21.5.25

Numa maca entre duas camas

Nos hospitais, há balcões de macas, onde o doente espera e desespera pela libertação de uma cama, nem que seja num hospital satélite ... Ao fim de alguns dias, a família é informada de que o seu familiar foi transferido para uma enfermaria noutra unidade.. 

Só que, quando se procura o doente, acaba-se por encontrá-lo na enfermaria, mas numa maca entre duas camas...

20.5.25

Procuremos os atalhos

 

Deixemos as praças e procuremos os atalhos.
Neste atalho esquecido, mora uma amoreira que não renega a sua missão.
Uma amoreira frustrada, porque os milhares de frutos não chegam a amadurecer.
Talvez porque as amoras lhes pareçam uvas maduras, as aves do lugar e dos arredores devoram-nas ou deitam-nas ao chão.
A frutificação revela-se incompleta porque um agente externo não tem paciência para esperar - a fome é má conselheira.
Como bem sabemos, a fome não explica tudo. É sobretudo, a avidez que nos move e, frequentemente, a ignorância e a estupidez.

Daqui a um mês, já não haverá vestígio de amoras. O mesmo não se poderá afirmar da estupidez e da ignorância...

19.5.25

Aí está o resultado

 

Como cada um sabe o que quer, o resultado das eleições não desmente o caminho que preferimos... À tona, a vacuidade e a basófia, assentes em estacas cada vez mais podres...

Daqui a uns tempos, mudaremos de ideias, mas será demasiado tarde...
Entretanto, as cabeças começam a rolar, e como sempre, umas tantas vão continuar impunes e a brilhar...



18.5.25

Focados

 

Cada um sabe o que quer. O espaço convida. Poucos conhecem a história do lugar... quem quer saber de fogueiras condenatórias!

Focados, seguimos, mesmo se alertados para os perigos das escolhas que fazemos...

O Teatro Dona Maria II continua em obras.

16.5.25

O lodo das marés

 

Ao longe, avistamos uma ponte. Sabemos para o que serve, mas, ao certo, parece que nos falta vontade de a atravessar, a não ser que valorizemos a fuga...

Mais perto, avistamos água que nos parece azulada, mas sabemos que, facilmente, muda de cor. De qualquer modo, a ciência põe em causa o nosso saber quanto à cor das marés...

Mais perto ainda, avistamos uma plataforma de madeira, cuja substância é feita de múltiplas formas cuja função é facilitar a ancoragem de naus cada vez mais distantes...

Diante de nós, o que parece ser um tanque, onde alguém se encarregou de aprisionar  uma árvore sem futuro... Sobra-me o lodo das marés!

14.5.25

CARUMA está de regresso

A modéstia não faz mal a ninguém, mesmo se calcada. É preciso aceitar! 
O tempo dela é efémero, e não depende de si.
Do que regista, pouco acrescenta, mas pode servir para cotejar algumas visões mais arrojadas.

O folego tem diminuído, não por falta de assunto, mas por falta de verticalidade. 
Já restam poucos pinheiros!

12.5.25

CASA-ABRIGO

Márcio Laranjeira escreveu e realizou CASA ABRIGO. 

Vi, hoje, 2 episódios (de 6) na Culturgest.

Um filme que nos dá conta de um exorcismo que não se esgota na libertação de memórias inconfessáveis. Estas memórias e outras mediatizadas à exaustação são recriadas na  Casa-Abrigo, onde a vida continua a ser dolorosa, apesar da esperança de que a libertação do passado e do presente possa acontecer.

Falta, agora, que a RTP cumpra o projeto inicial: difundir os 6 episódios que compõem CASA-ABRIGO, libertando-se de impedimentos de circunstância...