Em resumo, o cansaço não tem justificação, porque mais vale um prato de lentilhas do que uma página de José Saramago.
A expectativa da viagem esgota-se na preocupação de a encurtar e, sobretudo, na vontade de nada saber... as palavras vivem assombradas pela vacuidade, mas não incomodam, são satélites à deriva em torno de pequenas estrelas fátuas que cruzam o firmamento em bebedeiras de amuos e de responsos...
Por comodismo, as estrelas andam há anos a aprender a escrever textos de 200 a 300 palavras e, como castigo, são ritualmente obrigadas a encontrar argumentos e respetivos exemplos, enquanto «o diabo esfrega um olho», sem qualquer proveito e relevância... Na verdade, há muito que as estrelas deixaram de pensar!
Sabe-se que nas madraças, o pensamento é blasfémia, filha da proscrita Agar, e que Ismael só sabe recitar; e esconde-se que nas nossas escolas, as estrelas nem recitar sabem quanto mais blasfemar... E tudo porque ninguém as ensina a pensar... Pobres estrelas cadentes!