31.12.21

Um ano triste

 

De facto, a tristeza veio para ficar a 1 de abril de 2020... Não é que as expectativas fossem enormes. De qualquer modo, há sempre a esperança de que a mudança, mesmo se lenta, pudesse dar pequenos passos. (Até à data nunca os passos tinham sidos firmes, apesar das convicções... mas o melhor é não olhar para trás, nem sequer pedir contas. Para quê?)
O Vírus instalou-se, dando asas ao imobilismo  suportado parcialmente pelo Estado e, por um tempo indeterminado, gerou a debiltação das vontades e aumentou dependências asfixiantes sem retorno...
Por mais pontos de fuga criados, a verdade é que mais não são do que novas formas de dissimulação. Formas trabalhosas capazes de enganar os dias, mas que, no cômputo final, apontam a um fim sem esperança, apenas triste se a cobardia soçobrar.
De nada serve este balanço, bem sei, exarado num dia em que se celebra não sei o quê, nem porquê.
Fungo de mim próprio, mais cedo do que tarde, serei ceifado sem que isso tenha qualquer significado.

30.12.21

2022: longe do bolor...

 

Já que não navegamos a sério, então brinquemos no próximo ano, como se ainda fôssemos crianças...
O problema é que há muita gente que nunca foi criança e, sobretudo, há muitas crianças que nunca saberão o que é brincar na areia...
Por ora, os sinais são de falta de bom humor em todos os continentes.
Habituados ao uso da máscara, vamos tolerando o chicote, procurando mais a festa do que a reflexão sobre as causas das várias pandemias que vão castigando a Terra...
Esperemos que, em 2022, nos queiramos libertar do bolor que se foi instando neste milénio.

26.12.21

A opção

 

A opção parece ter sido a simplicidade e creio que o resultado foi conseguido.

À beira do caminho, num bairro de ricos e pobres, o presépio entra-nos pelos olhos dentro, mesmo se andarmos distraídos...

Na verdade, não sei se assim será e isso pouca importa... 

Amanhã, teremos um novo almirante com nome... e Melo; ainda recordo o Thomaz, o Coutinho e o Azevedo...

25.12.21

Sem conteúdo

                         

Praia de Carcavelos
           O conteúdo de um dia como o de Natal é necessariamente insuficiente ou insignificante ou incongruente.

           A ideia não é minha, mas agrada-me. Só o Sol e o Mar são capazes de me libertar da nulidade destes dias festivos em que as desigualdades se acentuam sem sequer assegurar aos desprotegidos o prometido reino dos céus...
         Diz-me a(o) Google que as minhas considerações não evidenciam qualquer pertinência em termos comerciais... e eu estou capaz de concordar, sobretudo, quando no dia de Natal, me sento numa esplanada deserta no passeio marítimo da praia de Carcavelos.

23.12.21

O presépio de Loures

 


Esta ocultação do espírito geométrico incomoda-me. Lembra-me os séculos em que a cultura clássica foi escondida, probida... eliminada.

Haveria certamente um outro lugar onde colocar o presépio...

21.12.21

Inverno com chuva e COVID

Igr Jesus Cristo Santos Últimos Dias
Parece que o inverno chegou com chuva, cumprindo a expectativa de quem ainda tem memória das cheias que mergulhavam os campos em trabalhos de proteção dos muros para que as terras não partissem em definitivo. 
(A memória urbana das chuvas apenas regista o incómodo dos guarda-chuvas e de outros acessórios, apesar de tudo, da moda...)
Dizem-nos que a chuva veio gozar a quadra natalícia e a passagem de ano, depois, só a espaços e de forma intensiva, cairá.
Não sei se assim será, mas desconfio que não a valorizamos o suficiente - já ninguém convida a chuva para ficar, para nos fazer companhia... 
Já lá vão os tempos em que se ficava à escuta por detrás das vidraças ou, então, à lareira a pensar no infeliz menino deitado num estábulo distante e frio.
Na Palestina, nos próximos dias, vai chover, mas no dia 25, o sol estará de regresso.
Com chuva ou sem ela, desejo a todos um BOM NATAL e um 2022 sem COVID!

18.12.21

Outrora e outros tempos


Olga Tokarczuk no romance 'Outrora e Outros Tempos' leva-nos ao centro da tragédia de um país encravado entre estados expansionistas, utilizando uma estratégia narrativa peculiar - o tempo recorrente de diversas personagens prisioneiras do território e, sobretudo, do seu próprio corpo.
Nem Deus nem a Alma lhes valem de todo, quando os exércitos estrangeiros se enfrentam, roubando-lhes a vida ou, pior, mutilando-lhes definitivamente os corpos. E, absurdamente, na guerra todos morrem, sejam invadidos ou invasores...
A desumanização é uma consequência da guerra, tal como o esquecimento é a melhor solução para o fim da vida:
«Aprendeu a esquecer e o esquecimento trazia-lhe alívio (:..) Bastava-lhe não pensar durante um dia ...»

Este romance é, por um lado, extremamente cruel e, por outro lado, apaziguador: «Ignorar que se existe é libertar-se do tempo e da morte.»
Ainda assim, a leitura desta obra incita-me a aventurar-me um pouco mais na literatura polaca, já que a Polónia me está cada vez mais distante...

16.12.21

A avezinha

 

A avezinha é matreira, desaparece antes do clique ou esconde-se para que eu não possa sorrir...

A avezinha não imagina que o Natal se aproxima e que de tão minúcula escapará certamente à gula festiva.

A avezinha não quer saber que haja quem sonhe com um almirante na presidência e nostalgicamente com um presidente do conselho ditador...

A avezinha ignora que os príncipes da renascença são matreiros e que, sempre que pressentem o clique, sorriem e sacodem a cauda.

No entanto, pelo que observei, esta avezinha não é franciscana, pois detesta o Ideal.

15.12.21

O juiz e o arguido

Casal dos Machados


O dinheiro falta um pouco por todo o lado - há pedintes que já só pedem 50 cêntimos!

No entanto, o Juiz, em nome do Estado, chega a pedir 6 milhões para que o arguido possa ir esticar a pernas sem ser incomodado... 

Esta manhã, dei comigo a pensar que, longe de Deus, todos podemos almejar ser príncipes da renascença... e tem havido mesmo uns tantos que o têm conseguido ou, talvez, o Juiz tenha enlouquecido... 

Será que Deus o escolheu para cobrar o que lhe é devido?


14.12.21

Barcelona, lugar de poetização

 



De Barcelona a Barcelona com passagem por Frankfurt... assim desenho a viagem do António Manuel Venda. 

Em Frankfurt, tudo poderia ter sido diferente, mas não foi... a indecisão do momento gerou uma nostalgia impossível de superar, mesmo através da sublimação poética.

De facto, a arte, por mais que se defenda o contrário, não resolve a vida. Barcelona é assim um lugar em que o Autor poetiza o prosaico da realidade.

11.12.21

Dissonâncias 1


A notícia do dia, de tão repetida e comentada, ofende os ouvidos de quem ousa ligar o aparelho de televisão.
Não há político que não aproveite para se pronunciar sobre o 'crime' do rendeiro que ousou driblar os senhores que lhe alugaram bens e capitais, com a indispensável compensação.
Não há jurísta que não aproveite para se posicionar mediaticamente, à espera que os senhores não se esqueçam deles nos próximos arrendamentos...
Parece que o dia se esgota neste rosário de dissonâncias,  sob o olhar enigmático de Fernando Pessoa em Durban.

9.12.21

A mentira e a corrupção

 

As estatísticas vão engrossando, não faz mal, é a vontade do Senhor dos Tempos...

Ai a Idade! Para onde vão todas as Idades?

A  Mentira, cheia de compaixão, diz que seremos bem acolhidos e, sobretudo, libertados da solidão, da doença, da decadência do corpo - as almas elevar-se-ão à espera da ressurreição!

A verdade é que gostamos da Mentira, já não sabemos viver sem ela. E por estes dias, celebramo-la princepescamente...

E ainda há quem queira combater a corrupção, como se esta não fosse uma das faces da Mentira.

6.12.21

Esperamos, todos os anos

 


Esperamos que as luzes se acendam, mas para quê se nada muda?

Se ainda reconhecêssemos que vivemos na escuridão, talvez a espera  fizesse sentido, talvez a estrela nos pudesse sinalizar o caminho…

Quais magos, procuramos o reinício, mas sem ter consciência do caminho que seguimos…

Deixamo-nos embalar, deixamo-nos cativar… sem perceber que é tempo de romper com a inação…

de romper com a decadência.

3.12.21

O passageiro

 

«A ideia do além, do mundo-verdade foi inventada apenas para depreciar o único mundo que existe - para destituir a nossa realidade terrestre de todo o fim, razão e propósito!» Frederico Nietzche, Eu sou uma fatalidade, Ecce Homo.

Confesso que este alemão, que detestetava alemães, nacionalistas, e parecia apostar no homem europeu, me tem dado que pensar, sobretudo no que se refere ao peso da moral cristã no alastrar da cegueira humana...

Ao tomarmos como a válida a ideia de que todos estamos de passagem, estamos, afinal, a matar a a nossa razão de ser: criar. Deixamos a criação aos deuses e vamos arrastando os pés para o nada, ou, em alternativa, para o além, com maior ou menor compromisso.

Não fosse o servo cabrita ter desabafado que naquele carro mais não era que um passageiro, eu não teria tido a coragem de, no fervor natalício, me pronunciar sobre o mal-estar civilizacional em que mergulhámos - vamos lá celebrar o Natal, pouco importa se a morte chega em janeiro!

De passagem,  o condestável cabrita só terá de prestar contas ao criador que, certamente, terá em conta os serviços prestados...

28.11.21

Talvez pudesse...

Talvez pudesse debruçar-me sobre a situação política… para quê? Afinal, todas as formas de populismo me enojam. O que é que sobra?

Talvez pudesse debruçar-me sobre a situação futebolística… para quê? Afinal, todas as explicações me parecem absurdas. Já me estou a imaginar a entrar em campo com sete vizinhos amadores só pela glória de defrontar os craques aquilinos! 

Talvez pudesse debruçar-me sobre as vítimas da pandemia… para quê? Afinal, se me puser a jeito, dificilmente escaparei à inevitabilidade.

O melhor é ficar-me por aqui, e regressar à leitura do Ecce Homo, de Frederico Nietzsche, mas só ao entardecer, pois é recomendável «Estar o menos possível sentado; não confiar em ideia alguma na qual os músculos não tenham festiva parte. Os preconceitos nascem dos intestinos. A sedentariedade (…) é autêntico pecado contra o Espírito Santo.»

24.11.21

Uma nova obra de António Souto


Os mais preocupados perguntam hoje: Como se há de fazer para conservar o homem? Mas Zaratustra é o primeiro e único a perguntar: Como se há de fazer para superar o homem?» NIETZSCHE, ASSIM FALAVA ZARATUSTRA

Perante o título NÃO HÁ VOLTA A DAR - crónicas de ANTÓNIO SOUTO - sinto-me perplexo. Será verdade?

 A lição do passado refresca-nos a memória, alivia-nos da frustração do presente: «Anda um vírus à solta pelo mundo, pelo nosso mundo, agora de repente tornado nosso...» Passámos a expiar os nossos crimes, acreditando na redenção... «até ao dia em que nos sintamos a salvo

Perante a insistente necessidade de conservar o homem (e o planeta...), o Autor mostra-se cético e mordaz porque o conhecimento da realidade é cada vez mais diminuto,  substituido que é por uma inenarrável alienação.

Compreende-se, assim, que não haja volta a dar! No entanto, a história do homem diz-nos que, apesar da miséria que este consigo transporta, ele sempre conseguiu superar os obstáculos, fossem eles a natureza, os deuses ou outros homens...

Só falta ao homem superar-se a si próprio, caminho sempre presente na escrita do ANTÓNIO SOUTO, mesmo que o pessimismo lhe seja peculiar.

(Esta obra foi apresentada pelo António Manuel Venda na Biblioteca da Escola Secundária de Camões no dia 23 de novembro de 2021.)

20.11.21

Não sei...


Não sei se a roda é grande se é pequena, mas que rola, incansável, rola...

Dizem-me que ler é salutar, mas nem sempre a leitura faz bem à mente - há quem leia tudo ao contrário porque lhe convém...

Não sei o que pensar da situação global, eu que mal consigo interpretar o que se passa no meu quintal - se o tivesse!

Não sei se, de facto, o problema atual não é, afinal, uma guerra geracional.... 

Só sei que a roda rola, incansável, rola...

18.11.21

Há atos



Há atos que o melhor é ficarem com quem os pratica, apesar de, muitas vezes, procurem castigar silêncios incompreendidos.

De nada serve amplificá-los, porque a tarde caiu sobre eles, apenas servindo para reiterar a incomunicabilidade num tempo de amizades sonoras e falazes.

Por isso, os atos são brutos e rolam, rolam sem que nada os possa interromper...

(de nada servem, as palavras)

15.11.21

e agora fenece


Secas caem as notícias

nem a distância as humedece.

(Só o olhar furtivo aquece.)

O que fazia?

Lia escrevia sofria 

por certo

e agora fenece.

12.11.21

Ignotus

 

Antero de Quental

 


 - Não vos queixeis, ó filhos da ansiedade,
    Que eu mesmo, desde toda a eternidade,
    Também me busco a mim… sem me encontrar!

11.11.21

Não conto, desta vez!

 

Como diziam os meus alunos, professor não conte…

E não vou contar, a não ser que a leitura me permitiu relembrar consulados mais ou menos efémeros, em que os projetos pessoais se sobrepunham ao interesse nacional, a intriga política era alimentada por uma comunicação social a quem apenas interessava vender o 'produto', indiferente às circunstâncias e aos factos - realidade para que te quero fosse aqui, fosse no Brasil, fosse em Macau, em Timor ou no Iraque!

Desta leitura retiro, sobretudo, a ideia de que é fácil enredar um Presidente da República por mais íntegro que ele seja, mas que, infelizmente, há outros (presidentes) que não conseguem escapar ao papel de bonecreiros, convencidos que podem modelar a realidade, sujeitando-a aos caprichos do momento…

Prometi não contar e não conto, porém recomendo este livro aos jovens que sonham subir ao palco, seja ele da política ou da comunicação social.

Por estes dias, a memória da década de 1996 a 2006 poderia ajudar a evitar velhos erros...

9.11.21

Falar redondo

 

Já lá vai o tempo em que gostava de pessoas que sabiam a lição de cor, que nunca se atrapalhavam - clérigos, professores, políticos. Era fascinante ouvi-los e a vontade de os imitar não faltava… 

Mais tarde, percebi que o saber projetado sobre o auditório era um tanto empolado e frequentemente tendencioso - a homilia, a lição, o discurso serviam desígnios misteriosos que escapariam à pequenez dos paroquianos, dos alunos e dos cidadãos. Na verdade, ou não havia perguntas ou eram escamoteadas, não fosse quebrar-se o fio condutor.

Hoje, já é possível fazer perguntas - há até guiões, roteiros. No entanto, os políticos continuam a falar de cor, a falar redondo, sem serem incomodados… Só que perdi, em definitivo, a vontade de os imitar e de os ouvir (aos entrevistados e, sobretudo, aos entrevistadores).

7.11.21

Raivas bem nutridas

 

Custa-me a crer, mas as imagens são de raiva bem nutrida. Concentram-se em fúrias bem medidas, insurgindo-se contra os políticos da hora, fazendo de conta que os papás em nada são responsáveis pelo alastrar dos desertos e das fomes ancestrais…

Entretanto, vão saltando de metrópole em metrópole, como se por perto não se amontoassem esqueletos esquecidos no presente…
 
Oráculos do futuro, vivem de raivas acolchoadas e bem nutridas.

4.11.21

O corte

 

Pobres romãzeiras! Defraudadas, certamente. Quando o frio se aproxima é que decidem amputá-las de tudo o que as distingue...

Agora que o Inverno se aproxima é que os doutos deputados decidiram enviar o orçamento às urtigas, como se este fosse descartável por estes tempos...

E logo que ficou claro que o corte do orçamento era inevitável, levantou-se o Presidente, e fingindo pôr os pontos nos is, declarou urbi et orbi que ia dissolver o parlamento. Só uns dias mais tarde, percebeu que havia regras constitucionais a cumprir e que no seu quintal se ia cortando a torto e a direito, abrindo avenidas de oportunismo político até há poucos anos impensáveis. 

Daqui a uma hora, o Presidente proclamará o dia e a hora em que iremos a votos para escolher quem apresentará novo orçamento, como se não houvesse mais vida para além do dito.

1.11.21

A profecia de Daniel e a neutralidade carbónica


A Índia, terceiro país mais poluidor do mundo, atingirá a neutralidade carbónica em 2070, anunciou hoje o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, reduzindo até 2030 as suas emissões poluentes em mil milhões de toneladas.

 A profecia de Daniel:

"Começaste a cuidar, ó Rei (Nabucodonosor), deitado no teu leito, diz Daniel, o que havia de suceder depois do tempo presente, e o Deus que só pode revelar os mistérios e os segredos ocultos, te mostrou naquela visão tudo o que está para vir nos tempos futuros, e o que eu agora te direi, não por arte ou ciência minha, se não por revelação sua. Parecia-te  que vias defronte de ti uma estátua grande, de estatura alta e sublime e de aspecto terrível e temeroso. A cabeça desta estátua era de ouro, o peito e os braços de prata, o ventre até os joelhos de bronze, dos joelhos de ferro, os pés de ferro e de barro. Estando assim suspenso no que vias, viste mais que se arrancava uma pedra de um monte, cortada dele sem mãos, e que, dando nos pés da estátua, a derrubava. Então se desfizeram juntamente o barro, o ferro, o bronze, a prata, o ouro, e se converteram em pó e cinza, que foi levada dos ventos, e nem aqueles metais apareceram mais, nem o lugar onde tivessem estado; porém a pedra que tinha derrubado a estátua cresceu, e fazendo-se um grande monte, ocupou e encheu toda a terra.

(...) Aquela pedra, ó Rei, que viste arrancar e descer do monte, que derrubou a estátua e desfez em pó e cinza todo o preço e dureza dos seus metais, significa um novo e quinto Império que o Deus do Céu há-de levantar ao Mundo nos últimos dias dos outros quatro. Este Império os há-de desfazer e aniquilar a todos, e ele só há-de permanecer para sempre, sem haver de vir jamais por acontecimento algum a domínio ou poder estranho, nem haver de ser conquistado, dissipado ou destruído…

Sobre o futuro, pouco há dizer, embora todos possamos fazer alguma coisa, mesmo se deitados como o Rei Nabucodonosor…

31.10.21

Preocupante

 

Revista Militar

A Argélia encerra hoje o Gasoduto Magrebe-Europa, após 25 anos em funcionamento, alegando motivos políticos e geoestratégicos, mas prometeu compensar a Península Ibérica aumentando a capacidade do Medgaz e as exportações de gás natural liquefeito por via marítima. (...)O assunto esteve, na quarta-feira, no centro das conversações entre a ministra espanhola da Transição Ecológica, Teresa Ribera, e o ministro argelino das Minas e Energia, Mohamed Arkab. MadreMedia / Lusa

Li a notícia na totalidade e não vi qualquer referência a Portugal. Será que passámos a ser representados pela ministra espanhola, Teresa Ribera?

Não queremos combustíveis mais caros, mas delegamos nos 'parceiros' ibéricos e europeus a defesa dos nossos interesses! Sem esquecer que o atual incentivo, através da redução de impostos diretos ou indiretos,  ao consumo de combustíveis é cada vez mais prejudicial... Continuamos concentrados no voto do eleitor!

Pouco mais produzimos do que lixo, como se vai vendo nas guerras intestinas que vão minando os partidos da direita e da esquerda, porque, afinal, o que todos procuram é deitar a mão ao bodo (bazuca)... 

O futuro pode esperar! O problema é que não pode!

28.10.21

Ontem, excedi-me

 

À espera dos emigrantes


Ontem, não chumbaram o Costa nem seria possível de acordo com o critério pedagógico... Talvez uma retenção temporária para melhor recuperar as habilidades!
Ontem, o Costa perdeu na Relação. Antes já tinha sido advertido em 2019 e nas autárquicas deste ano... Não é por se posicionar mais esquerda ou à direita, mas porque a maior parte das medidas incrementadas são efémeras e sem efeito positivo na vida das pessoas. 
Da próxima vez, se não se libertar da fatuidade, o Costa ver-se-á obrigado a emigrar, como vários dos seus antecessores...para glória da Nação.

27.10.21

Chumbaram-no...

 

Nós queremos é dinheirinho! Como não haveria suficiente no orçamento para satisfazer todos os apetites, a esquerda e a direita juntaram-se e chumbaram-no.
O Costa ao dizer que é de esquerda está no direito dele, mas quando se tem a responsabilidade de decidir não se é esquerda nem de direita. Decide-se, pior ou melhor conforme as circunstâncias...
Dentro de dias, Costa poderá voltar a ser de esquerda e poderá prometer o que quiser, mas nós já sabemos que se ele voltar a governar deixará de ser de esquerda ou de direita. E ainda bem!
Só quem não decide é que não sabe que governar é avançar ou recuar conforme as circunstâncias.
Exceto, talvez, o Presidente malabarista!

23.10.21

A roda

 

Com tanta gente que nos deixa à nora, sempre que regresso a Tomar, nem que seja por duas ou três horas, nunca deixo de visitar o parque do mouchão...
Voltei a passar por lá, e a roda continua a girar, o que me deixa agradado, apesar da cidade me parecer deserta, voltada mais para o turismo do que para as suas gentes.
Vê-se que o município tem gasto muito dinheiro em diversas obras, não sei se bem se mal...
No entanto, hoje, tive a sensação de que Tomar deve ter deitado a alma ao Nabão como outrora Nabância terá feito a Iria...
De qualquer modo, se for a Tomar não se esqueça de passar pelo Mercado... sem esquecer o Convento de Cristo. Mas este já faz parte de outro caminho...

21.10.21

António Lobo Antunes não conta, desconta...

 A quem desconheça a história do PCP e, em particular, a biografia do seu militante e dirigente, Júlio Fogaça (1907-1980) de pouco servirá navegar nas páginas do romance Dicionário da Linguagem das Flores, de António Lobo Antunes (Outubro 2020).
De facto, o romancista não conta, poderá dizer-se, talvez, que desconta a vida de Júlio Fogaça, toda feita de partículas deixadas cair em espaços, umas vezes falsamente burgueses, outras miseravelmente proletários, ora ribeirinhos ora de sequeiro…
Aos poucos, o leitor vai navegando nos círculos concentracionários, do mais amplo para o mais reduzido… E nesse aspeto, o Partido move-se no interior do Estado Novo em círculos fechados, desenhados de forma claustrofóbica, onde as relações heterossexuais são de fachada para confundir os olheiros do grande círculo e para sossegar os controleiros do Partido; apenas a homossexualidade negada vai ganhando peso na luta interna comunista, não tendo o escritor tido coragem de denunciar, de narrar o que, na verdade, aconteceu a Júlio Fogaça a partir de 1960. Ficou-se pelas flores, belíssimas, por vezes, mas que com o tempo vão murchando… E, por lado, não é fácil colhê-las num dicionário, onde ninguém espera encontrar  a alma...

20.10.21

A tentação

Com os diabos à solta, o que faz a República? Canoniza.
Olhar para o lado ou ainda melhor olhar para trás é uma tentação. Vamo-nos redimindo da inação com gestos de apoteose...
A República lá vai entronizando os seus santos, uns de ocasião outros reveladores de má consciência.
E de que nos servem os santos? De exemplo? Não me parece.

16.10.21

67

 

Os amigos não esquecem. Por chamada, sms, messenger, facebook, fazem votos de que tudo corra pelo melhor. Esperemos que sim, que haja orçamento, que haja aumentos, que haja saúde... e relva e mar e sol e que a lua não se esqueça de nos surpreender. Obrigado a todos!
Por mim tudo bem até porque o tomateiro que dantes crescia fora do gradeamento, apesar de ter sido eliminado pelo jardineiro, soube reproduzir-se do outro lado, atrás da baliza e que, porquanto, vai crescendo feliz, indiferente à bola ameaçadora. Ele sabe que o segredo está na semente e na brisa matinal.

14.10.21

Ficar por dentro

Lá fora  há certamente alguma coisa. Se me concentrar, conseguirei ouvir os camiões a rodar, os cães a ladrar e os pássaros... os pássaros também a voar, vejo-os sem os amarrar. Eles é que me prendem o olhar, à espera do tsunami que virá do lado errado do mar. 

Lá fora ainda não sinto o odor do enxofre vulcânico, mas parece que vai chegar. Por iso decidi fechar as janelas, correr as cortinas e ficar-me simplesmente a matutar nas razões que me prendem aos ponteiros que não cessam de rodar...

Poderia ir até lá fora, mas não, está escrito que devo ficar por dentro, aborrecido por não saber quem gizou este rumo.

10.10.21

A árvore dos bicos

    A Paineira. 

Quando a observo, a Paineira lembra-me a Casa dos Bicos que, se fossemos rigorosos, seria a Casa dos Diamantes, à semelhança da Casa renascentista italiana (Ferrara e Bolonha).
Lá podemos encontrar a Biblioteca de José Saramago, apesar das bicadas.

Esta árvore cresce no Jardim do Campo Grande e creio que passa despercebida à maioria dos transeuntes. Ainda bem!
 
A Paineira pode atingir os 30 metros e, por volta dos 20 anos, liberta-se dos acúleos, dando abrigo aos ninhos dos pássaros que a procurem.

Fico-me por aqui, pois já começo a ver ouriços, esses têm  dezasseis mil picos e usam-nos para diferentes necessidades: camuflagem, defesa, ataque, transporte de comida. É obra!


9.10.21

Ainda o orçamento...

 


Como não nos ensinam a fazer um orçamento, o tema passa-nos ao lado, talvez porque sempre o vimos como um saco sem fundo... Mergulhamos a mão e alguma coisa havemos de encontrar, pouco interessa se o saco é nosso ou alheio...

Claro que lá de tempos a tempos, desatamos a enaltecer o ministro do orçamento, personalidade única capaz de acertar o deve e o haver, e quando tal sucede respiramos fundo, e deixamo-lo fazer o que bem entende, sem verdadeiramente nos explicar o milagre orçamental.

De facto, o nosso maior problema não é a ignorância orçamental, mas, sim, a ignorância tout court, embora saibamos que o que desejamos não é justo, pois só contribuimos se a isso formos compelidos... e parece que gostamos do empurrão!

Consta que o governo já terá aprovado o orçamento, contudo só a 26 de novembro ficará escrito. E, de acordo com a história recente, nunca chegará a ser regulamentado... o que deixa a entender que o ministro do orçamento já foi entronizado. A minha dúvida centra-se no titular da pasta: será Leão ou Centeno? Há mesmo quem diga que o Costa prepara remodelação e que, afinal. o mágico da execução se chamará Medina. 

A ver vamos!

8.10.21

O orçamento

 

Não sei o que é um orçamento e muito menos para que serve. No entanto, não se fala de outra coisa nos meses de outubro e de novembro. Bem, exagero, também se falou das eleições autárquicas nos últimos tempos; talvez  o Moedas tenha sido eleito a pensar no orçamento... Sem esquecer as eleições no Benfica, apesar do orçamento..., os comentadores televisivos parece que também vão a votos... alguns gostariam mesmo de assistir à morte das águias...
E depois há o Covid 19, quase esquecido, em nome do orçamento... Alguns, não querendo perder o emprego, apostam no reforço do SNS... querem lá da saber da saúde, o que interessa é viver da doença... 
Bazucam-nos permanentemente com números de insuficiência, de carência, de abundância, de desenvolvimento; só não nos explicam para que serve o orçamento... 

7.10.21

Obrigado, Bruno Vieira do Amaral!

 

(No dia em que o prémio Nobel de Literatura foi atribuído a Abdulrazak Gurnah de quem nunca ouvi falar, confesso.)

Conclui a leitura de Integrado Marginal, biografia de José Cardoso Pires, da autoria de Bruno Vieira Amaral

Há muito que não devorava uma biografia com tamanha celeridade! Fundamentalmente, por três ou quatro razões: a exposição da matéria, ordenada e clara; o tempo histórico, salazarista e abrilista; a afirmação literária de JCP e a ortodoxia de sinais opostos; os círculos artísticos, amizades e hostilidades confessadas ou silenciadas.

Para quem atravessou o tempo do biografado, lhe leu a obra, desconhecendo a trama que se ia tecendo nos bastidores, o trabalho exaustivo de 'reconstituição' da vida familiar, social, cultural e política de grande parte do século XX é deveras formativo, ajudando a compreender a pequenez do país e os assomos de protagonismo, raramente justificados.

Esta leitura não ajuda apenas a comprender as misérias e as grandezas de Cardoso Pires, dá também a conhecer outras facetas de vultos de todos bem conhecidos, nem sempre pelas razões mais dignas.

4.10.21

No dia 3 Agosto de 1961, o Renault 4 foi apresentado ao mundo


Também eu fui proprietário de um Renault 4L. 

Esta foto foi tirada em 1983, provavelmente, no pinhal de Leiria, perto de S. Pedro de Moel…

(O menino gostava imenso de o 'conduzir', indo, por vezes, ao ponto de o empurrar, colocando-se em risco para desespero dos familiares... Imaginem as letras que o petiz oculta: ?? -74-78!)

Comprei-o na Portela de Sintra, ainda antes de ter tirado a carta... Relembro, como se fosse hoje, a primeira vez que o conduzi, pois durante a instrução sempre lidara com uma marcha atrás bem diferente... De qualquer modo, acabei por conseguir inverter a marcha...
Outros tempos!

2.10.21

Mesmo se a cinza...

 

Por necessidade de combater a desagregação psíquica, a Ponte foi solução pontual, pois calculava que os flamingos da outra margem se exprimiam na leveza de um baile sem público... Ou será bailado?
E assim foi. Só eu não estou à altura da oferta, no entanto tal não impede que aqui refira um outro 'fotógrafo' da pequena burguesia - José Cardoso Pires que, vou revisitando, entusiasmado, na versão de Bruno Vieira do Amaral - INTEGRADO MARGINAL... Há muito que não lia uma biografia tão bem construída e tão bem fundamentada!
Não conseguindo fixar-me no número de sílabas, consegui, porém, travar o avanço do rio Lete... o que dá outra cor ao dia, mesmo se a cinza parece tudo obnubilar.

30.9.21

Na universidade de Cabul mandam os cábulas

(Em Alcântara, começo a pressentir que há uma relação etimológica entre cábula e Cabul.)

Os talibans apoderaram-se da Universidade de Cabul, onde os estudantes cábulas nomearam um deles reitor - Mohammad Ashraf Ghairat.
Nos dicionários a que tenho acesso, não encontro explicação para a origem da palavra 'cábula'. O que me dizem é que a origem é obscura. Um entendido vai dizendo que o termo vem do catalão, com o sentido de ardil, tramoia.
Espero, entretanto, que 'cábula' não seja da mesma família de 'cabelo'. Estão a ver porquê?
Infelizmente, se tal acontecesse, começaria a compreender a necessidade dos talibãs - cábulas, cabeludos e barbudos - perseguirem todos os que insistem no corte ou na remoção dos pelos.
A pilosidade, para certos cábulas, é um traço que distingue o sagrado do profano, o bem do mal e, principalmente, uma marca de preguiça ancestral.

28.9.21

O Islão e as redes sociais

"Enquanto não for criado um ambiente islâmico para todos, as mulheres não serão autorizadas a vir para as universidades ou trabalhar. O Islão primeiro", disse, através da sua conta oficial na rede social Twitter, o novo reitor da universidade de Cabul, Mohammad Ashraf Ghaira ( o estudante /talibã, que aos 38 anos, já é reitor).

Esta decisão nada tem a ver com o Deus do Islão. Muito antes do século VII, já as mulheres eram consideradas inferiores e obrigadas a obediência cega - eram objeto de prazer e de procriação. Os privilégios eram todos do homem, de certos homens…

Se o Deus do Islão conhece todas as intenções dos homens, então, é difícil compreender a necessidade de criar «um ambiente islâmico» - este existe no Corão desde o século VII, não cabendo ao homem modificá-lo, por exemplo, através das redes sociais, como o Twitter...

As redes sociais são um instrumento que um genuíno talibã nunca utilizaria, pois a um servo de Deus do Islão não convém ir além do Corão, isto é, ir além da vontade divina.

27.9.21

Em Medina...

 

Parece simples, mas não é ou, então, a explicação não está ao alcance dos sábios… Em Medina, a palavra é confiança, certeza - a voz de Deus é direta… Basta aplicá-la!
Em Medina, tudo já foi dito...

Mas Medina não deixou crescer a barba, não perseguiu os barqueiros…E estes, ingratos, preferiram a moeda, a troco de uma descida aos rios subterrâneos que prometem transportar-nos aos campos elísios.

(As bicicletas esgueiravam-se pelas vielas de Medina sob o olhar implacável dos munícipes...)

26.9.21

Para animar

 


Às 7:58, já estava à espera de poder votar. Às 8:05 h, já estava despachado e, como podem ver, às 10:20, o almoço está pronto.

Que mais posso dizer! 

Espero que não se esqueçam de votar e que os alemães me sigam o exemplo, que bem precisamos deles...

23.9.21

O meu contributo

 



Este é o meu contributo para as  eleições de 26 de setembro.
Se no domingo me deslocar à mesa de voto, procurarei no boletim algo tão extasiante como a paleta desta foto.
Caso não encontre, votarei em conformidade, e sairei de lá com os olhos repletos de sombras…
Mas como nem tudo é o que parece, o melhor é reconhecer, desde já, que o contributo é da Natureza que, apesar das largadas partidárias, me vai iluminando os dias.

22.9.21

Não é uma eira...

Não é uma eira, mas pode ter sido. Dois bancos amputados (na foto) não servem de nada… Tal como surgem, grande é o risco de se virarem, deitando ao chão os incautos de passagem…
Tempos houve em que a eira acumulava maçarocas, outros cereais, figos e passas de uva, à espera de triagem, de esbulho ou de secagem… e sobretudo de aparvoadas conversas. Tudo acabava por ser dito, pondo ponto final ou abrindo novo parágrafo…
E quanto ao que não foi dito no devido tempo, é tarde para o reconstituir. E sobretudo é perigoso, porque as palavras já não procuram o crivo, estatelando-se no terreiro.

20.9.21

As pessoas e o fado

 

Domingo! A campanha eleitoral decorre no jardim Almeida Garrett.

No entanto, junto ao Ginásio, a Junta de Freguesia 'oferece' um dia de fado, farturas e pão com chouriço… Coincidência? 

De facto, lá está, embora menos visível, o slogan PRIMEIRO AS PESSOAS!

Fernando Pessoa, na pele de Ricardo Reis, ensinava que em primeiro lugar devermos obedecer ao Fado, depois venerar os Deuses e, finalmente, lembrarmo-nos que somos homens, talvez pessoas…

18.9.21

Falta de aprumo

Com tanta falta de aprumo nas ruas, nas assembleias, na vida académica, na intervenção mediática…resta-nos a verticalidade da natureza no Jardim José Gomes Ferreira que eles ignoram:

«No princípio do Outono
ainda sobem as últimas folhas
da terra para os ramos.

Só mais tarde
caem
por instinto de sono
e ouro de recorte
num esforço de sol
a querer emendar a morte


Poesia V - Pontapés nas pedras

16.9.21

Palavras presas

 

Ser frágil e misterioso, indiferente à minha presença, cumpre o dia por mais efémero que venha a ser…

A corda está lá, mas não o prende, dá-lhe pouso, indiferente à sua presença.

O contraste estático, só o eu vejo. Mas para quê?

Estas palavras poderiam ser aladas e transparentes, mas não, são presas, mesmo sem terem sido encordoadas.

13.9.21

Picar o ponto

 Há quem pique o ponto, mas não faça nada. 

No fim do dia, devem sentir-se superiores, mas em quê? Mais valia não dar sinal de vida, deixar-se ficar na caminha… 

Afinal, para que é que os colocaram na Terra? Sim, porque nascer, em muitos casos, é um exagero.

A não ser que se tenha vindo ao mundo para infernizar a vida dos outros, argumentando que eles é que são o inferno. Por exemplo, tudo seria mais simples como filhos(s) único(s).

12.9.21

O Sol e a ponte sobre o rio


Eram 7 da manhã! O dia começara cedo: a filha lá ficara no aeroporto, de regresso a Hamburgo, ainda à espera que os efeitos do Covid 19 não exacerbem o rigor alemão...
E eu nada mais podendo fazer, fui espreitar a foz do Trancão, naquela hora quase sozinha.
E para animar, o Sol que madrugava ou melhor eu é que madrugara, obedecendo a uma disciplina antiga do tempo em que o Latim imperava...
Horas mais tarde, já a filha aterrara, eu voltava aos livros, à procura de uma explicação para a discriminação das mulheres no Islão.
Dizem-me que Deus é que sabe e que o homem nunca deverá questionar os seus critérios, tal como as mulheres não devem desafiar os homens... Uma tristeza, não fosse o Sol...

10.9.21

Hoje é dia de S. Sampaio!

O coro é unânime na valorização da ação e da coerência. À distância, tudo parece bater certo. No entanto, muitos foram os momentos em que o coro desafinou. Muitos que, hoje, fazem o elogio do «santo», viram no presidente um demónio caprichoso.
De qualquer modo, a memória dir-nos-á que Jorge Sampaio esteve sempre do lado dos mais fracos e dos mais esquecidos. 
Rogai por nós, pecadores, agora e na hora da nossa morte que o Jorge já não precisa.

6.9.21

Gostar

«O segredo da felicidade e da virtude é gostar daquilo que se é obrigado a fazer. Tal é o fim de todo o condicionamento: fazer as pessoas apreciar o destino social a que não podem escapar.» Aldous Huxley, Admirável Mundo Novo.

Poucos são aqueles que fazem livremente aquilo de que gostam. Uns tantos não chegam a ter oportunidade de gostar do que quer que seja... e muitos afirmam gostar do que lhes é imposto para que se possam sentir virtuosos e felizes...
As caravanas prometem mais emprego, melhor alojamento, descarbonização, serviço nacional de saúde mais abrangente e eficiente, transparência, e até a Santa Casa promete aumentar os prémios de jogo... desde que continuemos a jogar, sem esquecer a promessa dos 850€ para o ordenado mínimo nacional…
Pelo andar da caravana, um destes dias, somos todos alfas ou betas ou gamas. Tanto dá!

3.9.21

Duma penada


Preocupado? Creio que sim!

Nunca se sabe quando o inimigo ataca. Sim, porque já não se pode confiar em ninguém.

Os povos com história são aqueles que, de forma permanente, combatem os inimigos que se vão revezando.

Durante as tréguas - formas de baixar a guarda - e, quando menos se espera, o amigo vaticina a desistência, por cansaço ou por descrença.

Duma penada, confirma-se, para 2023, a insolvência da nação e o naufrágio do PS. 

E para quê? Para modificar a agenda comunicacional deste fim de semana. Talvez tenham reparado que o dia de ontem foi um dia triste para o Presidente, porque o António Costa se lembrou de celebrar a ação política de um governo de há 40 anos... e foram recordados atos pouco abonatórios.