17.11.25

Rom

Hoje passei umas horas no serviço de Urologia do hospital de São José - exames. Ninguém me acompanhou nem era necessário, felizmente.
Só que, à porta do pavilhão e nos corredores, havia mais de uma dezena de rom, à espera de uma decisão... Alguém irá ser operado amanhã. Por volta das 13:30, debandaram... Amanhã, bem cedo, voltarão.
Na zona em que eu me encontrava um casal indiano, parentes remotos dos rom, esperava pacientemente. Ele ensimesmado, ela decidida.
De qualquer modo, o que mais me impressionou foi um casal de idosos vindos do Algarve. Ele debilitado, ela mais lúcida, preocupada com a marcação dos exames de fevereiro. Receava que a marcação coincidisse com o dia de Carnaval, pois para  chegar às 10 horas, teria de sair do Algarve às 6 horas da manhã. Escaldada, não quereria repetir experiência de outro ano.

13.11.25

A depressão Cláudia

MNAC
Troveja, venta e chove. 
Fogo destrói armazéns de frutas em Alcobaça e andares de luxo em Lisboa. 
Talvez a notícia não seja rigorosa!

As Claudias,  não me refiro às ameixas, devem sentir-se bastante perturbadas. Descontroladas, sopram em toda as direções. No entanto, um pouco de memória é suficiente para não acusar os fenómenos atmosféricos ou as alterações climáticas.
O território é deixado ao capricho do interesse humano e das marés. E depois os ribeiros surgem violentos e as árvores maltratadas  libertam as raízes.
E com a mesma violência, as televisões exploram as ocorrências como se nós fossemos todos atrasados mentais.
Mudam os mandantes e tudo se agrava na paisagem urbana e rural.

9.11.25

A traição orçamental

Estamos em Novembro. O mês começa com o 'pão por Deus', cada vez mais em desuso, no entanto, sinal de pobreza. Segue-se o dia de Finados, iniciado no dia de Todos os Santos, também eles sepultados. E depois acorda-se para o Orçamento, já descarnado por ação da Santa Aliança...
No Parlamento, surgem 2176 propostas de alterações que só servem para esconder a realidade económica do país, pois não há margem orçamental...
Nas ruas, começam as manifestações de trabalhadores obrigados a lutar pelo direito ao trabalho, por mais miserável que seja a remuneração. 
De facto, o que passou a estar em causa é a possibilidade de ser atirado para o desemprego. Quanto a isso, o que é que diz o Orçamento?

E ali em baixo, no Parque das Nações, começa, amanhã, a Web Summit, cujo bilhete mais popular custa 1595 euros. 

6.11.25

Raios e coriscos

Noite de raios e coriscos. No entanto, do que se fala é de descargas eléctricas atmosféricas, negativas e positivas. A ciência da IA obriga-nos a repetir o que não percebemos e, felizmente, não sentimos...
Desta vez, os prejuízos foram reduzidos e, talvez, porque as eleições autárquicas são recentes, houve mesmo um presidente de câmara que se prontificou a pagar as despesas...

Onde os raios e coriscos são permanentes é no Ministério da Saúde, só que aí ninguém quer arcar com a fatura do aumento da procura, da degradação dos serviços, da cedência aos privados... num país de pobres cuja insuficiência económica é matreiramente anulada através de um ou dois bónus anuais... 
Este bónus serve para que um milhão de portugueses 'saia' da condição de insuficiência económica.

Curiosamente, se as Finanças não atestarem a insuficiência económica do cidadão, este pode viajar gratuitamente nos transportes públicos na cidade de Lisboa, mas não tem direito, caso esteja incapacitado, por exemplo, a 97%, a transporte gratuito para se deslocar ao hospital ou para regressar a casa (ao lar)...

2.11.25

Do entulho...

Há cada vez mais entulho, nas ruas, nos centros comerciais,  nas televisões, nas redes sociais. E esse entulho atrapalha, desconcentra, instala a mentira, e destroi-me os neurónios sem qualquer hipótese de regeneração... E como sabemos, o entulho agrava as enxurradas...
Agora que o Inverno se aproxima há que estar atento às iluminações, às instalações que nos turvam a visão com o objetivo de nos esvaziar as carteiras na quadra natalícia cada vez mais profana... Mas isso, todos sabemos, e não temos emenda.

28.10.25

Ave agoirenta

Não querendo ser ave agoirenta, penso, no entanto, que os apelos à contenção e à estabilidade escondem a realidade falseada dos números que nos atiram à cara diariamente.
Suavemente, caminhamos para o desequilíbrio das contas públicas e privadas, mantendo as reivindicações dos dias de falsa glória.
Somos assim. Gostamos de ser enganados... e quando acordamos, desatamos ao soco e ao tiro... Só que raramente saímos do sono letárgico em que andamos mergulhados...

Entretanto, o rapazola de Mem Martins vai aproveitando a cobardia reinante para engrossar as suas tropas - a piada dos três salazares vai fazendo o seu caminho nas tascas, nas redes sociais e nas televisões.

23.10.25

No país dos mortos...

As mortes vão sendo notícia, umas 'naturais', outras inesperadas, outras 'violentas' Todas distantes, mas a que não conseguimos fugir: entram-nos pelos olhos e pelos ouvidos, quer queiramos ou não... 
Umas dão lugar a espetáculo e a beatificação, as restantes a lamento e a condenação.
Parece que vivemos no país dos mortos, hipotecando a cada dia que decorre o futuro: suspende-se o trabalho, nega-se a responsabilidade, atirando a culpa para o passado mais ou menos recente...
Esperemos que os jerónimos continuem a orar por nós.