23.9.23

Bocage, tão alto!

Que apreço!

«Aqui nasceu Bocage. o de curta vida. Está no alto daquela coluna, voltado para a igreja de São Julião, e há de estar perguntando a si mesmo por que foi que ali o puseram, tão sozinho, ele que foi homem de boémia, de versos improvisados em tabernas, de tumultuosos amores em camas de aluguer, de muita rixa e vinho. (...) Quem cá ficou, abusou de quem morreu. Manuel Maria merecia uma arrebatada fúria, não esta romanização de senador que vai pregar no fórum sonetos de parabéns.» José Saramago, Viagem a Portugal.

Até a data, o deseja de Saramago (op. cit., pág. 593) encontra-se por cumprir.

Resta saber se alguém ainda o lê e, sobretudo, se o compreende...O tempo não tem culpa se a ignorância vai crescendo de tal modo que muitos dos seus poemas se tornam incompreensíveis... No entanto Bocage deveria ser um exemplo para as novas gerações. Tão alto, porquê? Será complexo de inferioridade?

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