30.6.25

O estreito de Ormuz


Posso estar enganado, mas suspeito que a vitória de Trump na guerra Israel-Irão esconde um acordo em que ninguém quis perder o estreito de Ormuz, a começar pela China...

Deste modo, todos cantam vitória.... e a resolução do problema foi mais uma vez adiada, o que permite a Israel continuar a terraplanagem da Faxa de Gaza e à Rússia manter a invasão da Ucrânia ..

Por outro lado, Taiwan liberta-se temporariamente do sufoco... 

Quanto à União Europeia, não posso dizer nada de dignificante. Os seus dirigentes acreditam que basta agitar a folha de cálculo...

25.6.25

Farinha do mesmo saco

Na corte, a tradição diz-nos que cada rei tinha o seu bobo.... Hoje, o bobo sentou-se no trono, não mudando o seu modo de ser/dizer, e, à sua volta, amontoam-se os aduladores que decidiram elogiar-lhe os caprichos...
Pasmo da cega obediência da Europa e, sobretudo, da crença de que Putin é o inimigo e de que Trump é o salvador, quando ambos são farinha do mesmo saco.

22.6.25

Flamingos, talvez invisíveis!

 

Por aqui, só andorinhas em permanente voo sem necessidade de serem reabastecidas. Voo picado à procura de insectos sem abrigo.
A maré ia cheia: nem peixes nem patos. 
Flamingos, talvez invisíveis! E estes é que podem ser perigosos, caso transportem a Bomba GBU-57... O Irão que o diga!

No entanto, por aqui, parece que não há perigo de sermos atacados pelo Sr. Trump: as terras são pobres; a população caminha para a extinção... o território está à mercê de quem desembarca no aeroporto... os políticos não têm vontade própria, nem sabem o que isso é.

O que me perturba, não são os estorninhos que rasam as fachadas dos edifícios, mas a nuvem de comentadores que, durante horas, falam do que não sabem como se estivessem numa sala de aula cada vez mais vazia.

14.6.25

Sua Excelência, de Corpo Presente

Pepetela publicou este romance em 2018. Estranhamente, só hoje acabei de o ler...Para quem já lera pelo menos 17 títulos deste Autor é inexplicável... ou, então, cansei-me do rumo da narrativa.
De qualquer modo, este intervalo de 7 anos não tornou o romance obsoleto. Infelizmente, apesar das mudanças políticas, o poder continua a servir os mesmos propósitos: o enriquecimento dos parentes, legítimos ou ilegítimos, dos fiéis de infância e de caserna... o endeusamento dos déspotas, servidos por esbirros implacáveis...
A técnica narrativa relembra algumas obras de José Saramago, em particular O Ano da Morte de Ricardo Reis. Sua Excelência, durante o seu próprio velório, revisita a sua vida e a da pátria, dando particular ênfase à sua prole, fruto da sua concupiscência.
O seu caixão acaba numa lixeira montanhosa que se erguera junto ao palácio presidencial...

11.6.25

O problema está na cabeça...

Olivais, Quinta Pedagógica
O problema não é de pele nem de sangue. O problema está na cabeça.
De nada serve responsabilizar o passado. A violência atual não é diferente da do passado. 
A pulsão do ódio combate todas as formas de respeito pelo outro, até porque a sociedade abdica da educação... na família, na escola, na comunidade...
Os porquinhos não têm culpa...e as pessoas também não.

9.6.25

O onze inicial deve ficar a cargo da IA...

Mesmo que o senhor Martinez tenha inventado, no final, a seleção venceu a Liga das Nações em terra bávara.
Creio que o objetivo, agora, é ganhar o campeonato do mundo em 2026. Por mim, o senhor Martinez deve manter-se como selecionador. No entanto, o onze inicial deve ficar a cargo da IA... 
Creio que se for esta a opção, no  terreiro onde se move o CR passaremos a ver o Gonçalo Ramos com o João Neves ao lado do Vitinha... 
O capitão Cristiano Ronaldo deve manter-se na função, só entrando em campo em caso de crise...

7.6.25

Sem remissão

Diz-me a Irene Resende (in Os Passos Dados) que estou em falta. Caruma sempre correu no tempo e no espaço, não dando a devida importância ao som. Talvez porque cedo lhe impuseram o silêncio, a obediência... De facto, quando a sala de aula passou a ser espaço de recreio, a Caruma sofreu o efeito do ruido... e começou a dar conta da dispersão. E perdeu-se num registo corrido de incongruências sem remissão...

Por vezes, o som ganhava expressão, por uma ordem inexplicável: os corvos, as cobras, as rolas, os aviões, os automóveis, os melros, os periquitos de colar... os professores nas estações de comboio e de metro...

Hoje, já, não me interessa registar a verborreia do presidente, que se agarra ao cachaço das criaturas.... registar o fracasso dos governos ocupados em satisfazer as respetivas clientelas, em explicar por que motivo cresce o ódio ao emigrante, quando se prefere viver de subsídios...

Continuo afetado pelos ruídos, sem remissão...

2.6.25

Um bunker hotel verde

 

Voltei a Hamburgo. A semana era de férias escolares. Consequência: menos movimento.
No entanto, como fiquei hospedado numa esquina da estação de Altona, tive a possibilidade de observar a complexa rede de transportes que permanentemente expelia e engolia a massa humana que se deslocava em trabalho ou em lazer...
O clima instável convidava o transeunte a adaptar-se à chuva e ao vento, o que me permitiu, por exemplo, entrar em lojas de roupa e de comida, tendo compreendido que os produtos se vendem ao mesmo preço de Portugal, apesar da enorme diferença de remunerações... Fiquei a pensar na margem de lucro das empresas alemãs que estão instaladas em terra lusa...
Não faltam jardins, ditos botânicos, nem a restauração portuguesa, sem, todavia, rivalizar com a gastronomia turca. Também não faltam museus. Só visitei o museu da emigração, que dá conta da deslocação de milhões de europeus (russos, judeus, polaco, alemães) para os Estados Unidos - finais do século XIX até aos anos 30... um verdadeiro êxodo!
E depois há o Elbe e a vida marítima. E a Philarmonie... 
Quanto ao bunker da Segunda Guerra Mundial, em St. Pauli, não cheguei a consultar a diária...