31.12.18

Uma nação dois sistemas

Não tenho nada contra os chineses. Considero-os até nossos amigos… Aos poucos têm conseguido povoar o território português e vão-nos libertando do fardo da propriedade. 
A propósito de influência chinesa, parece que a China tem um papel cada vez mais preponderante nas antigas 'províncias' ultramarinas, de tal modo que me interrogo se o ´'excêntrico continente' não estará cada vez mais próximo de se tornar uma província chinesa.
De qualquer modo, antes que oficialmente tal seja reconhecido, o governo português já deu início ao processo de integração ao adaptar o princípio «uma nação dois sistemas». É só olhar para a sua aplicação no caso dos professores do continente e ilhas…
Os chineses são criativos, sem dúvida, e nós gostamos de caminhar na dianteira, por isso imitamo-los.

30.12.18

O candeeiro

Na casa de campo (ou no condomínio fechado), um destes candeeiros é capaz de deslumbrar a vizinhança. No entanto, o empréstimo já não cobre a iluminação exterior… Sem cheta,  como satisfazer a tentação? 
- E se o arrancasse pela base? Agora, só falta um eletricista…Talvez a Oficina do Reformado possa ajudar a resolver o problema… 
É, assim, o meu país, no final de 2018. E não prevejo que 2019 possa ser melhor. 


29.12.18

O pedinte

«É o eu, encruzilhada por excelência onde tudo se cruza, converge e diverge.» Maria Lúcia Lepecky, DN 26.06.1988

As estátuas estão de costas, inconscientes da existência do pedinte, tal como este parece alheio à sua presença…
Se (re) pararmos nas estátuas, uma delas, de óculos, ignora deliberadamente  a jovem e sorridente 'família', parecendo fixar-se num ponto longínquo - talvez uma palmeira colonial…
Nesta rua de Algés, a composição parece revelar um EU excessivamente mercantil - postiço… Todavia, só o pedinte sabe como esconder o olhar… 

28.12.18

Não dei conta

Luís Bento (1951-2015)

«Autor de livros sobre Formação, Gestão de Recursos Humanos e Ética nos Negócios, era comentador de assuntos económicos, sociais e políticos em vários canais de televisão e estações de rádio.» Não dei conta

Não fosse um amigo ter-me doado um pacote de livros, provavelmente continuaria a ignorar um autor que procurou dar conta do modo de estar da geração nascida nos anos 50 do século passado, a minha. De rajada, li os dois livros publicados pela editora onyva: Este Nosso Jeito de Ser; A Alquimia dos Sentidos - Romance de uma geração.

Apesar da notoriedade de Luís Bento, confesso que vivia na ignorância da sua existência - eu que até tenho um primo com o mesmo nome, nascido no mesmo ano e dia que eu - e de desconhecimento em descobrimento, acabei por encontrar no romance um padre Francisco que me tem dado que pensar…

«... o padre, um franciscano do Seminário de Carnide, que mais tarde viria a ser bispo de Santarém…» op. cit., pág 167

O padre Francisco revela-se, em 1969, no âmbito da campanha eleitoral (da CDE), uma figura fundamental para libertar os jovens contestatários da Pontinha que se encontravam presos no Governo Civil há três dias…
Desta vez, o romance, para além de, alternadamente, me dar conta do percurso do herói na periferia da capital e na guerra colonial em Angola, abriu-me uma outra porta. Afinal, quem, era na verdade, aquele franciscano que se tornou no primeiro bispo da diocese de Santarém, tendo ido habitar o mesmo espaço donde eu saíra ainda havia relativamente pouco tempo?

O franciscano chamava-se António Francisco Marques, tendo sido bispo da diocese de Santarém, por nomeação do Papa Paulo VI, de 16 de Julho de 1975 a 28 de Agosto de 1977... 
Foi bispo da minha diocese, tendo mantido com os meus pais uma relação de que só agora me apercebo…
Um bispo discreto, com uma biografia mínima, vá lá saber-se porquê!
Quanto ao romance, é de leitura fácil e bastante fiel à vida daquela época… 
Quanto a Este Nosso Jeito de Ser, algumas das crónicas traçam um retrato fiel da mentalidade portuguesa.

27.12.18

O veto

O presidente Nogueira diz que o veto do Professor Marcelo foi 'uma boa notícia'. Resta saber para quem!
Em ano de eleições, espera-se um fartar-vilanagem desenfreado. Seja qual for o resultado, para 2020 as nuvens anunciam-se carregadas… O melhor seria apagar, desde já, o ano de 2019.

26.12.18

A esta hora

A esta hora, o Presidente deve andar às voltas com a contagem do tempo de serviço dos professores. O assunto é sério, não fosse ele o Senhor Professor…
No labirinto do Presidente, os conselheiros já estão cansados de fazer projeções… É que não são apenas os professores! Não há bicho careto que não faça contas à vida…
A esta hora, o Senhor Presidente já telefonou ao 'amigo' Costa, confessando que, desta vez, não está a ver como é que vão vender gato por lebre… e mesmo assim 'era uma vez' um orçamento…

25.12.18

E nós tão distraídos!

The deadly tsunami in Indonesia was triggered by a chunk of the Anak Krakatau volcano slipping into the ocean, officials have confirmed, amid calls for a new early warning system that can detect volcanic eruptions. Vulcão desperto

E nós tão distraídos! 
Por aqui, o almoço de natal tão rico de reencontros que faltam os lugares de estacionamento…
Por lá, lugares vazios, vultos que se esfumam nas derradeiras lágrimas dos sobreviventes…

24.12.18

Inconfidência de natal

Desde cedo habituei-me a viver com a distância. Escrevo 'habituei...', mas, olhando para trás, prefiro 'aprendi...' com a distância… 
A proximidade tornara-se mais dolorosa do que a distância. Partir tornou-se natural por necessidade. Ficar era adiar qualquer forma de ser.
Se na partida havia dor, não sei especificá-la, pois não correspondia a qualquer tipo de saudade… o que havia era uma necessidade de me adaptar à viagem, ao espaço em que acabaria por me encontrar.
Adaptar-me, não para ficar, mas para ser, o que poderia significar partir de novo… 
Ao contrário dos que voltam, felizes, o regresso foi sempre uma forma de capitulação…
Talvez seja por tudo isto que em qualquer partida antevejo um sorriso, mesmo que esta possa ser a derradeira…
Ficar é adiar, regressar é capitular…

23.12.18

Nunca escrevi uma estória de natal

Faltam-me as personagens capazes de gerar uma nova intriga milenar.
Não é que o tempo seja diferente daquele que o menino encontrou nas praças, nos mercados e nos templos. O próprio espaço, de mais opaco, poderia favorecer o anonimato do novo herói…
Vejo-me, no entanto, condenado ao fracasso - o menino ao abandonar a cruz, tornou-se caixeiro-viajante…
Por estes dias, relembro a estória antiga.

Jesus entrou no Templo, expulsou dali todos os que nele vendiam e compravam, derrubou as mesas dos cambistas e as bancas dos vendedores de pombas, dizendo-lhes: «Está escrito. A minha casa há de chamar-se casa de oração, mas vós fazeis dela um covil de ladrões.»

22.12.18

Não sei falar camponês

«- Estamos aqui sentados debaixo da árvore sagrada do seu quintal. Pode dizer-me qual o nome dessa árvore?
- Porquê?
- Porque gosto de conhecer os nomes da árvores.
- O senhor devia saber é o nome que a árvore lhe dá a si.»
       Mia Couto, Conversas em camponês

Eu nasci e cresci no campo, mas não sei falar camponês. Nem sabia que se podia falar essa língua, até porque a escola cedo me ensinou que eu não sabia falar nem escrever… 
Agora, compreendo que me mandaram à escola para aprender uma outra língua muito distante da do meu país - uma língua artificial e artificiosa, em que a minha voz se sumia paulatinamente para ecoar outras vozes… (por lá tenho andado este tempo todo, e já cansado vou rasgando velhos e inúteis papéis de quem também nunca soube falar camponês, embora insistam no contrário...
Nessa escola primeira, criaram um 'doutor' que, em língua de camponês, soava a insulto revelador de traição.
Com o tempo, esqueci os camponeses e comecei a recordar as árvores e as aves, sentindo que as não conhecia suficientemente; não lhes aprendera os nomes e as vozes, pois não faço ideia do que é que elas sabem de mim…

21.12.18

Essas errâncias

«As coisas mais importantes são outras… essas errâncias.» Mia Couto entrevistado por Teresa Roza d'Oliveira, in Letras & Letras, 3 março 1993

ouvir só ouvir 
falar por falar
ler sem querer
escrever para além do ver
caminhar sem correr
ser sem ter

20.12.18

Só que os satanhocos têm um desígnio

O que parece é que anda por aí muita gente sem rumo, cujo movimento se esgota no momento…

Nos últimos dias, a classe política gulosa tem passado a mão pelo lombo do satanhoco… O que ela não entende é que o satanhoco sempre foi avesso à democracia, tendo como principal intuito escorraçá-la.

Pois, talvez pudesse parecer que… só que os satanhocos têm um desígnio…

19.12.18

Se vamos...

"Vamos Parar Portugal como forma de Protesto"
Como é que se pode parar o que já está parado?
Há incongruências miméticas difíceis de aceitar…

Se vamos, se nos movemos, é porque queremos percorrer um caminho, traçado o rumo…
O que parece é que anda por aí muita gente sem rumo, cujo movimento se esgota no momento…

18.12.18

Duas nótulas

Escola Sec. de Camões
- O que é que estes livros fazem atrás das grades?
(Há ali toda uma biblioteca sem leitores! Já nem sequer a Dona Olinda lhes limpa a poeira… Que desperdício!)

Teixeira de Pascoaes faleceu a 14 de dezembro de 1952, dado que não me ocorrera… até que, nos últimos dias, desatei a ler velhos artigos de jornais dos anos 80 do século passado, vá lá saber-se porquê. Serei o único?

16.12.18

Mudar não é suficiente

Sacavém (mural)
É preciso renascer. Mas como fazê-lo se o tempo é de colapso?
Quando as faculdades começam a falhar, fica a ilusão do tigre, não do que desce mas do que trepa..
Agora que o tempo é de lavagem ao cérebro, e já não espero qualquer transformação, vou meditar na excentricidade dos reis magos, e dos tigres que invadem as nossas paredes…
De qualquer modo, Boas Festas e Boas Entradas!… que já falta pouco para o Entrudo...

15.12.18

Não sobra nada!

Os franceses queixam-se de que no fim do mês não sobra nada, embora, pelo noticiado português, me fique a dúvida se os coletes amarelos não serão quase todos portugueses com uma particularidade - não falam nem português nem francês…
Parece que os franceses estavam habituados a que sobrasse alguma coisa no fim do mês… Por aqui, para grande parte dos portugueses, esse problema há séculos que deixou de fazer sentido… 
Oiço agora que, por cá, há quem esteja a organizar "saídas" de coletes amarelos. Considerando a diferença de expetativas, espero pelo teor das reivindicações, apesar de me parecer que cada português terá a sua. 
Colete amarelo já tenho! Basta ir buscá-lo ao carro, só não sei se ainda me sobra dinheiro para a gasolina…

14.12.18

Calendários - ponto da situação

Durante muitos anos, regi-me pelo calendário escolar. Afinal, a minha vida decorreu quase toda nos estabelecimentos de ensino… Feitas as contas há 58 anos que cumpre o calendário escolar.
Só que ultimamente passei a dar mais importância ao calendário civil, sobretudo desde que o ministro Vieira da Silva desatou a fazer promessas que ninguém sabe se são para cumprir, e em que termos…
A verdade é que no dia 2 de janeiro de 2019, logo no início do ano civil, ao voltar à escola, entrarei no 45º ano de serviço público, a que há que acrescentar mais 5 meses de descontos para a Segurança Social,  referentes a trabalho docente desenvolvido em 1974. ( E quem me conhece deve estar a interrogar-se sobre dezassete anos de descontos no ensino superior privado, em regime de acumulação - esse dou-o de barato ao Estado…)
Já não sei por que calendário me devo orientar! 

12.12.18

Da ansiedade juvenil

Acordam tarde, sem tempo para tomar o pequeno almoço... Arrastados para escola, chegam atrasados, «por culpa dos pais, do trânsito, dos transportes…» 
Entram na sala, indiferentes ao que acontece, desculpas esfarrapadas, sentam-se e desatam a conversar ou, então, adormecem...
Os manuais dormem nas sacolas. O professor invisível procura um fio condutor que regista inutilmente no quadro, pois o Google que tudo explica está ali mesmo à mão.
Tudo corre bem até que o final do período se aproxima... E aí a angústia desperta, a preocupação com a autoavaliação torna-se evidente... como se esta fosse um direito penosamente conquistado...

11.12.18

O terceiro estado de vítimas em potência,

O terceiro estado é constituído pelos doentes, pelos idosos, pelas crianças, pelos alunos, pelos passageiros trabalhadores,  pelos presos, pelos migrantes, pelos refugiados, pelos proscritos… e por tantos outros aqui não mencionados…

Admitindo a existência deste terceiro estado de vítimas em potência, eu simplesmente não compreendo qual é o papel do Estado nos atuais conflitos laborais, até porque sempre pensei que ao Estado competia proteger o terceiro estado…
E também creio que é competência do Estado averiguar quem é que está a financiar o movimento grevista, caso contrário ainda nos acontecerá o mesmo que ao Chile de Allende, em 1972...

10.12.18

Oblívio

Moscavide
Andava o aluno à procura de um complemento oblíquo e escorregou-lhe a pena para o oblívio. Castigador, chamei-lhe a atenção para o desmando lexical…
Entretanto, acabo de saber que a obra Oblívio, de Daniel Jonas, acaba de ser recompensada com o Prémio António Gedeão de Literatura, instituído pela Federação Nacional dos Professores (Fenprof)…

Para que não caia no olvido (ou no oblívio), lanço desde já um desafio à Fenprof: - Não esqueça que há outros poetas   merecedores do galardão: Por exemplo, o professor (aposentado) Silva Carvalho e o professor (em exercício) António Souto.

9.12.18

Um fantasma apressado

Moscavide
Os peixinhos não sabem gramática, mas têm riscas. Têm riscas e não vivem na penitenciária…Viajam, sem rodilha, na cabeça de um fantasma apressado, sob o olhar envergonhado e surpreendido de um mirone azulado..
Eu que penso que sei gramática, não tenho riscas, mas vivo apresado com um dicionário sempre ao lado… Já não viajo… e sinto-me a todo o momento acossado pela «vossa palidez romântica e lunar», na intuição de Cesário… que, nele, era mais uma forma de dedução…
Os peixinhos não precisam de ler o caminho ou leem, apesar de desconhecerem o que é a leitura, e seguem adiante na cabeça de um fantasma apressado…
E depois há uma outra presença no mural que o peixinho parece não querer ver. Talvez que eu esteja atrasado… mais valia viajar, sem rodilha, na cabeça do fantasma apressado.

8.12.18

Afunilado

O título de hoje parece-me ousado, mas estou com a sensação de me ter transformado num funil que, meio sedimentado, soluça a insensatez juvenil dos meus interlocutores que acreditam que o futuro passa bem sem a leitura…
Ler é, para eles, uma atividade antiquada de quem não tinha mais nada para fazer - era definitivamente uma forma de passar o tempo. Ora hoje há outras formas mais 'pró-ativas' de o fazer, mais dinâmicas, mais interativas ou, até, mais autofágicas.
Numa certa perspetiva, da leitura só se aproveita o VER... a imagem, pois a ideia aprisiona…
Contudo, ainda há exceções, com a particularidade de escreverem razoavelmente, de terem uma ou outra ideia…

7.12.18

A lupa revisionista

Para quê dar o nome de um escritor a um aeroporto? No caso, o do poeta Pablo Neruda, prémio nobel em 1971.
Por seu turno, as feministas chilenas pretendem que o aeroporto de Santiago seja batizado com o nome da escritora Gabriela Mistral, prémio nobel em 1945...
Argumento: Ricardo Eliécer Neftalí Reyes Basoalto (Pablo Neruda), o homem, terá desrespeitado a dignidade das mulheres…
Compreendo o argumento e condeno a prática, mas creio que, para o bem da poesia, o melhor seria deixar os poetas de fora desta mania de batizar aeroportos, aviões, barcos, praças, ruas e vielas… 
Afinal, o que é que se espera de um poeta? Versos…

6.12.18

O alcance das palavras

O cuco do Freixial
-Marido cuco me levades
e mais duas lousas.(Inês Pereira)
- Pois assi se fazem as cousas. (Pêro Marques)

Traído, insultado e abusado, Pêro não compreende o alcance das palavras da fogosa esposa…
De que serve o estudo? perguntaria Cesário…
De nada, pois, mesmo se incipiente, a memória o apaga… delita…

5.12.18

Verdade ou mentira?

A ser verdade, o melhor é não trabalhar… Afinal, uma boa parte dos impostos é aplicada em quem não trabalha. 
A discrepância francesa não é diferente da portuguesa. Os efeitos começam a sentir-se na radicalização social… Em 2019 se verá!

4.12.18

A literatura e a cidadania

«A literatura não existe para educar o Homem a ser cidadão, a menos que o eduque para cidadão do mundo - a única cidadania decente que hoje existe.» Jorge de Sena, O Romantismo, 1966

Perante o fastio do aluno e, sobretudo, a desvalorização da obra literária, pouco tenho a acrescentar… Temo, todavia, que a atual educação literária esteja a apostar, mais uma vez, no nacionalismo e nos restos do imperialismo cultural, isto para aqueles que continuam a ver na literatura um manual identitário…
No caso português, se excetuarmos alguma ousadia do 'projeto de leitura', o corpus literário não escapa ao narcisismo nacionalista.
De qualquer modo querer educar as novas gerações sem 'formar' os professores é infrutífero, pois estes defendem-se aplicando os modelos do passado.
Infelizmente, apesar de terem passado muitos anos, Jorge de Sena continua a ter razão… e os apóstolos da cidadania local proliferam...

3.12.18

No aproveitar é que está o ganho!

Considere-se a instrução, correspondente ao I Grupo, Parte III, de uma prova de avaliação de Português, 12º ano:
   -  Produza um texto expositivo sobre o modo como o heterónimo Ricardo Reis recomenda que vivamos, considerando as consequências dessa opção.
Quer saber como é que o aluno resolveu o problema colocado no Teste? Procure em https://esjapportugues12.blogs.sapo.pt/1394.html
      Quadro síntese-Ricardo Reis
Tenha um smartphone ou um iphone à mão, pesquise, copie, cole, modificando um ou outro conector… E já está!
Lá dizia Camilo Pessanha:
Eu vi a luz em um país perdido.
A minha alma é lânguida e inerme.
O! Quem pudesse deslizar sem ruído!
No chão sumir-se, como faz um verme… 
(INSCRIÇÃO)

2.12.18

A palavra-chave do ano

Ontem, foi feriado, e para além da atenção prestada à república de Macron e de me ter interrogado sobre o resultado de tantas idas a Berlim - bem sei que não é o resultado que interessa! -, li 22 textos sobre a aplicação do ditado «no aproveitar é que está o ganho».
Hoje que Macron avalia os estragos, e sem saber se o regresso de Berlim foi conseguido, continuo a ler sobre a visão de Caeiro…
E o que leio não me traz proveito - nem nunca esperei que trouxesse! - embora me preste a este jogo diário que não me traz qualquer ganho.
Para completar o desânimo, só me faltava que, de hora a hora, insistam em convencer-me que a palavra-chave do ano é 'professor'...

1.12.18

Na república de Macron

No coração de Paris, o movimento inorgânico dos coletes amarelos caiu nas mãos dos "casseurs" radicais. 
Perante os sucessivos episódios de violência, as forças da ordem revelam falta de mobilidade - uma atitude estática, só justificada pelo pesado e inadequado equipamento para este tipo de confrontos…
Independentemente das razões dos «coletes amarelos», urge enquadrá-los de modo a que, de futuro, não possam movimentar-se livremente… E, sobretudo, é necessário reavaliar as causas da revolta, de modo evitar políticas cegas, como a que parece estar a acontecer na república de Macron…
Na república de Macron, enquanto o coração de Paris é vandalizado, o Presidente mantém-se em Buenos Aires, entre os Grandes do G20...
Até Marine Le Pen revela mais bom senso do que Macron, pois esta tarde solicitou aos «gilets jaunes» que dispersassem para que as forças da ordem pudessem dominar os «casseurs»...