7.10.20

Na hora do coveiro

«A ciência nunca nos dará todas as respostas. O que podemos tentar fazer é aumentar, lentamente, o número e a qualidade das respostas que estamos capacitados a dar, e isto, segundo penso, apenas o conseguiremos através da ciência.» Claude Lévi-Strauss, O Encontro do Mito e da Ciência.

Pois é, a Ciência anda tão esquecida ou, melhor, desrespeitada. E por quem? Por gente que nada sabe, mas que opina como se detivesse a verdade. 
Habituámo-nos a ouvi-los, a concordar e a discordar. Sobre o quê? Apenas, a vaidade, o momento... 
Do problema nada sabem … e nós continuamos a ouvi-los, a lê-los. 
E até votamos neles, mesmo que eles sejam os coveiros dos seus próprios irmãos.

4.10.20

A crença nas palavras


Há muito que o homem atribui à palavra a capacidade que lhe falta para explicar os acontecimentos, para explicar a sua própria origem. E com esse procedimento, as palavras tornam-se mágicas, tornam-se poéticas. 
As palavras ganharam vida própria, dispuseram-se em doutrinas, o que deu aos homens a possibilidade de agirem contra os seus opositores, chegando ao ponto de os mandar matar - em nome de Deus, em nome do Rei, em nome da Lei.
Hoje, as palavras continuam a cegar o homem que, irresponsavelmente, se esconde nelas para proclamar a segurança - vivemos num tempo que, perante o desconhecido, em vez de nos calarmos, insistimos na magia da palavra.
Insistimos na mentira da palavra…

1.10.20

O amanhã que foi


Correu tudo conforme o protocolo consignava. Eles cumpriram a parte deles. Eu cumpri a minha... quer dizer, estou a tentar cumprir…, pois ainda falta recuperar da intervenção, e, sobretudo, ter a sensação de que o perigo desapareceu. A certeza será do especialista, mas só em novembro…
Eles, os médicos, os senhores enfermeiros e outro pessoal do recobro tudo fizeram para que o ato cirúrgico decorresse com rigor e em segurança… Seis horas mais tarde, enviaram-me para casa com guia de procedimentos - acompanhando-me até à porta do veículo que me embarcava, não fosse eu perder-me nalgum corredor do hospital (Curry Cabral).
O SNS, neste caso, cumpre plenamente a razão para que foi criado. Até a UFS promete receber-me para o devido acompanhamento sem hora marcada, desde que o faça das 8 às 19h.
(A nota pode parecer hermética, mas não é. Falta-lhe a contextualização, mas tal fica para a programação das TVs.)

29.9.20

Amanhã

Amanhã, vou testar o SNS. Vamos lá ver se o não deixo ficar mal.
Pelo menos, não levo o Covid 19 comigo. Garantia do mesmo SNS.
Em síntese, vou ficar de boca fechada - afinal, o melhor antídoto para muitos casos.
Como dizia um ilustre clínico: - pela boca morre o peixe! 

27.9.20

Já chega!


Se não combatermos os vírus, eles acabarão por nos destruir.
As sociedades não podem continuar a tolerar indivíduos cujo único objetivo é aniquilar o que há de mais humano na humanidade: a fraternidade.
E estes indivíduos têm todos um ponto em comum: fazem tábua rasa do diálogo. 
Defendem o confronto como estratégia de conquista do poder.
Por mim, já chega! 

26.9.20

Aprender

 

Se for a Cascais até 30 de Setembro, passe pela Baía e observe.

Para sair da miséria, mesmo se invisual, o caminho é aprender. Poder aprender!


25.9.20

De prevenção

 

É preciso ver o espaço envolvente para compreender a atenção do ganso do nilo, que não é apenas visual... creio que é, sobretudo, auditiva.
Qualquer movimento de aproximação nossa é lido como um ataque iminente, principalmente se a prole está ao seu cuidado. 
Um som mais estridente é o suficiente para que a ordem de retirada seja dada e... logo obedecida. 
Pois, e nós como é que nos comportamos perante o perigo? Preferimos o desafio, porque acreditamos ser livres.