16.11.16

Os professores bestiais são raros!

«Basta que (...) para que, nas carteiras, os olhos adquiram outro brilho e o silêncio se torne explicitamente natural e fecundo.» Mário Dionísio
 
Já não basta que o professor se afaste do conteúdo a memorizar ou da resposta a dar!
Logo que as raízes procure explicitar, a interrupção é inevitável " mas isso é história", "mas isso é português antigo ou nem isso - latim, talvez!".
Logo que procure explicar que o nome próprio contém uma história por achar, uma responsabilidade acrescida, um sentido de pertença a não alienar, o silêncio que nunca chegou a ser desfaz-se em grunhidos e em sorrisos gulosos...
Logo que pressinta que tem que voltar a explicar que a comparação são dois termos em que a substância do segundo serve para dar conta da bestialidade do primeiro, alvoroçam-se as mochilas e vão "sa via"  / ou à sua vidinha.
(...)
Para tudo há uma explicação: - os professores bestiais são raros!
 

15.11.16

Nos 100 anos de Mário Dionísio

Para que não se construa o futuro sem memória!

Nos  100 anos de Mário Dionísio, exposição cedida pela Casa da Achada.






Esta exposição pode ser visitada até ao dia 24 de Novembro nas Caves da Escola Secundária de Camões.




14.11.16

Os campos de jogos


Abandonados há anos, os campos de jogos tiveram um custo. Qual? Ninguém quer saber.
Desaproveitados há anos, os jovens não podem exercitar-se ao ar livre, o que também tem um custo. Qual? Pouco interessa se a Higiene e Saúde são descuradas!
Ao longo dos tempos foram identificadas as razões para tal abandono. Não sei se hoje ainda são as mesmas, a verdade é que os arbustos ocupam, imperturbados, os campos de jogos... e os responsáveis dormem, também eles, o sono dos justos.
Com o decorrer dos dias, o assunto vai caindo no esquecimento, e a natureza agradece!


13.11.16

Breve

Não gosto do título "Carta aberta ao Marcelo" do Diretor do DN, Paulo Baldaia! (DN, 13.11.2016)
Embora no artigo, Paulo Baldaia se dirija sempre ao Exmo. Senhor Presidente, a familiaridade do título banaliza a função do presidente da República portuguesa...
Talvez Paulo Baldaia se tenha deixado arrastar pela imagem do presidente da República a estender roupa para as televisões na Cova da Moura...
Neste caso, Paulo Baldaia transforma o DN num jornaleco. Ao Diretor do DN exige-se mais decência...

12.11.16

Por uma escola decente!

Não sei se o senhor ministro da educação faz ideia do nível de língua dominante nas escolas portuguesas. Nem sei se tal preocupação existe... A verdade é que surgem todos os dias testemunhos da pobreza linguística em que a comunidade escolar mergulhou...
A informalidade popular assentou arraiais escorada num único pilar - o calão - linguajar universal tão banalizado que os locutores nem consciência têm do que vão papagueando. De qualquer modo, a promoção do indivíduo (que não da pessoa!) estriba-se na força ilocutória do palavrão...
Já lá vai o tempo em que se defendia uma 'escola participativa'; agora, refere-se muito a 'escola de qualidade'.
Creio, no entanto, que a escola de hoje é o lugar da indecência, da bufoneria... uma escola que aliena, porque favorece o 'indivíduo' em detrimento da 'pessoa'...
Como eu gostaria de estar enganado!

11.11.16

Lição menor

«Envio-vos como ovelhas para o meio dos lobos; sede, pois prudente como as serpentes e simples como as pombas. Tende cuidado com os homens...» São Mateus, Livro II

Embora entenda a mensagem, tenho cada vez mais dificuldade em aplicá-la, pois já não sei como distinguir as serpentes das pombas.
Por outro lado, se observarmos de perto verificaremos que pombas e serpentes se movem pelo interesse que, para simplificarmos, designamos por instinto...
Em conclusão, a prudência também nos pode defraudar.

10.11.16

Dispersei-me mais uma vez!

Dispersar: Fazer ir para diferentes partes.
Dispersão biológica: conjunto dos processos que possibilitam a fixação de indivíduos de uma espécie num local diferente daquele onde viviam os progenitores.


Hoje, fui acusado de dispersão!
Lembrei-me, de imediato, do professor e comunicador Vitorino Nemésio. Não podendo ombrear com tal referência da cultura lusófona, pus-me a pensar se a acusação não teria origem numa qualquer doença do espírito... Consultei três dicionários, um de Filosofia, outro de Psicologia e, finalmente, um de Psicanálise. Nenhum deles aborda a "dispersão" como doença mental...
Insatisfeito, ainda pensei nas recentes neurociências, mas sem resultado... até que dei comigo a magicar nos processos migratórios e, em particular, nos degredos a que foram condenados milhões de homens, mulheres e crianças na Alemanha, na URSS e na China ( ver 'Gulag'), só para me situar no séc. XX.
Neste momento, dou conta que já entrei em dispersão, embora sem vítimas, penso...
Não sei se desista, porém apercebo-me que a acusação é a expressão do desprezo absoluto do que de positivo e de negativo a História oferece - um desprezo gerado pelo sistema de ensino que, alguns, ainda designam por 'sistema educativo'...

Sem saberem, os acusadores acusaram-me de os 'querer fazer sair' do habitat em que se sentem confortáveis - a caverna da alegoria... de Platão. A minha luz está a apontar-me o dedo " não digas nada, esquece Platão, a caverna, e nunca pronuncies a palavra 'alegoria'... limita-te ao Pavlov, mas nunca o cites".

Peço desculpa! Dispersei-me mais uma vez. Vou regressar à caverna... E acabar com as hiperligações!