Não fossem as grilhetas que nos prendem por fraqueza antiga, a recomendação seria apaziguadora. Mais do que o futuro é a engrenagem que nos perturba, são os elos e os laços que nos martirizam.
Por outro lado, «fixos os olhos na tarefa» que nos resta, nem sempre é fácil observá-la bem, e executá-la «da maneira que nos pareça mais conforme à justiça», porque, na verdade, nunca sabemos o que é a justiça - em certos dias, parece uma enguia que nem com uma folha de figueira é possível agarrar.
Por fim, Marco Aurélio recomenda que façamos tudo «de bom humor, com modéstia e sem astúcia». Marco Aurélio deve ter sido um santo homem, nós é que não. Com tanta víbora nos matos, como é que podemos encarar estes dias «de bom humor, com modéstia e sem astúcia»?