- Vou por fora!
Entro no vale
titubeante
a serra modesta!
Ali
do restolho
emerge um poço
- Um sonho!
Lá
ao fundo
hesitante
afasto-me
da serra sempre distante
A vinha verdece
a brenha a ser cortada
- Não, por mim!
De súbito
eleva-se a distante palmeira
cercam-me
em sufoco
gritos refreados
um velho pousado num varandim anoitece
Subo
por dentro
linhas cruzadas
e decido
- Vou pelos semáforos!
FUGA-CIDADE
ResponderEliminarUm dia, algo acontece. por instantes,
abandonamos a cidade, como quem vai
dar uma volta pela vida, e estranhamo-nos
Tudo parece mudado, já não nos
revemos nas pequenas coisas, sinais de
infância, assim uma figueira, um tanque, um
beiral, uma casa sequer. as ruelas são agora
mais estreitas e as paredes soltando-se com tinha
É verdade que a noite se vai abrindo
mais noite e mais próxima. quem pudera
manter a esperança. se ao menos com um
fechar de olhos pudéssemos cruzar o tempo com
um amarelo intermitente
Mas nem isso