1.12.20

Eduardo Lourenço

 Este é o homem de todo excelente: quem tudo compreende por si só, pensando no futuro e nas coisas que levam a um fim melhor. (Hesíodo, Os Trabalhos e os Dias)

Partiu o homem com quem aprendi a ler as incongruências de Portugal e da Europa. 
Partiu Eduardo Lourenço que me soube explicar Fernando Pessoa... um dia depois. 
Se lá no Céu o calendário tiver cabimento, terão doravante todos os dias necessários ao esclarecimento dos mistérios desta Europa que insiste em torpedear o futuro.

Eduardo Lourenço ao Expresso de 9.03.1996,  a propósito da morte de Vergílio Ferreira:

Para um escritor, a longevidade, graça ou excesso de zelo da vida, é um acidente. O tempo de uma obra, aquilo que lhe dá coerência por dentro e a torna única, não se mede pela balança dos anos. Ninguém sabe o que o peso dos anos acrescenta ou rouba a esse outro tempo fora do tempo onde a obra existe.

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