Variam semper dant otia mentem – A ociosidade causa sempre desorientação. (tradução livre)
Se para Platão, a ociosidade era necessária à indagação reflexiva e pressupunha riqueza daqueles que dispunham do tempo necessário à investigação e à especulação, para Sá de Miranda e para Camões a ociosidade, alimentada pelos pardaus da Índia, efeminava os espíritos, tornando-os fonte de inevitável decadência.
Por seu turno, Eça de Queirós associa ociosidade a diletantismo e a indigência, condenando impiedosamente os polidores de esquinas que infestavam a capital do reino.
Hoje, a ociosidade deixou de ser um privilégio (conquistado ou herdado) para se tornar condenação de milhões de seres humanos, e que, desorientados, estão prontos a marchar sobre os templos que abrigam os modernos bonecreiros.
Pois...
ResponderEliminarDe uma ociosidade desejada e abastada caímos hoje numa ociosidade forçada e miserável.
Assim se traduz, eufemisticamente, um desemprego de muito muito longa duração, tão longa que nos há de destruir o tutano de um Portugal por cumprir...
Muito embora, como sempre se soube, o mal de uns (muitos) seja sempre o bem de outros (poucos).