9.10.18

Chega de pingarelhos!

Leio certas notícias, volto-as do avesso, não para distinguir as verdadeiras das falsas, mas para lhes apreciar a cor - sobre o amarelo cresce o branco a transformar-se numa crosta esverdeada, azulada - a diluir-se numa aguadilha nauseabunda…
Neste lugar húmido e escuro, a notícia é, agora, fungo à solta, que, expressão de uma moral castradora e autoritária, se prepara para estrategicamente aniquilar o que resta da democracia…
Chega de pingarelhos!

8.10.18

Desnorteada, a moral

A História não se faz projetando no passado os juízos morais do presente. Jorge de Sena

Desnorteada, a moral abriu caça às bruxas, o que conduz a um ajuste de contas permanente.
O problema é que a moral atual já não corresponde ao sentimento de uma comunidade... e, como tal, a própria comunidade corre o risco de se tornar na maior vítima de interesses inconfessáveis.
Por aqui (espaço urbano), não há eucalipto que escape! 

7.10.18

A lógica de Recep Tayyip Erdoğan

O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdoğan, declarou esta semana que “não pode haver democracia com meios de comunicação social” porque estes não refletem o que pensa o povo. “Se há um povo, há democracia. Se não há um povo, não há democracia. Com os meios de comunicação e essas coisas, não pode haver democracia”, afirmou Erdoğan na quarta-feira, ao discursar em cerimónia de inauguração do novo ano escolar na Turquia. Os meios de comunicação social e outras coisas…

Argumentário do ditador educador
  1. O povo pensa, como entidade coletiva, imaculada e iluminada.
  2. A democracia é a expressão política do pensamento do povo.
  3. Os povos são todos democráticos.
  4. Os meios de comunicação social e as redes sociais corrompem o povo.
  5. Os políticos, para executarem a vontade popular, não podem ter medo da comunicação social…
  6. A nova democracia turca baseia-se na relação direta entre o líder (Recep Tayyip Erdoğan, o intérprete) e o povo.
Consequência: "Os meios de comunicação social e essas coisas" devem ser todos extintos.

6.10.18

Basta um cruzado!

Pois é, o dinheiro! Parece que já não compra tudo… Basta um cruzado para dar cabo do negócio!
Por este andar nem o Papa se salva. 
Numa curta ou uma longa vida, há sempre uma piscadela de olho, uma escapadela, um gesto insensato… 
Tempos houve em que os cruzados se contentavam com indulgências mais ou menos principescas. Só que hoje, a fome de vingança é absoluta - não descansa enquanto não devora o carrasco e a vítima, sob o olhar cúmplice da populaça.

5.10.18

A Serpente em Loures

O Presidente da República saudou esta quinta-feira os pioneiros que proclamaram a República em Loures a 4 de outubro de 1910 e pediu que se mantenha viva a democracia "mais com obras do que com palavras", constantemente. A Serpente em Loures

A Serpente, de tão inteligente, antecipou a proclamação da República portuguesa. Este simples facto obriga-me a pensar que não terá sido Deus a criá-la. Então, quem foi?
Talvez o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa saiba… 
E como, em matéria de criação, a inteligência é um requisito essencial, estou sem saber por que diacho se insiste em fazer as comemorações no dia 5. Será por vaidade ou por burrice? 
Até porque aparecem sempre os mesmos...

4.10.18

A Serpente

O tempo está de tal feição que o próprio Diabo deixou de abanar o rabo e decidiu confessar que, também, ele sofreu, desde que a serpente seduziu a eva, todo o tipo de calúnias e de sevícias…
De acordo com certos comentadores, o próprio Deus, cujo papel nesta história é cada vez mais suspeito, pois nunca desmentiu que tenha criado a serpente, corre o risco de vir a ser julgado e, definitivamente, eliminado… 
… a não ser que decida acabar com o estado depressivo em que deixou cair o mundo, pois, já que o criou, deve saber como desfazer-se dele. 
Ao 7º dia, poderá descansar, livre de serpentes, diabos, maçãs, parras, véus,  saias, batinas, chicotes e outros cilícios que não vale a pena enumerar… De qualquer modo, se tiver perdido a ousadia, basta eliminar o dinheiro...

3.10.18

De raciocínio murcho

É isso! Falta imaginação, criativa… apesar da outra,  fantástica, grotesca…
De raciocínio murcho, preferimos a imitação. 
Do quê, pouco interessa desde que queimemos o tempo…
Em todo lado, mesmo na variação, se repete o amuo, o arrufo, o boato, o êxito…
Golpeados pela imagem, sobre a falésia, esperamos que a onda suba…