30.11.22

Mais uma vez...

«Nascemos sem saber falar e morremos sem ter sabido dizer. Passa-se nossa vida entre o silêncio de quem está calado e o silêncio de quem não foi entendido, como uma abelha em torno de onde não há flores, paira incógnito um inútil destino.» Pessoa Inédito, No Jardim de Epicteto

Lembro mais uma vez que Fernando Pessoa nos deixou a 30 de novembro de 1935. O Tejo continua o mesmo do amanhecer e do entardecer do Livro das Horas. Embora o Poeta tenha dito que do Tejo se vai para o mundo, a verdade é que o Tejo no-lo devolveu inteiro para que nele pudéssemos descansar nas boas e nas más horas...
Com ou sem flores, continuamos à espera que o gládio se ilumine e nos faça descortinar a praia da Verdade. De tempos a tempos, o sino tange, e nós apressamos os passos inúteis...
Queremos falar, mas não sabemos o que dizer. Esvoaçamos apenas!

Lembro mais uma vez o tempo em que, juntos, encetámos um caminho sem lhe conhecer o rumo. Deu os frutos esperados da «besta sadia». Já decorreram 48 anos em que fomos falando mas, na verdade, ainda não sabemos o que dizer... e provavelmente nunca saberemos. A vida não passa de um INTERVALO no caminho que só os deuses podem antever.

Nota: O texto primeiro data de 30-11-2014. De lá até hoje, pouco foi acrescentado, a não ser o cansaço da Humanidade... e não, apenas, o cansaço do Ser.

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