Vargas,
Alexandre (1952-2018). Filho mais novo do poeta José Gomes Ferreira, foi encontrado morto em casa no dia 15 de novembro. Poeta
e tradutor.
De poesia publicou «Morta a sua Fala»,
«Cyborg», «Vento de Pedra», «Lua Cisterna», «Organum», além de ter participado em antologias, cadernos, etc. Traduziu os
músicos-poetas Peter Hammil e Patti Smith.
Sintra ocupa um
lugar especial no seu imaginário.
Marcado pelo universo pós-simbolista e modernista, e
sobretudo pelos fantasmas de Antero, Pascoaes, Sá-Carneiro, Álvaro de Campos
e José Gomes Ferreira, é essencialmente um poeta visionário que
exprime a conflitualidade interna de uma mitologia pessoal dividida entre um
passado naturalista e um futuro cibernético. [...] Poeta que traduz o
visionarismo da sua epopeia lírica numa discursividade a um tempo meditativa e
narrativa, tecnicamente neobarroca, sustentando a retórica da imagem e os seus
efeitos oniristas em mecanismos surrealizantes, mas por vezes cedendo perante a
construção alegórica, exibe nas suas criações mais recentes uma forte atracão
pela temática luciferina e por um experimentalismo formal vazado em enumerações
caóticas, neologismos telescópicos, sinestesias e misturas polifónicas que
provocam em certos ângulos uma impressão estética muito próxima de um Ângelo
de Lima na sua faceta pré-joyciana. (Palavras de Luis Adriano Carlos, o
antologiador de "Poesia Digital - 7 Poetas dos Anos Oitenta".)
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