Hoje, no Auditório "Camões", com o patrocínio da EPIS, David Justino, sociólogo da Universidade Nova de Lisboa e antigo ministro da educação, apresentou de forma detalhada um estudo sobre o "abandono e insucesso escolares", com base em dados referentes ao período 2007-2012.
Confesso que não percebo nada de análise estatística, mas não sou completamente insensível ao jargão e às conclusões.
Não costumo ter paciência para assistir a este tipo de "lições", no entanto, terminadas as tarefas avaliativas do dia, a qualidade do investigador acabou por me arrastar para o Auditório. Não estava cheio, sobretudo não havia muitos professores do Camões, mas, quando entrei, atrasado(?), o público amigo escutava disciplinadamente.
Explicados os conceitos, o discurso desenvolvia-se de forma redundante: em Portugal, cultiva-se uma "cultura de retenção", a começar pelo 1º ciclo, o que provoca uma "elevada taxa de atraso"; o insucesso escolar está, por um lado, ligado, à ruralidade ou às periferias das grandes cidades e, por outro lado, deve ser associado aos pais sem instrução.
Este estudo aponta, ainda, para uma nova variável: o sucesso dos alunos sobe quando as mães detêm um curso superior...Os pais pouco acrescentam...
Em conclusão, a ineficiência do sistema resulta em grande parte da «cultura de retenção» do corpo docente, provavelmente herança do Estado Novo! (Esta ideia é minha!)
Claro que o estudo também dá conta dos concelhos em que "as boas práticas" conseguem reverter as estimativas negativas!
O que estranho é que tanto conhecimento sobre as assimetrias geográficas não resulte num plano educativo nacional que transforme o insucesso em sucesso e principalmente deploro que a variável "docente" raramente seja considerada como promotora de sucesso...
De qualquer modo, para David Justino, o centralismo jamais será capaz de resolver os problemas locais...
Adivinhem lá quem vem jantar!
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