21.4.07

O público dos Dias da Música do CCB...

No Grande Auditório, o respeito e a veneração. No Espaço Aberto, a boçalidade e o cavaco. Porquê?
Quando, no âmbito da «Música Livre», Quatro Cantos da Casa (com obras inéditas de Jorge Machado, Eurico Carrapatoso, Carlos Gomes, Paulo Brandão, Ivan Moody, Eli Camargo Jr.) apresentava o seu espectáculo/concerto, resultante da associação da Escola de Música do Conservatório Nacional de Lisboa com a Escola Técnica de Imagem e Comunicação (ETIC), algum público, desatento e ruidoso, fez fracassar o início do programa.
Como é que os jovens podem respeitar os mais velhos, se desrespeitamos os jovens músicos? Esta dualidade de critério é inaceitável: a subserviência perante o consagrado e a indiferença perante aqueles que precisam de público para melhorarem as suas performances. E para além disso, a dualidade de comportamento também se manifestou no aplauso, no interior do Grande Auditório. O português Bernardo Sassetti (1970-), com as suas "Improvisões" reveladoras de um compositor e pianista de recursos ilimitados, perdeu no aplauso para o pianista turco Huseyin Sermet (1955-)...
Diria que a substituição da Festa da Música pelos Dias da Música faz sentido, pois nem tudo é festa: falta dinheiro e, sobretudo, falta educação... e esta deveria começar em casa, continuar na escola... Mas como?

2 comentários:

  1. Acha que a substituição fez sentido? Porquê? Não se pode comparar um concerto de piano com uma peça sinfónica. Ambos podem ser fantásticos.

    Eu diria antes que a Festa da Música terminou por se ter decidido gastar 500,000.00€ + extras, todos os anos, na massagem ao ego do Berardo. E o custo final não foi assim tão diferente.

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  2. Raposa Velha indaga se a substituição da Festa da Música pelos Dias da Música faz mesmo sentido. Penso que sim. Pessoalmente, não gosto de enfartamentos e também já não estamos no tempo do Magnânimo e devasso D. João V.
    Quanto à coleccão "Berardo", estou como o São Tomé: «Só vendo...!». O Homem não o conheço, nem creio que se o conhecesse isso adiantasse alguma coisa. Para a História só fica a obra, se ficar! Aí reside a dúvida.
    Por outro lado, não creio que o Mega Ferreira faça fretes a quem quer que seja.

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