11.7.21

Da crença nos milagres


No meio de tantos sublinhados juvenis, a releitura menos apaixonada destes últimos dias chama-me, no entanto, a atenção para seguinte certeza de Freud:

«Je suis obligé d'avouer que je fais partie de cette catégorie d'hommes indignes devant lesquels les esprits suspendent leur activité et auquel le suprasensible échappe, de sorte que je ne me suis jamais trouvé capable d'éprouver quoi que soit qui pût faire naître em moi la croyance aux miracles.»
Sigmund Freud, Psychopathologie de la Vie Quotidienne, Petite Bibliothèque Payot, page 279

Sofro desta indignidade desde que me conheço, apesar de, por uns tempos, ter sido levado a acreditar que o homem poderia superar essa falha, sem nunca ter pensado que a pobreza de espírito se pudesse transformar em tamanha fonte de riqueza... Infelizmente, as notícias do quotidiano, quase todas escoradas no esquecimento, no equívoco e no compadrio, só me dão conta do milagre da transformação da ocasião em riqueza...

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