Pepetela publicou este romance em 2018. Estranhamente, só hoje acabei de o ler...Para quem já lera pelo menos 17 títulos deste Autor é inexplicável... ou, então, cansei-me do rumo da narrativa.
De qualquer modo, este intervalo de 7 anos não tornou o romance obsoleto. Infelizmente, apesar das mudanças políticas, o poder continua a servir os mesmos propósitos: o enriquecimento dos parentes, legítimos ou ilegítimos, dos fiéis de infância e de caserna... o endeusamento dos déspotas, servidos por esbirros implacáveis...
A técnica narrativa relembra algumas obras de José Saramago, em particular O Ano da Morte de Ricardo Reis. Sua Excelência, durante o seu próprio velório, revisita a sua vida e a da pátria, dando particular ênfase à sua prole, fruto da sua concupiscência.
O seu caixão acaba numa lixeira montanhosa que se erguera junto ao palácio presidencial...

Vais no bom caminho, as memórias boas não servem para deitar fora, não é «passadismo» nem utopia, é viver de novo e não ficar perdido no labirinto de todos os dias.
ResponderEliminarA situação agrava-se. Fazer de conta não adianta.
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