Este é o homem de todo excelente: quem tudo compreende por si só, pensando no futuro e nas coisas que levam a um fim melhor. (Hesíodo, Os Trabalhos e os Dias)
Partiu o homem com quem aprendi a ler as incongruências de Portugal e da Europa.
Partiu Eduardo Lourenço que me soube explicar Fernando Pessoa... um dia depois.
Se lá no Céu o calendário tiver cabimento, terão doravante todos os dias necessários ao esclarecimento dos mistérios desta Europa que insiste em torpedear o futuro.
Eduardo Lourenço ao Expresso de 9.03.1996, a propósito da morte de Vergílio Ferreira:
Para um escritor, a longevidade, graça ou excesso de zelo da vida, é um acidente. O tempo de uma obra, aquilo que lhe dá coerência por dentro e a torna única, não se mede pela balança dos anos. Ninguém sabe o que o peso dos anos acrescenta ou rouba a esse outro tempo fora do tempo onde a obra existe.
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