2.4.14

EPIS (Empresários Pela Inclusão Social)

EPIS - Sabe o que é? Conhece os órgãos sociais desta associação? Clique, não custa nada! Vale a pena!

Hoje, no Auditório "Camões", com o patrocínio da EPIS, David Justino, sociólogo da Universidade Nova de Lisboa e antigo ministro da educação, apresentou de forma detalhada um estudo sobre o "abandono  e insucesso escolares", com base em dados referentes ao período 2007-2012. 
Confesso que não percebo nada de análise estatística, mas não sou completamente insensível ao jargão e às conclusões.
Não costumo ter paciência para assistir a este tipo de "lições", no entanto, terminadas as tarefas avaliativas do dia, a qualidade do investigador acabou por me arrastar para o Auditório. Não estava cheio, sobretudo não havia muitos professores do Camões, mas, quando entrei, atrasado(?), o público amigo escutava disciplinadamente.
Explicados os conceitos, o discurso desenvolvia-se de forma redundante: em Portugal, cultiva-se uma "cultura de retenção", a começar pelo 1º ciclo, o que provoca uma "elevada taxa de atraso"; o insucesso escolar está, por um lado, ligado, à ruralidade ou às periferias das grandes cidades e, por outro lado, deve ser associado aos pais sem instrução.
Este estudo aponta, ainda, para uma nova variável: o sucesso dos alunos sobe quando as mães detêm um curso superior...Os pais pouco acrescentam...
Em conclusão, a ineficiência do sistema resulta em grande parte da «cultura de retenção» do corpo docente, provavelmente herança do Estado Novo! (Esta ideia é minha!)
Claro que o estudo também dá conta dos concelhos em que "as boas práticas" conseguem reverter as estimativas negativas!
O que estranho é que tanto conhecimento sobre as assimetrias geográficas não resulte num plano educativo nacional que transforme o insucesso em sucesso e principalmente deploro que a variável "docente" raramente seja considerada como promotora de sucesso...
De qualquer modo, para David Justino, o centralismo jamais será capaz de resolver os problemas locais... 

Adivinhem lá quem vem jantar! 


1.4.14

Colaboracionistas

Fazem-se transportar em luxuosas viaturas de alta cilindrada por ruas donde os pobres foram expulsos e dizem a todo o momento que os portugueses compreendem que não é possível voltar às remunerações e pensões de 2011...
Asseguram a todo o momento que não estão a ser aprovados novos cortes e mal fecham a boca, a comunicação social anuncia que os cortes chegam já em abril...
Orelhas moucas, asseguram que o pós-troika é decisão deles, que em Bruxelas colhem opiniões. Invertebrados, aceitam ordens na esperança de uma recompensa futura num qualquer areópago internacional. 
(...)
E nós pasmados, vítimas de aleivosia, continuamos a ouvi-los mentir e, sobretudo, a ser insultados, como ainda hoje aconteceu. 
Diz o senhor professor doutor Nuno Crato: Daqui a 10 anos, iremos ter os melhores professores de sempre. Daqui a 10 anos!
O senhor professor doutor Nuno Crato insulta os professores como nunca ninguém o fez. Os professores de ontem e de hoje!
Agora que a extrema-direita vai fazendo o seu caminho, mais valia que o senhor professor doutor seguisse os conselhos de Marinetti (20 de fevereiro de 1909)

 «Nós queremos glorificar a guerra - única higiene do mundo - o militarismo, o patriotismo, o gesto destruidor dos anarquistas, as belas ideias que matam, e o menosprezo da mulher.»  
 «Nós queremos demolir os museus, as bibliotecas, combater o moralismo...»

31.3.14

Peões de brega

 Uma pessoa sensata!  Parece ser um elogio... No intervalo uma linha preenchida por pontos anónimos

Escrever sobre pontos e linhas pode não fazer sentido, mas tem uma vantagem, não desassossega a não ser quem se sente desfasado, forma passiva de uma ação cujo sujeito mais vale ignorar...
A alternativa é colocar os pontos nos is... Para quê?
(...)
Desfazer o enigma? Suspensos os dedos, os pensamentos saltitam: um vulto atrás de um ecrã, imagem estática, quotidiana, medeia interesses; outros vultos, todos atrás de ecrãs, recebem ordens escondidas; ainda outro vulto delira com a vitória programada; há mesmo um vulto diante do ecrã  que finge que os 7% da extrema-direita francesa podem ser anulados por uma baixa de impostos...
(...)
O problema é que todos estes vultos, peões de brega, estão ao serviço da mediocridade de que se valem os Senhores para governarem o mundo a seu belo prazer. 

30.3.14

Do outro lado da linha

Em algumas horas, a linha pode virar ponto e ao pensar-se que finalmente a ânsia foi esbatida, eis quando do outro lado da linha nos dizem que o ponto se transformou em fila (bicha voraz) porque parte da bagagem ficou retida num tapete rolante para lá da distância esbatida... e não ficou sozinha, de tal modo que múltiplos pontos se veem no labirinto burocrático...
No caso, nem as asas de Dédalo nem as esferas de âmbar de Bartolomeu se mostram capazes de trazer de volta as malas, por ora, turcas...
Lá as eleições municipais deram cabo do zelo reparador - os turcos preferem o confronto direto mesmo que isso lhes traga a morte, porque para Erdogan a «questão é de vida ou de morte»...
Cá o faz-de-conta burocrático obriga o viajante a fazer morosa prova dos objetos retidos... Talvez venham no próximo voo e sabe-se lá em que estado! 
Entretanto, o zeloso funcionário, desconfiado, vai exigindo a chave de cada cadeado...

29.3.14

Tenho uma linha!

Se começar a ligar os pontos, tenho uma linha. Uma linha com tantos pontos que os não consigo abranger. Alguém se lembrou de a medir, não em pontos, mas em quilómetros, e para me tranquilizar (ou assustar?), dizem-me que são mais de 4.500 km...
De facto, eu não passo de um ponto (ou de conjunto de pontos) e ninguém se propõe medir-me em quilómetros. No meu caso, a medida é em centímetros! Mais do que uma linha, vejo-me como um novelo debruçado ora para dentro ora para fora. 
Hoje é um daqueles dias em que muda a hora, em que os pontos parecem reduzir-se tornando a linha mais tensa, mas a qual, de verdade, não deixa de ter mais de 4.500 km...
Em rigor, quero acreditar que, à medida que as horas passam, a linha vai encurtando, os pontos vão diminuindo...
Tenho uma linha! Mas como, se não passo de um ponto?

(Entretanto, a linha invisível está a aproximar-se: o espaço diminui à medida que o tempo avança. Quem diria que o tempo pode avançar ou recuar? A noite desalinhada foi dizendo que o tempo é um malfeitor, pois até os telemóveis necessitam de ser reiniciados sempre que a hora muda... e se não o soubermos, a ansiedade cresce mesmo que a extensão diminua...)

28.3.14

A batata, a erva daninha e os bastardos

A diferença entre esta batata e o governo é que ela faz pela vida. Deem-lhe um pouco de água e de sol, e enraíza, ganha folha e flor. Torna-se produtiva e bela. E não precisa de muito tempo para assegurar a mudança…
Também se pode pensar que o governo enraíza, mas trata-se de um erro. O governo é a erva daninha que há muito dizima o batatal. O governo é improdutivo, gasta o tempo a cortar. Não precisa nem de água nem de sol, basta-lhe uma foice ou uma gadanha para limpar a seara…
E zelosamente, vamos sendo ceifados pelo governo e pela parte bastarda de nós…

27.3.14

As redes sociais

http://www.dailymotion.com/video/x1ip4e5_turquie-erdogan-execute-ses-menaces-et-bloque-twitter_news

As redes sociais incomodam o poder instalado. E como tal transformaram-se  no alvo incontornável dos poderosos... A médio prazo, qualquer rede social acaba controlada ou silenciada pelos inimigos da transparência...
O exemplo mais recente, provavelmente mais grave, é turco. Portugal, por seu turno, já encontrou o pretexto para exercitar uma velha competência - indexar, censurar. O nosso ministro da educação consegue ir mais longe do que ERDOGAN: começou por limitar o acesso ao facebook... A Turquia  só o fará com a mudança de hora...