5.5.25

O Zigue e o Zague do Montenegro

Estou deliciado com a criancice de certos candidatos a primeiro-ministro... Lembram-me os meninos de escola que, não tendo feito o trabalho de casa, aproveitavam todas as oportunidades para ridicularizar os mais aplicados.
Alistaram-se cedo nas juventudes partidárias, fazendo estágio nas 'tunas'...e foram trepando até chegarem onde estão ou querem vir a estar...
Como nunca se aplicaram, continuam a ziguezaguear e a brincar com quem estuda, com quem é sério e competente... 
Continuam a viver de expedientes e a necessitar de padrinhos que os avalizem.

1.5.25

Um debate muito pobre


Mértola
O debate deveria ter sido realizado num mercado municipal. Seia mais autêntico. 

Afinal, os candidatos são apenas intermediários, por mais que se esforcem por passar por produtores, arrependidos em tempos distintos...Apostam na falta de seriedade como cartão de visita, o que deveria ser suficiente para os afastar. 

De concreto, não vendem nada. Apenas sonham com o voto dos jovens, das mulheres, dos pensionistas e reformados.

Finalmente, insistem em fazer de nós parvos no que respeita a salários. Eles bem sabem que são cada vez menos os que ganham o suficiente para ter uma vida desafogada!

29.4.25

A Rádio e o Apagão

28 de Abril foi dia da Rádio! 
Sem a Antena 1, não teria compreendido o que se estava a passar.  O Apagão elétrico mostrou a fragilidade da rede ibérica e, sobretudo, que o barato sai caro... 
O efeito da ação da TROIKA foi a entrega  de sectores fundamentais aos privados, para quem o essencial é o lucro... 
Saída a TROIKA, os governos não se preocuparan em recuperar os setores essenciais, como o da energia e o das comunicações...
Quanto ao povo, o que lhe interessa é o que se passa nas redes sociais. Mas, ontem, ficou às escuras, mesmo de dia...
Já agora cito uma vizinha que confessava ao telemóvel: eu até tinha um rádio, mas não tinha pilhas... 

26.4.25

Do Pulo do Lobo a Mértola


Estive em Mértola, mas o que despertou mais a minha atenção foi o rio Guadiana.
Claro que a vila velha impressiona: ruelas estreitas, floridas, com uma vista extraordinária para o rio e para o castelo... tudo alimentado pelo poder autárquico. Os turistas alimentam os hotéis e os restaurantes... A população é quase invisível. De certo modo, as aves são mais audíveis, embora esquivas. Quanto ao passado, dou a palavra aos arqueólogos: as escavações continuam...




19.4.25

Ver as coisas

Estamos a perder a oportunidade de ver as coisas como elas são, preferimos o reflexo, e nem sequer esperamos vê-las mais tarde, numa dimensão anunciada, mas para a qual não fomos formatados.
Vivemos do reflexo, não das coisas, mas de nós próprios - de sonhos, de medos. Incapazes de respeitar os outros, porque, afinal, não os vemos. Se existem, é para nos servir...
Nesta Páscoa, o que é que há para ver, para além das imagens de que nos podemos desligar? A não ser que no palco, surja algum holograma, continuamos incapazes de nos libertar...

10.4.25

Não é espuma...

 

Não é espuma, é a essência dos dias de que nos vamos afastando. Preferimos discutir as tarifas americanas, como se tivéssemos abdicado de procurar a autossuficiência. 
Preferimos viver de fundos europeus que nos permitem todo o tipo de importações, muitas vezes supérfluas...
Detestamos o trabalho e perseguimos quem trabalha, vivendo cada vez mais de subsídios. Só assim nos sentimos vivos!
Um destes dias, vamos a votos, sem querer pensar que podemos perder o subsidio, porque iremos votar a favor da guerra, desde que outrem esteja disposto a dar o corpo ao manifesto... 
Ainda não percebemos que o tempo das invasões franceses, das grandes guerras e da guerra colonial já acabou. 
Agora a guerra é outra e exige mais inteligência, inclusive para combater a IA.

3.4.25

O Cemitério do Elefante Branco

Para quem gosta de compreender a contemporaneidade, designadamente de raíz lusófona, é imprescindível ler o conjunto de estudos sobre 'retornados e ficções do império português' da autoria de João Pedro George.
Trata-se de uma obra bem documentada sobre o modo como o 'êxodo' africano foi acolhido e percepcionado no Portugal 'europeu'.
A atenção dada às publicações, que sobre a matéria foram sendo publicadas no pós-25 de abril, é exaustiva e evidencia a natureza do trabalho editorial desenvolvido. Primeiramente, de contestação do processo de descolonização e dos seus intérpretes, e depois de 'apagamento'  das vítimas do colonialismo... No essencial, explica a visão que, hoje, continuamos a ter do Outro... seja refugiado, imigrante...
Pessoalmente, esta leitura obrigou-me a questionar a posição de alguns escritores 'engajados' que costumava considerar como 'esclarecidos'... e, por outro lado, confirmou-me que a os 'best-sellers', gerados no seio dos órgãos de comunicação social mais não são do que formas de ganhar dinheiro à custa da nostalgia... e do branqueamento da realidade... 
Tudo a branco, mesmo que se seja negro!