Os exemplos de desonestidade grassam que nem mato. Não há uma notícia que dê conta de um gesto desprendido.
Os argumentos são pouco convincentes, desarticulados, e, no entanto, fazem o seu caminho. Nem na vida nem na morte, escapamos à trapaça.
Já um dia disse que não vale a pena dar exemplos. E sempre que os dou, fico com a sensação de que não sou entendido, porque, de facto, para que eles sejam persuasivos é necessário que mergulhemos no mesmo rio. Um rio que deixámos de ver, cujo cais deixou de ser lugar de encontro.
Sinto, também, que esta preocupação com o entendimento alheio é um luxo narcísico inconsequente.
Que fazer?
Cerremos as persianas e fiquemos a ouvir a chuva que voltou a Abril!
(E do fundo destas antigas muralhas revejo um Tejo que se espreguiça e me leva para paisagens insuspeitas... libertas de exemplos.)
Quem quer explicar por que motivo o "mato" é um mau exemplo?
E que pensar da "notícia", do "gesto", da "morte", do "rio", do "Tejo", das "muralhas" , das "persianas", da "chuva", de "Abril", num texto de quem quer fugir dos (maus e dos bons) exemplos?
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