar, os caixotes do lixo vieram mesmo a calhar e, de certo modo, até respeitam as cores escolhidas pelo artista na popular Praia da Vieira...


 

5.7.23

Cabra Anã




Nem tudo é patético! Basta observar com atenção. 
Foi o que fiz nestes últimos dias para tentar combater a neurastenia... forma simplificada de explicar comportamentos bipolares...
Estar atento, procurar satisfazer todas as necessidades e, de súbito, o calendário colapsa: é como se todos os dias se concentrassem num só, mas alheio a qualquer cronologia...
E depois há não se sabe o quê, embora o outro seja sempre o responsável... E que outro? Esse é que é o problema maior!

( Estas cabras descobri-as em cativeiro, em Monte Real... bem longe do seu habitat natural...)





1.7.23

Patético

Viajar pelo jardim é proibitivo, além de perigoso...
No quarto, há sempre alguém a exigir dormir. Em casa, ainda vou até à sala.
Mas, aqui, a esta hora, só posso refugiar-me na casa de banho.

(Afinal, o último refúgio também me escapou! Digam-me lá que que não ando em maré de sorte!)