3.8.08

Crueldades...

De regresso ao Museu da Electricidade. Pretexto: ver as exposições em cartaz e ouvir jazz às 11:30 horas. De facto, já as vira e não me deixara fascinar completamente. Callas não me seduz; sobretudo, a encenação irrita-me.

(Tempos antigos. Um dia, no exame de Francês do antigo 5º ano do Liceu, o examinador resolveu pôr à prova a minha cultura musical e perguntou-me quem era a diva da ópera. Vá lá saber-se como: acertei. A ópera, porém, fere-me os neurónios. Absurdo? Falta de cultura? Rusticidade!)

Quanto à exposição "Vieira da Silva, Arpad Szenes e o Castelo Surrealista", desde que a vi pela primeira vez, fiquei fascinado com o quadro Marie Helène IV, 1942. Tudo o que sei de Arpad Szenes está naquele quadro.

Para me compensar da minha frieza face à ópera, duas senhoras aproximaram-se da exposição "Vieira da Silva..." e uma (a mais nova, talvez filha, como escreveria o Cesário Verde) disse para a outra: «Ali, está uma, mas não tem interesse!», num gesto de enfado.

Às 11:30, começou o concerto. Agradável, suave... mas, quando a melodia se torna repetitiva, entro num processo de vigília... só desperta por duas enormes antenas que me deixaram a pensar se não seriam as mesmas que conheci, noutro tempo, em Murfacém, ao serviço do Exército..., onde passei um ano, no Centro de Informações e Segurança Militar. O CISM era a unidade responsável pelas actividades de criptologia, informações, contra-informação e segurança militar do Exército.

Curiosamente, não me lembro, de nesse tempo, ter avistado do alto de Murfacém, o edifício que acolhe, hoje, o Museu da Electricidade.  Talvez possa, no entanto, explicar essa lacuna: a minha espinhosa missão decorria das 18 às 24 horas e, talvez, a noite caísse mais cedo... ou, então, era a ignorância a falar mais alto!

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