23.4.22

O Primo Basílio, porquê?

Um pulha flaubertiano que atravessa íncólume o romance. No entanto, Eça de Queirós dá-lhe a capa...
Da Srª D. Luísa Mendonça de Brito Carvalho, o que dizer?  Apesar da nefasta leitura de romances românticos, o que parece ter-lhe desfeito a felicidade conjugal terá sido a partida do marido para o Alentejo, ausência aproveitada pelo retornado primo. O estrangeirado fascinou-a! 
A hipótese de Luísa conhecer o Mundo reduz-se ao viajado e experimentado Basílio. Afinal, o engenheiro Jorge vive num espaço fechado, cercado de amigos sem grandes ambições... a não ser  Acácio, 'a figura digna do Conselheiro'. 
Só que Acácio representa uma dignidade retrógrada, uma caricatura de um zelo artificioso, de um saber bafiento, de uma seriedade questionável... valores estes premiados com o grau de cavaleiro da ordem de Sant'Iago.
Não fossem a Juliana e o Julião, tudo no romance cheiraria a ranço, e não sei se valeria a pena propor a leitura do 'Primo Basílio' a quem quer que fosse, embora destas duas personagens também não haja nada a esperar... a revolta social esfuma-se num aneurisma, e a revolução não passa de uma ameaça inconsistente.
E o estilo? Esse fica para os estilosos...

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