27.1.15

Ó senhor ministro, 20 erros de ortografia numa frase!

Ó senhor professor doutor Crato, 20 erros de ortografia numa frase! O senhor não sabe o que é uma frase, e é ministro...
Melhor seria que o senhor ministro deixasse quem sabe definir quais são as competências, os saberes e as ferramentas necessárias à formação dos docentes, em vez de nos assombrar com conceitos e critérios retrógrados.

Ó senhor ministro, há tantos sinais de analfabetismo nas nossas escolas que o senhor bem poderia autorizar que os diretores gizassem um plano para o erradicar, sem os entraves do costume... Não é por se multiplicar os testes e se apertar os critérios de avaliação que se irradia o cancro que mina o sistema educativo... 

Ó senhor ministro, 20 erros numa frase! 


26.1.15

As coligações impossíveis

Ultimamente, sinto que o ser humano está a mudar. Aquilo que outrora parecia fonte de tristeza, começou a ser deitado para  trás das costas, dando lugar a uma garridice que nada faria esperar...
Ou talvez a mudança se deva, apenas, ao desaparecimento da  censura  social que culpabilizava qualquer gesto de maior atrevimento, de maior descaramento...

Quer no plano individual quer no plano coletivo, as coligações impossíveis  serpenteiam nas avenidas da velha liberdade. Uma liberdade de chumbo!

No que me concerne, já pouco posso duvidar, pois tantas são as certezas! A não ser enfiar a cabeça dentro de água, como a personagem Lucrécio ... (Pepetela, O Tímido e as Mulheres).  

25.1.15

Liquidação...

O cliente entra no outlet de móveis. O objetivo é comprar um aparador com um mínimo de qualidade, ao mais baixo preço possível. Percorre lentamente todo o espaço de exposição, apercebendo-se de que o desconto anunciado é de 50% e que a maioria das peças apresenta defeitos de acabamento... Informa-se sobre o modo de entrega, ficando a saber que, se o cliente pagar, os móveis adquiridos serão entregues num curto prazo...
Entretanto, falara com dois ou três funcionários cujo objetivo primeiro era arrecadar o produto da venda. Aparentemente, tudo legal, apesar do outlet ocupar o espaço de uma grande cadeia de móveis falida...  

(...) Nos próximos tempos, iremos assistir à liquidação da Grécia e, de seguida, viver a nossa, caso nos deixemos levar pela irracionalidade romântica.
  

24.1.15

Nem Atenas nem Berlim!

A não ser que queiramos sangue nas ruas, o nosso destino está nas nossas mãos.

A solução grega é irrealista porque os dirigentes do Syriza não terão com quem negociar se a vitória, amanhã, lhes sorrir. Neste caso, não espero que os vencedores decidam capitular e por isso o caminho para a violência abrir-se-á, e as comportas abrir-se-ão ao tumulto incontrolável... a não ser pela força.

A solução alemã mais não traz do que a depuração dos povos do Sul da Europa. Esta está em curso há vários anos através da ditadura do euro. E nem a recente decisão de Mário Draghi de bombear €60 mil milhões por mês sobre a Europa porá termo à "limpeza", porque, afinal, 80% dos custos ficarão a cargo dos bancos centrais de cada país, o que, para Portugal, significa uma nova forma de nos afogar. 

Como tal, as próximas eleições portuguesas são decisivas para o nosso destino, no sentido em que precisamos de uma liderança que não opte nem pelo servilismo nem pela terra queimada.

23.1.15

À escuta

Há escutas sobre a vida interna do PS. O juiz mandou selá-las...
À boleia das trapalhadas do José Sócrates, os vampiros deliciaram-se a gravar todas as conversas de modo a caçá-lo...
Agora, as escutas seladas estão à ordem do tribunal dentro de um envelope... Por quanto tempo?

Será que também há escutas sobre a vida interna dos restantes partidos? Sobre as igrejas? Sobre os clubes desportivos? Sobre as empresas? Sobre qualquer cidadão?

Vivemos num estado totalitário em que tudo o que dizemos está sob escuta e pode ser utilizado contra nós...

Restam-nos os Gregos, convictos de que o voto democrático pode mudar a Europa, mas enganam-se redondamente. Pouco falta para mergulharem numa guerra intestina que acabará por dissolver-lhes o orgulho de terem sido o berço da civilização europeia..

22.1.15

O escritor Antônio Torres na ESCAMÕES

O escritor brasileiro bahiano Antônio Torres, convidado da Casa da América Latina para um encontro literário sobre as "Relações Transatlânticas", antecipou, perante uma plateia de jovens atentos e um pouco tímidos, o teor da palestra que iria proferir ao fim da tarde de hoje...
Refira-se que, apesar da sua obra não estar à venda em Portugal, Antônio Torres deixou no auditório o desejo de ler algumas das suas obras, designadamente, Os Homens dos Pés Redondos. Este romance, na verdade, nasceu aqui, em Lisboa, na Praça de Londres, no dia 25 de Junho de 1965, data da chegada a Portugal, onde acabou por viver e trabalhar três anos, na área da publicidade. Este livro regista o olhar de um jovem brasileiro sobre um povo envelhecido e acabrunhado, prisioneiro de um espaço concentracionário.
De entre a vasta obra, Antônio Torres abordou os temas de fundo autobiográfico e, sobretudo, histórico presentes em Um Cão Uivando para a Lua, Essa Terra ( hoje, considerada uma obra-prima), O Cachorro e o Lobo, Meu Querido Canibal, O Nobre Sequestrador...
Sem descurar a explicação do trabalho ficcional e das relações do Brasil com a Europa do século XVI (Portugal e França), o entusiasmo do escritor foi evidente sempre que se referiu aos amigos que foi fazendo em Portugal ao longo de 50 anos, em particular Alexandre O'Neill, que o acolheu durante quatro meses em sua casa no nº 23 da Rua da Saudade, com a simples exigência de que ele se dedicasse à escrita... Entre os amigos referiu também Manuel Marcelino, Hélder Costa, Ary dos Santos, José Saramago, Lídia Jorge e, finalmente, mostrou grande agrado pela escrita da romancista Teolinda Gersão...
Em termos pedagógicos, valorizou a importância dos professores que, através da estratégia de leitura em voz alta, permitem que o jovem tome consciência da língua, em termos lexicais e sintáticos. E ainda, literária e pedagogicamente, foi visível o seu fascínio pela Carta de Pêro Vaz de Caminha sobre «o achamento do Brasil» e, pelos brasileiros José Alencar, Carlos Drummond de Andrade e João Cabral de Melo Neto...

A saudação, o enquadramento e a apresentação do escritor estiveram a cargo do diretor João Jaime Pires Antunes, da coordenadora da programação científica e cultural da Casa da América Latina, Maria Xavier, e da professora Dulce Silva, Coordenadora do Departamento de Estudos Portugueses.

Em conclusão, foi um colóquio muito inspirador só possível graças à iniciativa do professor José Esteves.

21.1.15

A hipotermia e os genéricos

Neste mês de Janeiro, a hipotermia tem me dado que pensar. Bem sei que a literatura médica defende que os velhos e as crianças são quem está mais atreito a sofrer com a súbita descida da temperatura corporal.
Compreendo que quem viva em lugares frios ou tenha caído, por exemplo, ao mar possa correr risco de vida. O mais difícil de entender é o caso daqueles, que não saindo de casa e beneficiando de uma temperatura doméstica moderada ou mesmo sobreaquecida, acabam por ver baixar a temperatura a níveis próximos dos 33 graus ou menos.

Ora, de ontem para hoje, descobri que os medicamentos que estes pacientes tomam podem ser um poderoso fator de hipotermia, sobretudo se se tratar de genéricos.

Não sendo médico nem farmacêutico, falta-me o conhecimento para fundamentar a minha suspeita, apesar de fonte médica ter confirmado que há genéricos que são extremamente perigosos, podendo levar à morte.
O que, no entanto, não me falta é a perceção de que o negócio do medicamento é extremamente lesivo da saúde pessoal e pública. 

Finalmente, nesta quadra de invernia, a Linha de Saúde 24 é uma amiga insubstituível. Imagine-se que, depois de uma longa espera, de um minucioso questionário de controlo feito ao paciente em estado de hipotermia (e de pânico!!!), o conselho chegou: agasalhe-se, beba leite e vá pelo seu pé até à urgência do Hospital de S. José...