21.8.19

O capitão que só falava alemão

A navegação era de uma hora no lago Alster, Hamburg… 
A paisagem deslumbrante, a linha de terra rica, os desportos de vela dominavam… só o capitão narrava divertido algo que me pareceu ser sobre o custo dos imóveis que se alinhavam em torno da toalha de água. Vislumbrei por instantes a Casa Branca com bandeira americana, mas não percebi o que é que os americanos faziam por ali… depois de terem destruído uma boa parte da cidade e do porto de Hamburgo em 1943 e 1944.
Alguns passageiros sorriam dos dizeres do capitão… os restantes, orelha murcha, nada entenderam, embora eu tenha pensado que aquele capitão tinha uma segunda profissão - agente imobiliário.

19.8.19

Hamburgo

Chuva no sábado e no domingo, apesar de não ser muito intensa. Temperatura agradável para quem não tem o 'termostato' avariado, o que se pode tornar numa carga de trabalhos...
Hoje, o sol fez a sua aparição logo pela manhã, mas sem grande convicção.
As ruas são enormes, lateralmente fechadas, provavelmente para evitar os corredores de vento… não creio que corram todas para o rio, com sinais de opulência pós-guerra, e desvairadas gentes, como diria o Fernão Lopes. No caso, as gentes tanto são múltiplas, diferentes, como dão sinais de degradação social e, sobretudo, pessoal… 
Ainda não compreendi se existe um grande projeto, mas a verdade é que a cidade está transformada num enorme estaleiro.

17.8.19

A prova

A prova que faltava da minha vontade de visitar a Susana em Hamburgo. Durante 16 dias li A Montanha Mágica e ao 17º aterrei num lugar um pouco cinzento… e húmido. 
Amanhã, ver-se-á.

16.8.19

Terminei a viagem à Montanha

Chegado a Agosto, tinha a clara intenção de ler A Montanha Mágica de Thomas Mann. A edição da Dom Quixote pesa mil e 100 gramas, e a letra é pequeníssima - mais uma dificuldade! (1.08-2019)

A 16.08.2019, terminei a leitura. Não me sinto defraudado, apesar das minhas expetativas românticas não se terem realizado.
Hans Castorp passou 7 anos no Sanatório, desprendendo-se do Tempo e da Planície e, quando parecia que por lá continuaria, a política internacional despertou-o para uma guerra que fora  arduamente antecipada por Settembrini e Naphta, cujo antagonismo descambara em inevitável irracionalidade… que se desenvolveu no solo europeu de 28.7.2014 - 11.11.1918...

Por AQUI

Por AQUI se pode aferir que o grau zero da leitura é possível. As alternativas são imensas, nem sei mesmo se a leitura ainda é considerada 'alternativa' em certos meios...
Não querendo contrariar a tendência, meti-me, no entanto, a caminhar pela 'Montanha Mágica' e estou a chegar ao fim da estadia. Ainda não sei porque é que a dita é 'mágica', apesar da escrita ser fascinante…

15.8.19

Entretanto

Entretanto, Clawdia partiu sem explicações ao leitor, pelo menos até à página 787...  Quem regressou foi o fantasma de Joachim, a solicitação do primo Hans durante uma sessão espírita... 
O Sanatório parece ter caído nas mãos do doutor Krokowski e estar 'presentemente' dominado pela irracionalidade que, na perspetiva de Settembrini, também alastra rapidamente na planície.... 
A música passou a ser o único porto de abrigo de Hans Castorp, o que revela um afastamento cada vez maior da realidade... da passagem do tempo social...

14.8.19

Por este andar...

Por este andar, vou deixar de rabiscar.
Diga-se, de passagem, que o verbo me parece duvidoso, mas que fazer nestes tempos de puritanismo filisteu!
A razão é objetiva - não consigo sair da 'Montanha' e já percorri o caminho até ao misterioso suicídio  de Pieter Peeperkorn, 'personalidade' de grande 'envergadura'.... Isto há cada apelido!
A três dias de partir para Hamburgo, sinto-me ansioso por saber se Hans Castorp, acompanhado de Clawdia Chauchat, terá regressado à planície, à cidade do norte da Alemanha de onde saíra, já não se sabe há quanto tempo - lugar onde, para todos os efeitos, já teria sido esquecido...
No entanto, há sempre uma outra hipótese: Wehsal assassina  a Beatriz de Hans. Vamos ver se chego a tempo.