A literatura pouco fala de finanças! Os trovadores defendiam que os jograis e os segréis passassem fome, sobretudo se estes lhes fizessem sombra. Fernão Lopes lá refere os cronistas de barriga cheia e de barriga vazia: a fidelidade ao suserano era bem diversa. Gil Vicente refere-se quase sempre aos roubos de fartar vilanagem que não poupavam ninguém. Todos roubavam e todos eram roubados. Os judeus seriam os únicos a rir, mas nem no inferno os queriam.Camões servia trovas aos amigos enquanto a tença valsava nos salões do paço…. e por aí fora. Eça sentia-se roubado pela choldra. Pessoa encharcava-se em aguardente à espera de melhores dias, confiado em Jesus Cristo que nada sabia de finanças! Jorge de Sena, eterno incompreendido, mal ganhava para alimentar os filhos.Saramago insistia em abrir a burra ao proletariado na ânsia de um milagre igualitário…Dos escritores indignados, nada sei, embora suspeite que deliram por um qualquer subsídio que lhes permita ir escriturando…
No meu caso, que nada percebo de literatura e ainda menos de finanças, creio que o melhor para que o país não se dilua irremediavelmente será diminuir drasticamente a carga fiscal sobre toda a produção nacional, e aumentá-la em 100% para todos os produtos importados. Mas todos!
Sejamos mestres na arte de cotejar. Os nossos credores ficariam satisfeitíssimos connosco!
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