15.7.16

Exacerbado o 'espírito crítico'...

Numa sociedade em que desenvolver o espírito crítico se tornou uma prioridade, sem que se defina o que é "o espírito crítico, não espanta que este se confunda com rebeldia, com revolta.
Motivos de revolta não faltam e os motivos de rebeldia sobejam, o que associado ao referido "espírito crítico" é suficiente para que cada um entenda que está no seu direito de mudar o mundo.
A mudança pela força é o melhor argumento daqueles que, exacerbado o espírito crítico, perderam a esperança ou acreditam que a única forma de construir um mundo à sua medida é a violência.
La Promenade des Anglais, em Nice é, apenas, um exemplo.
(...)
Hoje, estou bastante intolerante, porque, afinal, também eu tenho dado prioridade ao desenvolvimento do espírito crítico... e os ecos que me chegam são dissonantes. Podia explicar porquê, mas não o vou fazer...

14.7.16

É tempo de acabar com a chalaça!

O cidadão endivida-se e tem que pagar a dívida.
Os governantes endividam-nos e nós é que temos que a pagar.
Há, no entanto, visões distintas: certos governantes consideram que a dívida pública não é para ser paga; outros, fazem finca-pé em que a paguemos, mesmo que isso nos custe a vida..., só que, afastados da governação, limpam as mãos como Pilatos...
Agora, temos uma nova categoria de governantes que entendem que a dívida é um problema que não lhes diz respeito - afinal, não foram eles que a geriram...
Dívida só a que eles deixarem, depois de devidamente escondida...

As dívidas, como todos sabemos, obedecem a um calendário em nada semelhante ao dos ciclos governativos e, como tal, não deve ser tratada com argumentos eleitoralistas, como o atual primeiro ministro insiste em proferir. É tempo de acabar com a chalaça de peito inchado... e de trabalhar um pouco mais. Com tanta romaria...

13.7.16

Os resultados dos exames de Português foram medíocres

Disseram que o exame de Português do 12º ano era "superacessível e superfácil", mas os resultados foram medíocres.
Para esta divergência entre as expectativas e o desempenho há uma explicação. Uma parte significativa dos jovens do ensino secundário não ouve e pensa que sabe tudo. Contesta quase tudo, mas não sabe argumentar, porque não estuda ou, quando o faz, confunde o trabalho intelectual com "achismo" ou, simplesmente, com memorização.
E claro que esta explicação não se esgota em si... é preciso procurá-la um pouco mais fundo: na sociedade,  na família, na escola, na sala de aula, em cada um dos intervenientes no processo educativo.

12.7.16

Não há "multa zero". Não à "multa zero"!

O comissário europeu para o euro, Valdis Dombrovskis, admite que Portugal poderá ter apenas uma "multa zero", depois de o Conselho de Ministros das Finanças da União Europeia (Ecofin) ter aprovado hoje a abertura de um processo de sanções por défice excessivo no ano passado.

Outrora, era possível comprar uma empresa por um escudo, quando o passivo era enorme. O comprador encarregava-se de recuperá-la, assumindo os encargos...
Entre 2012-2015, um Governo garantiu-nos que cumpria tudo o que a União Europeia exigia, fazendo-o porque considerava justo que os portugueses pagassem pelos desmandos dos governos anteriores. Era uma questão de honra!
Sabemos, entretanto, que esse governo, para além de mentir, vendeu, a baixo preço, grande parte do património mais lucrativo.
Hoje, o ECOFIM aprovou um processo de sanções por défice excessivo nos anos anteriores.
Despudoradamente, a ex-ministra das Finanças responsabiliza o atual Governo pela decisão... E ninguém se revolta contra tal descaramento! Eu, que não gosto de manifestações, promovia uma para deixar claro que a política de subserviência foi errada... e também para dizer à coligação que apoia o Governo que não há "multa zero"... O simples facto de se passar uma multa é uma penalização para os portugueses que agravará ainda mais a dívida.
Em suma, o Governo atual deve acabar com o cumprimento de algumas promessas que bem sabe que, mais tarde, pagaremos com língua de pau. E também acabar com o nepotismo cada vez mais visível no sector público...
Finalmente, o Governo, que domina mal a arte da retórica, deve perceber, de uma vez por todas, que, do outro lado, o sorriso esconde sempre o cinismo.    

11.7.16

Dimitri Payet, o crime compensa...

Dimitri Payet, carrasco de Cristiano Ronaldo, é o melhor jogador do euro(peu). Como se costuma dizer, o crime compensa...
A minha hesitação entre 'euro' e 'europeu', resulta de o melhor jogador do euro ser, na verdade, o Zé barroso; o durão Dimitri Payet foi considerado, esse sim, o melhor jogador do europeu 2016.
Pode ser que o homem não tenha agido intencionalmente, mas o ato não pode ser totalmente desligado da intenção do selecionador francês: « Não acredito que seja possível anulá-lo (CR), mas vamos estar atentos e tentar limitá-lo».
E conseguiram, mas o tiro saiu-lhes pela culatra.
Quanto ao Zé barroso, não há quem o trave, com ou sem crime...

(Entretanto, para mim, o europeu 2016 já terminou.)

A formiga ganhou

Em síntese, a formiga ganhou. 
A formiga obreira, mesmo se calcada, nunca desistiu. 
No essencial, a formiga representa todos aqueles portugueses que contrariam a adversidade, e ousam enfrentar coletivamente todos os obstáculos que lhes surgem ao caminho...
(...)
A cidade-luz, ao perder a cor, não está à altura da tão apregoada igualdade, pois "esqueceu-se" de se solidarizar com o vencedor - o seu símbolo maior não se iluminou com as cores de Portugal...
(...)
Finalmente, desvalorizar a ação do Éder, como continua a ocorrer em certos canais televisivos, faz de alguns comentadores pobres cigarras...  

10.7.16

Antes que se faça tarde...

Antes que se faça tarde, desejo que, no França /Portugal, os jogadores se entreguem ao jogo e que ganhe a melhor equipa.
Não me interessa qualquer acerto de contas futebolístico ou outro. Considero detestável o modo como esta final tem vindo a ser apresentada como vingança dos "petits portugais". 
E, sobretudo, não ignoro que, apesar de múltiplas humilhações, o fluxo migratório para França, quase sempre clandestino, nos anos 60, libertou mais de um milhão de portugueses da miséria em que vivia nesta ditosa pátria...
O jogo entre portugueses e franceses deveria ser de união, e apenas isso. A reconstrução da França muito deve aos portugueses que, por sua vez, quase sempre encontraram no Hexágono o lugar de redefinição das suas vidas.
Há muito que penso deste modo, até porque num certo dia de Julho de (1964?) o meu pai teve de partir para França porque o granizo lhe destruíra o pouco que lhe restava da esperança...