28.1.17

Voltam os testes

De dois em dois meses, voltam os testes. Um teste para cada turma, porque os meninos deixaram de ser filhos de Deus, e o Diabo está à espreita...
Em alguns testes, criou-se o hábito de criar versões, porque os diabinhos ganharam o hábito de catrapiscar o alheio...
Tudo isto decorre num lugar cujo objetivo é educar, isto é, inculcar um conjunto de valores que visam preservar a responsabilidade, o rigor, a honestidade.
Tantos testes para quê? O professor sabe muito bem quais são os meninos cumpridores - que respondem na hora, que leem de forma correta, que são capazes de dar uma resposta escrita, fundamentada, coesa, coerente e obediente à instrução... e também sabe que tem à sua frente uns tantos que não ouvem, que não abrem o manual, que não respondem ao que é solicitado, e que se estão nas tintas para o processo de ensino-aprendizagem...
... porque, de verdade, só lhes interessa o EGO...

27.1.17

Unicórnio ou multicórnio?

Unicórnio?

De repente, olhamos a fachada, e sai fumo branco. Será que temos Papa?
Um destes dias, saberemos...
Enfim, cada um faz o que lhe apetece!

E se todos adotarmos o unicórnio, será que este prédio da Portela poderá ser classificado como multicórnio? 


26.1.17

Património esquecido

Com tanta chuva, ainda pensei que talvez o edifício do Liceu Camões viesse abaixo. Mas não, as construções lacustres estão preparadas para resistir às torrentes... Afinal, o problema maior situa-se no Porto - alunos, encarregados da educação e professores decidiram fechar a Escola Secundária Alexandre Herculano, por excesso de água e de frio.
Edifícios centenários morrem lentamente enquanto os decisores vão soprando para o lado, à espera do inevitável. A cada ano que passa, uma reapreciação que morre na gaveta.
O Património só é assumido quando os interesses se encontram. 

25.1.17

Cercado

As muralhas não estão à vista, as 77 torres foram deitadas abaixo e das 38 portas, sobraram algumas chaves, entretanto, oferecidas pelo alcaide aos forasteiros que, de tempos a tempos, nos visitam...
Descurada a defesa, apenas a voracidade campeia no arraial. A fome já lá vai - os homens deixaram de esgaravatar nas lixeiras, as crianças de três e quatro anos dormem tranquilamente nos infantários, e as mães já não precisam de ferir os peitos à míngua de leite materno...
O cerco é coisa do passado! 
Já não há cidades sitiadas, embora haja quem persista em edificar muros - uns de arame farpado, outros de cimento eletrificado. De vez em quando, surgem notícias de Aleppo ou da Faixa de Gaza, mas dizem-me que esses lugares não existem, que não passam de reminiscências esventradas por deuses de outrora...
Gostava de ter a fé do historiador José Mattoso que considera que a História « responde, muito simplesmente, a uma curiosidade inata no Homem para com as suas próprias ações individuais e coletivas...»  Blogue de José Mattoso (26.10.2014)

24.1.17

Os Livros de Trump

Donald Trump escreveu dezenas de livros sobre os mais diversos temas - tudo o que possa transformar-se em ouro lhe serve.
Confessa que, apesar da falta de tempo, gosta de ler. Atualmente, já só lê capítulos! Provavelmente, curtos enunciados, descontextualizados, como convém a um político desempoeirado... Confessa, no entanto, que os únicos livros a que volta permanentemente são dois: A Bíblia e The Art of the Deal.
Compreendo: Deus no Céu e Trump na Terra!
Resta-me saber se foi Deus que no-lo enviou. Receio que não, pois da última vez que Deus enviou um Filho à Terra, este detestava os vendilhões do Templo.

23.1.17

A mentira

A minha perplexidade aumenta a cada momento!
Na Ilha de Trump, está a chegar à costa um novo homem: rico, branco, fanático, bronco, desbragado. E das mulheres, não sei o que diga! Parecem-me noviças enfeitiçadas, prontas a renderem-se ao primeiro salteador e, sobretudo, capazes de fazer da mentira o seu lema...
Para quem pensa que entrámos na era da pós-mentira é melhor que se cuide, pois esse enunciado não passa de um sofisma para enganar os mais incautos.
A mentira é uma arma muito mais eficaz do que a verdade. Da verdade, aprendemos a duvidar! Quanto à mentira, entranhada desde a meninice, nada podemos fazer...

A História, que procura «a clara certidom da verdade», debate-se permanentemente com os mil e um ardis utilizados na conquista e na manutenção do poder.
Talvez os Historiadores devessem ocupar-se mais da mentira, porque esta, de facto, tem sido o motor principal dos avanços e dos retrocessos da humanidade...
De momento, na Ilha de Trump, é a própria configuração da humanidade que está a ser posta em causa, fazendo lembrar o tempo de um certo tipo de super-homem que inebriou uma parte significativa da Europa do séc. XX. 

22.1.17

Acusar a Internet...

Acusar a Internet da proliferação de erros ortográficos, de desconexões sintáticas, de plágios, de falhas de carácter, de interferências estrangeiras, é fácil, desvia a atenção, desresponsabiliza e, principalmente, cria uma sociedade dominada pela charlatanice.

Charlatão: Aquele que se utiliza da boa-fé de alguém, geralmente, fingindo atributos e qualidades que não possui, para obter (dessa pessoa) quaisquer vantagens, ganhos, lucros etc.; impostor.

O problema é que o charlatão não se encontra apenas na "internet"..., ele navega em todas as águas, por vezes, ainda sem saber...

Para mim, os que ainda não sabem da sua condição são os que mais me preocupam...